Villarreal-FC Porto: Dublin, aqui vamos nós! (CRÓNICA)

Ponto prévio. O Villarreal é, de facto, uma grande equipa, com muito futebol, e não foi o culpado da sua eliminação. O FC Porto está em Dublin por mérito próprio, fruto de um trabalho que dificilmente poderia ter tido outro destino, apesar da derrota.

Em mais um jogo cheio de golos, o FC Porto sofreu a quarta derrota da temporada, perdeu o primeiro jogo fora de casa e sofreu pela primeira vez três golos. Teve em Helton o melhor em campo, mas marcou dois golos que deixaram o Villarreal morrer na praia. Hulk e Falcao, as duas grandes figuras do plantel, foram os autores da proeza.

A vantagem da primeira-mão era gorda, mas André Villas-Boas levou a sério a crença dos espanhóis numa “remontada”. E que era bem real. Adivinhava-se com o infernal ambiente no El Madrigal e confirmou-se com uma entrada fortíssima em campo.

Infernal Madrigal

Villas-Boas, um céptico no que a facilidades diz respeito, repetiu o onze da primeira mão. Moutinho incluído, pois claro, e também Rodríguez, talvez o mais perigoso até se lesionar a meio do primeiro tempo.

Já Garrido surpreendeu, deixando Borja Valero e Marchena de fora e desviando Nilmar para uma ala. Numa equipa super-ofensiva, Marco Rúben fazia dupla com Rossi, e logo nos minutos iniciais mostrou para o que vinha, com dois cabeceamentos perigosos em antecipação à defensiva montada por Villas-Boas.

O Villarreal entrou como se esperava. Forte e com pressa de marcar. Ao FC Porto, valia Helton, que tirou o pão da boca a Marco Rúben – como o Villareal ganhou presença na área com este brasileiro – e Cani, logo nos primeiros dez minutos. Estes dois haveriam de fabricar o primeiro golo do jogo, pouco depois, mas com posição duvidosa do primeiro.

Cani voltava a marcar aos dragões, que, sem qualquer domínio do meio-campo e a dar espaços na própria grande área, só ripostavam de forma esporádica. A desvantagem de um golo apenas era curta para o vendaval de futebol ofensivo produzido pelo submarino amarelo, revitalizado depois dos cinco golos sofridos no Dragão.

A traição de Musacchio

A quebra só aconteceu perto do intervalo, quando o remate torto e fraco de Hulk (após grande jogada, diga-se) bateu nas pernas de Musacchio e traiu Diego López. Ainda antes do apito, Hulk poderia ter dado a volta, mas desta vez López não deixou.

O Villarreal chegou ao intervalo a cinco golos de Dublin. E se começou a segunda parte com nova grande oportunidade, desta feita para Nilmar, a verdade é que logo de seguida ficou a uns impossíveis seis golos da capital irlandesa, porque Falcao voltou a resolver na cara de Diego López, assistido por Guarín.

O FC Porto geriu, a partir daí, o encontro a seu bel-prazer, contando com o capitão Helton para os momentos mais difíceis: o brasileiro teve intervenções de grande nível, respondendo da melhor forma a Marco Rúben, Cani, Rossi, Nilmar, ou Cazorla. Só não chegou para parar o remate de Capdevila, que, sozinho na área, encheu o pé e fez o empate aos 75’, logo após Rossi ter mandado uma bola ao poste, nem à grande penalidade convertida pelo italiano, que confirmou a segunda reviravolta no marcador.

Dublin é portuguesa!

No final de contas, e depois de uma goleada caseira que foi absolutamente decisiva, o FC Porto mostrou maior eficácia e cabeça fria quando se viu, por duas vezes na eliminatória, em desvantagem. À terceira, já a eliminatória estava na mão.

O Villarreal teve muito futebol nos pés, quiçá durante mais tempo do que os dragões, mas pecou na finalização… e encontrou, provavelmente, o melhor Helton de sempre. O submarino ainda voltou, por breves momentos, à superfície, mas o FC Porto afundou-o de vez.

No dia 18 de Maio, Dublin é portuguesa!

Acompanhe os artigos do Relvado no Facebook e no Twitter.