Olhanense 0-3 FC Porto: Venham mais 4 rumo ao título

Num duelo entre duas equipas invencíveis em casa, prevaleceu a que também é invencível fora dela. 3-0 foi um resultado que ilustra a justiça da vitória portista, mas que mascara as dificuldades que o FC Porto teve ao longo de 67 minutos.

Faquirá tinha garantido a equipa nos moldes habituais; André Villas-Boas nem precisou de o fazer. E no que toca a mudanças, só na lateral direita: Sapunaru por Fucile nos azuis-e-brancos, João Gonçalves por Suaréz no Olhanense.

Muito concentrada e sólida a defender, a equipa de Olhão fartou-se de criar problemas aos dragões.

Ameaçar quebrar jejum a todo o gás

E se Djalmir e companhia nada davam que fazer a Rolando e Otamendi, o mesmo não se pode dizer de Hulk, que entrou cheio de vontade de desfazer o jejum que durava há seis jogos. Uma, duas, três oportunidades para o brasileiro, só na primeira parte. Sempre perigoso, mas ineficaz. Seria assim até final.

E a primeira parte foi decorrendo, com algum ritmo – o ritmo de Hulk, claro - mas pouca história, até porque os leões de Olhão pouco davam que fazer à defensiva portista.

A leitura de jogo de Villas-Boas

Na etapa complementar vieram os golos. André Villas-Boas supreendeu, mexendo ao intervalo. E em boa hora o fez. Percebeu a má forma de Varela e deu nova oportunidade a James, tirando ainda Sapunaru para dar lugar a Fucile, um lateral mais ofensivo, que catapultou o número de cruzamentos vindos da direita. A ideia era dar um abanão no jogo sem mexer na estrutura.

O Olhanense até entrou melhor, mas o tempo daria razão ao jovem técnico, que veria James corresponder em pleno à aposta. O ritmo e a eficácia do colombiano até esconderam o desaparecimento de Hulk. O brasileiro só se viu, aliás, quando recebeu o quinto amarelo da época, que o deixa de fora do próximo jogo, e aos 90’, quando deu um golo a Falcao e falhou escandalosamente outro antes do apito final.

Saltemos até ao minuto 67, onde começa realmente a história do jogo. O primeiro é sempre o mais difícil... E o segundo vem logo a seguir. Assim se pode descrever a segunda parte, que marca o regresso aos golos de Belluschi e Falcao.

O Olhanense dava boa réplica e parecia estar a esgotar o adversário, mas eis que, aos 68’, James leva a bola até ao peito de Belluschi. Sem nunca a deixar cair, e de primeira, o argentino desferiu o primeiro tiro mortal para o Olhanense, que haveria de ser derrotado em casa pela primeira vez esta época.

Para confirmar o cenário, bastaram dois minutos. Foi este o tempo que demorou Falcao – ele que aos 51’ tinha atirado ao poste e que tinha visto Carlos Fernandes tirar a bola já dentro da baliza - a perceber como decidir o jogo de vez. Recebeu outra vez de James, rodopiou sobre três adversários e voltou a bater o guardião da turma algarvia, resolvendo o que já começava a ser um problema.

Seria também Falcao a fechar o resultado, em cima da hora, na recarga a uma iniciativa de Hulk que Batista não conseguiu travar. O mesmo Hulk ainda teria tempo de correr meio-campo, mas voltou a falhar em frente ao guarda-redes.

No final, uma vitória justa diante de um adversário digno, mas insuficiente. O FC Porto segue rumo ao título e espera agora o resultado da recepção do Benfica ao Marítimo a uns longínquos 11 pontos de distância. Venham mais quatro, dirá Villas-Boas.