Sporting-Sp. Braga: leões de uma eficácia tremenda (crónica)

Um Sporting menos brilhante que o habitual, mas tremendamente eficaz, derrotou este domingo o Sporting de Braga na quarta eliminatória da Taça de Portugal e apurou-se para a ronda seguinte da competição. Os bracarenses falham um dos objetivos confessos da época, mas saem com a consciência tranquila. O público, em Alvalade e em casa, assistiu a um bom jogo de futebol. E o Benfica que se cuide no próximo fim-de-semana: estes leões sabem muito bem o que devem fazer em campo.

Rapidamente se percebeu que este iria ser um jogo com pouco meio-campo. Ambas as equipas surgiram determinadas a aproveitar a velocidade dos seus flanqueadores. Capel, pelo Sporting, era um perigo à solta, bem secundado por Matías Fernandez no outro lado do campo; Lima, Alan e Hélder Barbosa davam que fazer ao setor recuado da equipa da casa.

As boas jogadas de ataque – e consequentes contra-ataques – sucediam-se de parte a parte, podendo qualquer uma das equipas marcar. Mas os leões foram mais eficazes. Capel fez levantar as bancadas pela primeira vez aos 14 minutos, a centro de van Wolfswinkel, depois de uma jogada rápida de Matías. A defesa bracarense parou a pedir fora de jogo e o pequeno espanhol teve tempo de driblar o guarda-redes Berni.

Sporting de Braga melhor até ao intervalo

Os homens de Leonardo Jardim não acusaram o toque e intensificaram até as iniciativas atacantes. Mas foi o Sporting a aumentar o resultado, aos 21 minutos. Um livre direto apontado por Matías obrigou o guardião bracarense a defender para a frente. A bola esbarrou em Insúa e entrou.

A perder por 2-0, sem merecer um castigo tão pesado, o Sporting de Braga arregaçou ainda mais as mangas, pegou no jogo e até ao intervalo assistiu-se ao melhor período dos visitantes. Hugo Viana levava a equipa para a frente, Alan, Lima e Hélder Barbosa tentavam por todos os meios ultrapassar a concentrada defesa do Sporting. Sem sucesso. Uma defesa por instinto de Rui Patrício, aos 44 minutos, a remate de cabeça de Paulo Vinícius, levou o resultado de 2-0 para os balneários e ilustrou na perfeição a toada do encontro.

Escorregão de Ewerton foi determinante

A segunda parte começou praticamente com a expulsão de Elderson, facto decisivo do jogo. O defesa bracarense viu-se obrigado a impedir a progressão de Elias, que seguia isolado para a baliza após uma escorregadela de Ewerton o ter deixado isolado.

Se os minhotos estavam a ter dificuldades em vencer a organização dos homens de verde, com menos um jogador, mais difícil se tornou. Mas a verdade é que nunca baixaram os braços e enquanto tiveram forças o desequilíbrio numérico pouco se notou.

A partir do meio da segunda parte, aí sim, o desgaste dos visitantes tornou-se mais evidente. Um excelente remate do recém-entrado Paulo César ao poste, aos 68 minutos, foi o canto do cisne.

Domingos mexe na altura certa

As mexidas de Domingos Paciência no onze, fazendo entrar Carrillo e Carriço no momento certo, ajudaram a que o Sporting terminasse o encontro na mó de cima. Aos 86 minutos, o peruano atirou uma bomba à barra, falhando por milímetros o 3-0. Que, a acontecer, seria castigo demasiado pesado para o Sporting de Braga, pelo muito futebol que mostrou em Alvalade.

O treinador da casa terminou o encontro a cumprimentar e abraçar alguns dos seus antigos pupilos em Braga. Afinal, ainda há meia dúzia de meses estava com eles na final da Liga Europa.