A infelicidade de Cherbakov

"Não deveria um clube tão nobre e diferente como o SCP tratar os seus atletas de outra forma?" A ironia contida nesta frase não tem razão de ser. O Sporting é, de facto, diferente, como diferentes são os portistas e os benfiquistas. Só que uns são diferentes de uma maneira e outros de outra... Diferentes somos todos, e eu digo, graças a Deus! Quanto ao Cherbaacov, ele teve dois acidentes, um com o carro e outro quando se armou em parvo e resolveu passar a acusar o Sporting em todas as entrevistas que dava, como se o Sporting lhe devesse alguma coisa. O Sporting não deve nada ao Cherba, porque lhe pagou até ao último tostão até à data do acidente. A partir desse momento, as responsabilidades eram da companhia de seguros que, ao que parece, lhe terá também pago tudo. Acontece que o Presidente do Sporting, com pena do infeliz jogador, disse que lhe continuaria a pagar os salários como se ele não estivesse já a receber pelo seguro. Surgiu, no entanto um problema de tesouraria nessa altura, tendo o clube passado a ter salários de jogadores em atraso. Naturalmente, quando não há dinheiro para pagar aos jogadores no activo, muito menos haveria para o Cherba. Ele devia ter ficado calado e esperar pela sua vez para receber o que lhe tinham prometido. Mas não! resolveu ir na conversa dos jornalistas e do seu empresário e, ainda não tinham passado dois meses, apareceu logo uma primeira entrevista em que acusava o Sporting de nunca mais lhe ter dado nada. A partir daí, era rara a semana em que ele não era entrevistado e cada vez as suas acusações ao clube eram mais fortes. Naturalmente, por muito boa vontade que houvesse, ela acabou por desaparecer. Tenho muita pena do meu querido Cherbakov, mas ele, de facto, portou-se muito mal neste aspecto.

O Sporting nada tem a ver com a parte do contrato por ele não cumprida em virtude de, numa noite de farra e alcool, ele acabar por ter tido um acidente de transito na Avenida da Liberdade em Lisboa passando desde aí a ficar inutilizado para o futebol. Mal de qualquer empresa que tivesse de continuar a pagar os ordenados aos seus funcionários a partir do momento em que eles por culpa própria se inutilizassem para continuarem a trabalhar.