Sporting-Marítimo: leões já cheiram a Taça (crónica)

Uma entrada de leão na segunda parte do jogo com o Marítimo colocou o Sporting cada vez mais perto de chegar ao Jamor, onde terá lugar a final da Taça de Portugal. Esta quinta-feira, os homens de Domingos Paciência conseguiram dar a volta a um adversário complicado e acabaram o jogo em grande estilo. O 3-0 final até poderia ter sido mais dilatado.

A primeira parte não deu indícios, no entanto, para o que se iria seguir após o intervalo. Grande parte dos primeiros 45 minutos foram previsíveis, para quem está habituado a ver estas duas equipas na presente temporada: o Sporting a atacar muito pelas alas, mas nem sempre bem, e o Marítimo irrepreensível a defender e a tentar aproveitar a rapidez dos seus homens da frente para pôr os homens da casa em sentido.

Mas a verdade é que o onze que veio da Madeira foi menos perigoso e eficaz do que em exibições anteriores. As várias ocasiões em que na primeira parte ganharam bolas no meio-campo do Sporting foram sempre desperdiçadas pela pouca qualidade do último passe. Sami, em particular, não esteve nos melhores dias.

Pelo contrário, do outro lado do campo Carrillo pôs a cabeça em água dos adversários, com o seu repentismo e velocidade. Quando dominar a arte de libertar a bola no timing correto, este peruano de 20 anos será um caso sério. Fora ele, pouco Sporting se viu nos primeiros 45 minutos.

Foi assim, com Carrillo a desequilibrar, que surgiram as poucas ocasiões de golo na primeira parte. A mais flagrante, aos 24 minutos, teve contudo outros protagonistas – André Martins, desmarcado por Wolfswinkel, acertou na trave da baliza à guarda de Ricardo. Antes, já Carriço, lesionado, tinha sido rendido por André Santos.

A primeira parte terminou com dois lances polémicos. Aos 44 minutos André Martins parece ser derrubado na grande área, num lance de decisão difícil em que o árbitro nada assinalou, e um minuto depois Wolfswinkel dá uma pisadela em João Guilherme. Era agressão.

Ralhete ao intervalo resultou

Não sabemos o que Domingos Paciência disse no balneário aos seus jogadores, mas os leões reapareceram transfigurados. A mudança foi mais evidente em Schaars, que de ausente passou a ser um dos melhores em campo.

O golo cedo, logo aos 48 minutos, também ajudou. E que golo! Carrillo estreou-se a marcar de verde e branco com um golpe de cabeça à ponta-de-lança, concluindo um cruzamento da esquerda de Capel.

Sete minutos depois, Rossi derrubou Wolfswinkel e foi bem expulso. Mais uma vez, o Marítimo não chegava ao fim com 11 jogadores. Na concretização da grande penalidade, o avançado holandês falhou, atirando ao poste.

Mas o Sporting da segunda parte, mais rápido e com mais um jogador, estava imparável. Aos 59 minutos, novo penálti, a castigar falta sobre Carrillo, o homem do jogo. Desta vez, Wolfswinkel não falhou.

O 3-0, por Insúa, aos 82 minutos, acabou por ser natural, tal era o desnível das duas equipas por essa altura. E mais golos poderia ter havido até final.

O Sporting chega ao fim do ano com um resultado moralizador e a praticar bom futebol. O embate com o FC Porto, na próxima jornada da Liga Zon Sagres tem tudo para ser um clássico cheio de emoções.