FC Porto 1-2 Nacional: Em 2010 correu melhor!

É inevitável começar por aqui: com o ano novo vieram novas sensações para o FC Porto. Ao 27º jogo da época, a equipa treinada por André Villas-Boas caiu.

Foi para a Taça da Liga, é certo, mas isso não altera a cara de poucos amigos do técnico portista no final da partida que coloca os dragões no último lugar do grupo A, juntamente com o Beira-Mar, que também perdeu por 2-1. Será justo dizer que o resultado não reflecte em nada o que se passou no campo, apesar de os da casa terem sido tudo, menos brilhantes.

O FC Porto surgiu mudado, mas não muito. Kieszek, Sereno e Rúben Micael saltaram para o onze, tal como Walter e Rafa, algo que a ausência dos lesionados Falcao e Álvaro Pereira da convocatória facilmente deixava antever. A falta de extremos também anunciava nova titularidade para James Rodriguez.

O Nacional, como prometido, apresentou-se no Dragão sem poupanças, estendendo-se no relvado no mesmo 4x3x3 dos azuis-e-brancos, mas com uma postura (muito) defensiva. A aposta pontual no contra-ataque, para aproveitar a velocidade de Diego Barcellos, até podia ter tido resultado aos 22 minutos, quando o brasileiro apareceu sozinho frente a Kieszek, mas rematando fraco e à figura do polaco.

FC Porto domina e Bracalli descansa

O FC Porto foi dominador desde o início mas não criava oportunidades. Com Walter lento e desaparecido e James a explorar em demasia a zona central – perdendo-se no meio da teia montada por Jokanovic -, o FC Porto mostrava-se pouco capaz de criar perigo. Até porque, à esquerda, o poder ofensivo de Rafa não faz esquecer o de Álvaro Pereira.

Sobrava o capitão Hulk, que tentava furar uma e outra vez, mas sempre muito desacompanhado – e muito marcado. Nos primeiros 45’, o FC Porto só rematou de meia-distância, quase sempre pelo brasileiro. Sem grande pontaria, diga-se.

A primeira parte foi passando sem que o FC Porto conseguisse chegar à área de Bracalli. Não só o ataque estava desinspirado, o meio-campo também não tinha o perfume de outros tempos. Apesar de Guarín, o antigo mal-amado que agora arranca aplausos do Dragão.

E tudo muda no segundo tempo…

O segundo tempo começa com uma grande oportunidade para o FC Porto, mas… na sequência de mais um remate de longe de Hulk, que Bracalli defendeu. Os “azuis-e-brancos” apareceram, ainda assim, mais incisivos, fruto de um adiantamento de Guarín, que se “colou” aos dois interiores.

Sem deslumbrar, o FC Porto viu-se bafejado pela sorte aos 62 minutos. Num lance aparentemente inofensivo, Felipe Lopes agarra Walter na área. Olegário Benquerença apita após indicação do auxiliar. Como tem sido hábito, Hulk não perdoou.

O FC Porto até melhorou depois do golo. Sem Fucile, lesionado, e com Sapunaru, que até entrou bem, os dragões assumiram de vez o 4x3x3, encostando James à esquerda. Os lances de perigo foram-se sucedendo e os da casa ameaçavam o segundo.

“Obrigado, Kieszek”, diz Anselmo

Mas afinal, quem chegou ao golo, para espanto geral, foi o Nacional, aos 78’, num tento de Anselmo que merecia ser atribuído a Kieszek. Um autêntico frango do polaco, que largou um cruzamento fácil para os pés do jogador alvinegro, que tinha acabado de entrar.

Mas se um golo da equipa que abdicou de atacar já era surpresa, o choque total veio aos 84’. Um ataque raro decidido por dois suplentes – Jokanovic também bateu Villas-Boas neste domínio -: cruzamento de João Aurélio e Anselmo, outra vez ele, a cabecear sozinho e a fazer o segundo do Nacional e da sua conta pessoal.

O FC Porto ainda tentou o empate, mas nem chegou lá perto.

O Nacional pouco ou nada fez por merecer o resultado com que saiu do Dragão. Mas não há volta a dar: começou 2011 e acabou a invencibilidade do FC Porto.

Fotos: Lusa