"Não é na bipolarização que se resolve o problema do Sporting, nem do país" | Relvado

"Não é na bipolarização que se resolve o problema do Sporting, nem do país"

Dias Ferreira, em entrevista ao Relvado, garante que é a melhor solução para o Sporting. Critica God
 

Entrevista a Dias Ferreira, 2.ª parte

R: Onde conseguirá o dinheiro para equilibrar o passivo do clube e para investir na equipa de futebol? (joãopinto25)
DF: Já tenho as soluções na minha cabeça e não vou esperar pelas reuniões com os bancos. Não vou pedir mais empréstimos à banca, pois sei que esta não o fará, até porque não pode. Todos sabemos qual a situação do clube e temos a consciência que a mesma só vai piorar, dada a actual situação política no país. Sei que as finanças do Sporting estão num estado grave, mas não me intimido e tenho tudo planificado na minha cabeça. Os investidores existem, mas não gostam de andar na praça pública, por isso ainda não os anunciei.

R: Luís Duque, homem-forte do futebol do Sporting, veio dizer que Dias Ferreira está há muitos anos no Sporting e ligado aos últimos anos de insucesso. Como responde a essas críticas?
DF: Realmente estou há muitos anos no Sporting. Sou sócio há 48... Comecei por colaborar de fora, depois estive com muito orgulho em dois mandatos na direcção de João Rocha. Estive presente no mandato de Amado de Freitas, no departamento de futebol. Depois, abandonei qualquer órgão executivo, sem nunca me recusar a intervir nas mais diversas formas e a colaborar, sempre que me entenderam chamar. Isto não obstante as divergências que tive com alguns presidentes. Regressei como assessor da SAD, tendo dado o meu esforço na formação da equipa que viria a ser campeã em 1999/2000, intervindo na maior parte das escolhas para o plantel. Escolhi o próprio treinador que viria a entrar [Augusto Inácio]. Depois disso, desempenhei funções no Conselho Leonino e recentemente estive ano e meio na presidência na Assembleia-Geral, onde não me envolvi nas decisões. Não fiz mal nenhum nos anos em que estive no Sporting e não tenho nada a ver com pessoas que passaram menos tempo, mas que se calhar criaram um grande descalabro. Assumo que acreditei no último projecto, mas deixei de acreditar quando vi a realidade. Só os burros é que não mudam!

R: Ao anúncio da sua entrada na corrida à presidência seguiram-se uma série de notícias relativas à candidatura que causaram grande impacto junto da imprensa, mas esse interesse mediático parece ter murchando um pouco com o passar dos dias. As últimas sondagens colocam-no longe de Godinho Lopes e Bruno de Carvalho. Está preocupado? (artenigma)
DF: Não chamo sondagens ao que tem aparecido nos jornais. Sabemos como as coisas são feitas e se eu colocasse 50 pessoas a mandar votos para a Internet, talvez pudesse ganhar. Mas preocupa-me que se passe uma imagem de bipolarização: entre os que querem mudar radicalmente, aproveitando o desespero dos sócios do Sporting, e aqueles que não querem mudar. Não é na bipolarização que se resolve o problema do Sporting, nem o problema do país. Há muitos sócios indecisos, ao fim e ao cabo com percentagens superiores a qualquer um desses candidatos da bipolarização. E eu sou a melhor solução! Conheço o Sporting e os seus problemas, tenho experiência, conheço todos os presidentes do futebol nacional e assumo a luta nas grandes questões do futebol nacional. Sou capaz de fazer a ponte entre a continuidade e a mudança, dentro dos princípios éticos e valores do Sporting Clube de Portugal. A solução do Sporting não está nem nos que querem continuar (Godinho Lopes) nem na solução radical de Bruno de Carvalho, a fazer lembrar uma outra tentativa que já deu mau resultado no Sporting.

R: Qual será a sua relação com as claques?
DF: As claques do Sporting estão todas reconhecidas oficialmente, embora às vezes pareça que são mais prejudicadas pelas autoridades - nomeadamente com cargas policiais - comparadas com outras não oficiais. Proporcionar-lhes bilhetes mais baratos e outras situações é algo que o Sporting não deixará de fazer, à semelhança do que se passa noutros clubes. E as claques podiam ser mais apoiadas, se o engenheiro Godinho Lopes não tivesse posto o estádio às pintas, pois nesse caso poderiam ter sponsorizações que tornariam a sua vida mais fácil.

E LEIA AQUI A ENTREVISTA A GODINHO LOPES:
Sporting:

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