Exclusivo: "Não quero ninguém de outras listas”

Godinho Lopes, candidato à presidência do Sporting nas eleições do próximo dia 16, aceitou o desafio de responder a questões dos leitores/utilizadores do Relvado. O resultado está aqui: são 26 perguntas, que para facilitar a leitura, optámos por dividir em quatro partes.

Salientamos que nem todas as perguntas deixadas pelos leitores foram colocadas ao candidato. Algumas tinham sido já profusamente respondidas noutros locais, a outras faltava objectividade. O Relvado editou também algumas questões, para as tornar mais compreensíveis. A opção editorial foi do Relvado, não do candidato, que respondeu - por e-mail - a todas as perguntas que lhe foram enviadas.

Entrevista a Godinho Lopes, 1.ª parte

RELVADO: Pensa que pode ser favorecido pelo actual sistema eleitoral do Sporting, em que a cada sócio corresponde um diferente número de votos, relacionado com o número de anos de associado? (pergunta do leitor zefil)
GODINHO LOPES: Para já gostava que todos os sócios do Sporting pudessem votar nestas eleições sem terem de se deslocar a Lisboa. Não faz sentido. Temos na nossa proposta alteração de estatutos que permita que em qualquer núcleo do país, o sócio consiga participar na vida activa do clube, elegendo os seus órgãos sociais. Não sei qual é o benefício que tenho face às restantes candidaturas. Pode discutir-se se o sistema é ou não justo, mas é igual para todos e não terei quaisquer privilégios face aos meus opositores.

R: O que pensa do nível de discussão nesta campanha? (mey-zing)
GL: Houve ataques de várias partes e não me revejo nesse tipo de campanha. Por isso, disse há dias que não entraria mais nessas quezílias e guerras pessoais e que o que defendo é a apresentação de ideias e dos projectos. Sobre isso estou sempre disponível para falar.

R: Parte da sua campanha parece ter sido passada a atacar o candidato Bruno de Carvalho, nomeadamente através de alegações falsas sobre o “fundo russo”. O que tem a dizer? (joaopinto25, mey-zing e Alex17)
GL: Isso é falso. Se forem ver as várias entrevistas que dei, acções de campanha, etc., foquei-me sempre no nosso projecto, passando as mensagens-chave que achamos que os sócios deverão conhecer para poderem escolher-nos no momento de votar.

R: Se for eleito, tenciona ou equaciona sequer, aproveitar algum nome de outra lista? (kiko5575)
GL: A nossa lista está formada desde o dia em que a apresentámos. Este é um grupo de pessoas coeso e competente, ao contrário da imagem que alguns querem fazer crer, e estamos juntos e unidos até final, pelo que não há espaço para integrar mais ninguém.

R: Será o senhor mais um aristocrata da alta finança lisboeta, à semelhança dos anteriores dirigentes do clube, que se interessavam mais em comentar o “sistema” do que em pensar e viver o futebol? (juniorjoca)
GL: O meu passado fala por mim. Não pertenço a nenhuma classe aristocrática. Vivi desde pequeno em Moçambique e foi lá que comecei a minha vida. Trabalho desde os 18 anos. Tenho 58. Vivi em diversos países e tive sucesso, conseguindo montar negócios de sucesso nos vários locais onde estive até regressar a Portugal. Não pertenço a qualquer classe aristocrática e muito menos estou interessado em comentar qualquer sistema.

R: Como pode defender que não é o candidato da lista da continuidade, quando tem na sua lista José Maria Ricciardi, do BES, credor do Sporting, Rogério Alves e Nobre Guedes, ligados a Bettencourt, e outros membros que já exerceram cargos no clube? (joaopinto25 e Alex17)
GL: Dos onze elementos do Conselho Directivo, eu tenho um elemento que pertence à anterior lista, Filipe Nobre Guedes. Ele conhece como ninguém os números, não abandonou o barco, é uma pessoa séria, competente, que é credível face à banca e eu tenho de ter no Sporting gente do mais competente que há. Eu fui buscar a cada área o mais competente e ele é o mais competente e, por isso, ficou.
Tenho seis jovens na direcção que nunca estiveram ligados a nenhuma direcção, uma delas uma mulher, a única de todas as listas ao Conselho Directivo. O Rogério Alves, por exemplo, nada teve a ver com a gestão do clube, foi apenas presidente da Assembleia Geral da SAD e do Clube.
Eu próprio estive no Sporting há mais de 8 anos. Continuidade? Só se for a continuidade ganhadora do período em que estive no Sporting, numa altura em que, com Luís Duque e Carlos Freitas, ganhámos dois campeonatos, entre outros títulos. Só se for a continuidade do professor Mário Moniz Pereira.