Bastou um lance "à Falcao" (CRÓNICA)

O FC Porto fez valer o estatuto de favorito e conquistou a Liga Europa, ao vencer o Sporting de Braga por 1-0. No cômputo geral, não se pode considerar que os azuis e brancos tenham sido melhores numa partida típica para empate. O equilíbrio foi a nota dominante num encontro muito tático e com apenas duas oportunidades de golo para cada lado. Mas quem tem Falcao...

É o sétimo troféu europeu dos azuis e brancos, depois da conquista de duas Taças/Ligas dos Campeões, uma Taça UEFA, duas Taças Intercontinentais e uma Supertaça. E confirmou-se a tradição: sempre que FC Porto e Sporting de Braga se encontram em finais, os dragões levam a melhor (quatro vitórias e um empate, este último quando a Supertaça portuguesa ainda se resolvia a duas mãos). E claro, Villas Boas, com 33 anos, tornou-se o mais jovem técnico de sempre a vencer um troféu europeu.

André Villas-Boas e Domingos Paciência não reservaram surpresas para as equipas iniciais. Nos arsenalistas, havia apenas algumas dúvidas no trio do meio-campo. Custódio foi o escolhido, com Mossoró e Salino a ficarem no banco dos suplentes.

A final era portuguesa, mas de início alinharam apenas sete futebolistas lusos, com a curiosidade de Sílvio e Rolando serem os únicos que não foram formados no Sporting.Varela, Moutinho, Miguel Garcia, Custódio e Hugo Viana foram todos "fabricados" em Alvalade ou Alcochete, Custódio apenas no último ano como júnior.

O Sporting de Braga foi a primeira equipa a criar perigo. Logo aos 3 minutos, Custódio surgiu em boa posição para marcar, mas desta vez não foi herói, ao contrário do sucedido nas meias-finais, com o Benfica. Mas a resposta portista foi imediata, com o "tanque" Hulk a fazer uma jogada deslumbrante, concluída com remate a rasar o poste.

Não houve surpresas nos onzes, tal como não houve surpresas na forma como as equipas abordaram o desafio: mais incisivo e atacante o FC Porto; calculista e na expetativa o Sporting de Braga, mas sempre à espreita do contra-ataque, apostando nos passes longos de Hugo Viana e na velocidade de Lima.

Domingos não estava totalmente satisfeito com a atitude dos seus jogadores e pedia mais agressividade. Aos 24 minutos, Hugo Viana levou demasiado à letra esse desejo do seu técnico e teve uma entrada muito dura. O que lhe valeu foi que ainda acertou na bola, senão o cartão poderia ter sido vermelho em vez de amarelo... E logo a seguir, Sílvio teve entrada "assassina" sobre Hulk. Esta era mesmo para vermelho, mas o árbitro mostrou-lhe igualmente o amarelo.

Aparece 'El Tigre'

Oportunidades de golo...nem vê-las, tirando as de Custódio e Hulk nos primeiros minutos.

O FC Porto não se lançava de forma desenfreada no ataque e sempre que o perigo se aproximava da baliza de Artur Moraes, estava lá Paulão, verdadeiramente imperial, à semelhança do que sucedeu na meia-final com o Benfica. Quem ia deitando tudo a perder foi Artur Moraes, ao chutar contra Falcao. Para sua sorte, a bola saiu ao lado.

Todos pareciam estar satisfeitos com o nulo. Todos menos Falcao, que não deixou que as duas equipas fossem para o intervalo empatadas. Rodríguez perdeu a bola para Guarín, este cruzou na perfeição e 'El Tigre' atirou para o fundo da baliza com um dos seus cabeceamentos fantásticos. Bastou-lhe uma oportunidade para faturar... Foi o 17.º golo de Falcao na Liga Europa e o 20.º em 24 partidas das competições europeias!

Mossoró não é Falcao

Domingos Paciência fez duas substituições no recomeço, colocando Kaká e Mossoró nos lugares de Hugo Viana e Mossoró. E este último quase marcou na primeira vez que tocou na bola. Fernando teve uma perda de bola incrível e o médio recém-entrado falhou na cara de Helton. Falcão, uns minutos antes e num lance mais difícil, não desperdiçou. São estes pormenores que fazem a diferença...

O Sporting de Braga estava com uma atitude mais ousada, muito por culpa de Mossoró, um jogador bem mais rápido que Hugo Viana e que jogava mais próximo de Lima, que assim tão estava tão desapoiado.

No entanto, excetuando o tal lance de Mossoró, a equipa de Domingos não conseguia criar perigo junto da baliza de Helton e o por isso o técnico de 41 anos lançou Meyong no lugar de Lima, na tentativa de impor uma maior presença na área. André Villas-Boas respondeu, refrescando o meio-campo com a entrada de Belluschi para o lugar de Freddy Guarín e o ataque, fazendo entrar James Rodríguez em vez de Varela.

Entretanto, o árbitro espanhol Carlos Carballo perdoou o segundo amarelo a Sapunaru a 20 minutos do final, após falta dura sobre Sílvio, o que provocou a fúria nos minhotos, em especial do capitão Vandinho.

Até ao final, o Sporting de Braga não voltou a importunar Helton e o FC Porto conservou a vantagem sem grandes dificuldades.

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