Sp. Braga de aço engoliu a águia (CRÓNICA)

O Sporting de Braga está na final da Liga Europa, depois de bater o Benfica por 1-0! A equipa de Domingos Paciência beneficiou do golo marcado na derrota da primeira mão (1-2) na Luz. O jogo não foi bonito, mas foi intenso e bem disputado. O resultado aceita-se, mas o empate, que daria a passagem das águias, também não seria injusto.

Na equipa visitada, a grande novidade no onze inicial foi Márcio Mossoró, em vez de Leandro Salino. O que significou, em teoria, uma maior aposta no ataque de Domingos Paciência. Nas águias, Carlos Martins foi o número 10 de serviço, na ausência do castigado Pablo Aimar.

A primeira oportunidade de golo surgiu aos 11 minutos: excelente cruzamento de Miguel Garcia e Lima a desviar por cima da barra, antecipando-se a Jardel. A resposta das águias foi quase imediata, mas Artur Moraes estava atento e desviou para canto um livre directo de Carlos Martins.

Aos 19 minutos, o Sporting de Braga chegou à vantagem. Hugo Viana cobrou um canto de forma exemplar e exemplar foi também a forma como Custódio cabeceou para o fundo da baliza de Roberto.

O Benfica atacava mais, mas o Sporting de Braga era mais perigososo e à meia-hora Sílvio atirou de fora da área a rasar o poste. As águias tinham enorme dificuldade na construção de jogo e a bola não chegava a Saviola e Cardozo, que estavam desligados do resto da equipa. Uma das principais razões para esse facto foi o total apagamento de Carlos Martins e a falta de dinâmica dos alas, Gaitán e César Peixoto.

O Sporting de Braga atacava pouco e preocupava-se essencialmente em resguardar a defesa, sempre com grande concentração. Enfim, o jogo não estava propriamente bonito... A primeira oportunidade de golo dos encarnados em futebol corrido surgiu aos 32 minutos, com Javi Garcia a estar muito perto do empate, num lance muito confuso na área bracarense.

O Benfica carregou em busca do empate nos minutos finais do primeiro tempo. E Saviola ainda estará para tentar perceber como não marcou, isolado perante Artur Moraes. O seu remate acertou no poste, mas 'El Conejo' tinha tudo para fazer o golo. Nem pareceu de um jogador da sua classe...

Segunda parte intensa

Como se esperava, o Benfica regressou dos balneários a tentar puxar o Sporting de Braga para trás. Mas a equipa de Domingos foi tendo a situação relativamente controlada. Era um domínio das águias consentido...

Os primeiros minutos do segundo tempo foram até um pouco aborrecidos, sem lances de perigo junto das balizas. Jorge Jesus lançou Jara no lugar de César Peixoto aos 58 minutos tentando agitar as águas. E na primeira vez que tocou na bola, o ponta-de-lança que foi convertido em extremo nos últimos tempos ia marcando um golo de bandeira. O remate em arco, de fora da área, passou a centímetros do poste esquerdo de Artur Moraes.

Mas esse foi um lance esporádico. Os encarnados continuavam com enormes dificuldades em ligar o seu jogo e apostavam muito no futebol aéreo. E numa das poucas vezes em que o Sporting de Braga se aproximou da baliza de Roberto ia marcando, após excelente jogada individual de Mossoró.

Domingos Paciência começou a defender a magra vantagem a meio da segunda parte. Primeiro, fez entrar Salino para o lugar de Lima e depois Kaká (central) em vez do médio criativo Mossoró. E o Benfica ameaçava cada vez. Artur Moraes foi verdadeiro salvador ao defender remate fortíssimo de Gaitán e à entrada dos últimos 10 minutos, Jesus lançou Kardec, apostando no tudo ou nada.

O Sporting de Braga aproveitava algum espaço concedido e esteve muito próximo do 2-0, mas os remates de Hugo Viana foram detidos de forma espetacular por Roberto.

Mas a última oportunidade foi do Benfica. Coentrão (o melhor no Benfica) acelerou pela esquerda e a bola acabou por sobrar para Cardozo, mas o cabeceamento do paraguaio foi cortado em cima da linha de golo por Paulão.

E o Sporting de Braga continua a fazer história. Agora, o último rival, na final de dia 18 é de peso: o fantástico FC Porto! Mas com estes Guerreiros do Minho tudo é possível...

Quanto ao Benfica, se calhar há males que vêm por bem. Pelo menos na opinião de muitos adeptos benfiquistas, que defendiam ser preferível ser eliminado em Braga do que jogar outra vez com o FC Porto...

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