Convocados do Sporting para a recepção ao Belenenses

pára de ser levado ao colo pelos proenças? Wtf?

Como ser bestial e besta simultaneamente
É reconhecida a capacidade de Jorge Jesus pôr as suas equipas a jogar bem em pouco tempo. Sucedeu assim com o Benfica na sua primeira temporada à frente do clube, e sucede agora com o Sporting. Se na primeira temporada no Benfica Jorge Jesus tinha uma equipa de topo, mas não o mesmo onze que tivera no ano anterior, e ainda assim conseguiu colocar a equipa a jogar bom futebol, no Sporting porém a situação foi diferente, consistindo o Sporting praticamente do mesmo onze do ano passado. Se nos ativermos ao onze do último jogo (Sporting x Belenenses), só dois não constavam do onze do ano passado: Brian Ruiz e João Pereira. De resto, é o mesmo onze. Nem sempre tem sucedido assim, pois têm jogado Naldo e Teo. Contudo, mesmo com estes quatros que o ano passado não jogavam, o núcleo duro do ano passado manteve-se. Mas os quatro que entraram este ano no onze são mais fracos que os do ano passado. Cédric era melhor que João Pereira; Nani, sem embargo das suas displicências, era melhor que Ruiz; Naldo é inferior a Ewerton; Teo não é melhor que Montero. E sendo assim, mesmo com jogadores mais fracos, Jorge Jesus conseguiu pôr o Sporting a jogar melhor futebol que a equipa de Marco Silva, e além disso a ganhar, que é o mais importante de tudo.
Não obstante esta rara qualidade de Jorge Jesus, o que o torna bestial, não deixa de ser uma besta (num sentido não pejorativo), pois tem o hábito irritante de insistir em jogadores que não rendem, apostando neles mais pelo nome do que pelo valor (ex. Roberto, Teo, etc.), com o prejuízo que advém para as equipas. Ou ainda, se quisermos esticar, a insistência teimosa em jogadores cujo valor é inferior aos seus concorrentes mas que por capricho narcísico teima em insistir neles a fim de poder dizer que foi ele que os lançou (por exemplo, Gelson, que é inferior a Mané e Matheus). Assim se é besta e bestial ao mesmo tempo.
Mau grado estas teimosias, Jorge Jesus tem a estrelinha que o acompanha sempre, como fora hoje no jogo contra o Belenenses, em que beneficiou de um penalti (limpinho, limpinho, limpinho) mesmo ao cair do jogo. Estrelinha que não é apenas sorte mas igualmente a sua capacidade em colocar as equipas a jogar ao ataque, o que faz com que ganhe vários penaltis (já assim foi no Benfica e é-o agora no Sporting).
Por falar em penaltis, rematando este texto: Julen Lopetegui falou que o Sporting ganhou ao Tondela com um penalti no fim do jogo, e salientou o facto de o Porto não ter ainda nenhum penalti assinalado a seu favor. Ora, não é pois por um treinador dizer que o Porto, sua equipa, não tem nenhum penalti a seu favor que faz com que eles tivessem existido mas não foram marcados – que foi o que Lopetegui quis fazer parecer (falaciosamente). Na verdade, segundo a liga real de Rui Santos, o Porto ainda não teve penaltis não assinalados a seu favor porque não houve sequer penaltis suscetíveis de serem marcados. De igual forma, o Sporting teve imensos penaltis a seu favor porque houve vários penaltis que resultaram da sua forma atacante de jogar. Não é pois pelo facto de um treinador dizer que não houve penaltis a seu favor que decorre a conclusão de que o Porto não teve penaltis marcados porque os árbitros não quiseram. Não teve porque não houve penaltis de facto a seu favor ainda, resultado de um futebol de passe para o lado e medíocre as mais das vezes. Da mesma forma, não é por um treinador dizer que o Sporting teve este ou aquele penalti no último minuto que decorra a conclusão de que o Sporting tem sido beneficiado. Para isto basta ver a liga real acima mencionada.
O futebol é hoje jogado fora de campo, com este tipo de declarações a pretender deslegitimar uns e desculpar outros. Por isso convém que os adeptos não caiam neste tipo de jogos de perdedores e saibam analisar os factos, que são os únicos que legitimam as coisas como elas são.
O bestial Jesus, o besta Lopetegui, ou o bestial Lopetegui e o besta Jesus, eis como ser duas coisas ao mesmo tempo.