Afinal, qual é o problema do Sporting?

A derrota no Estádio da Luz trouxe a confirmação: o Sporting não vai conquistar qualquer troféu na presente temporada.

No campeonato, de facto ainda é matematicamente possível, mas nem essa "miragem" vai durar muito porque, se o FC Porto vencer no sábado o Vitória de Guimarães, a distância para o líder passará a ser de, no mínimo, 26 pontos, a oito jogos do final. Ou seja, à 22ª jornada o Sporting deverá ficar já matematicamente arredado do título.

Ainda no que diz respeito à liga portuguesa, o segundo lugar também é outra "miragem", devido aos 18 pontos que separam os dois rivais de Lisboa. Por isso, a manutenção do terceiro lugar e apuramento (novamente) para a próxima Liga Europa é mesmo o objectivo que resta.

Melhor fase foi... no Natal

Ao longo da temporada, o Sporting nunca conseguiu uma série regular de vitórias digna de destaque. Curiosamente, a melhor fase dos "leões" no campeonato foi na época natalícia. Entre meados de Novembro e início de Janeiro, foram quatro vitórias e pelo meio apenas um empate, contra o FC Porto - a última vez que os líderes perderam pontos.

Derrota na Taça de Portugal

No entanto, as três vitórias consecutivas que se seguiram à recepção aos portistas foi mesmo a melhor fase do Sporting. Além disso, no mesmo período surgiu a eliminação da Taça de Portugal perante o Vitória de Setúbal, em Dezembro, ainda nos oitavos-de-final da competição.

Uma semana, duas eliminações

Enquanto FC Porto e Benfica confirmavam, jornada após jornada, o estatuto de melhores equipas em Portugal, a esperança dos sportinguistas residia na conquista da Taça da Liga e, numa hipótese mais remota, na Liga Europa.

Dois objectivos desfeitos numa semana: na passada quinta-feira um golo nos descontos qualificou o Rangers em Alvalade e, esta quarta-feira, mais um golo no período de compensação colocou o Benfica na final da Taça da Liga.

Desmembramento dos "ex-Mourinho"

O Sporting começou a temporada com vários elementos ligados aos "anos de ouro" de José Mourinho em Portugal, quando este liderou o FC Porto entre 2002 e 2004: no campo estavam Pedro Mendes, Maniche e Hélder Postiga, na estrutura do clube constavam Costinha e Nuno Valente. Todos eles jogadores liderados por Mourinho, pelo menos, numa das épocas referidas.

No entanto, essa "herança" algo curiosa, que poderia ser importante para o clube, não resultou. Pedro Mendes tem sido acompanhado por lesões constantes, Maniche começou a ser opção intermitente, Costinha foi embora e Nuno Valente não parece entrar nas contas para a nova equipa técnica. "Salvou-se" Postiga, que tem sido um dos melhores elementos no plantel.

Demissões, Liedson e bolas ao poste

A liderança "à Pinto da Costa", como era desejo de José Eduardo Bettencourt, não se verificou e o presidente viria mesmo a demitir-se, já no início deste ano. Seguiu-se Costinha, depois o treinador Paulo Sérgio.

O afastamento do director para o futebol leonino deveu-se sobretudo a algumas palavras do ex-jogador sobre a venda de Liedson ao Corinthians. Uma saída que originou lágrimas em Alvalade e deixou a equipa sem a sua maior referência ofensiva, que havia chegado a Lisboa em 2003.

Dentro de campo, alguns queixam-se da constante falta de sorte: já se perdeu a conta às bolas enviadas aos ferros - estão quase a chegar às trinta, só esta época - e agora juntou-se o "factor descontos", depois das eliminações frente a Glasgow Rangers e Benfica já no período de compensação de cada partida.

Muitos adeptos e críticos do futebol elogiam a aposta do Sporting em jogadores portugueses e, mais do que isso, em atletas formados no clube, mas isso está longe de resultar desportivamente.


No meio de tanta agitação, o leitor decide: qual é o maior problema do Sporting este ano?