Ronaldo marca 4 em Sevilha

Num dia em que o desporto espanhol amanheceu consternado pela perda de Severiano Ballesteros, nome grande do golfe de "nuestros hermanos" e um dos maiores talentos que alguma vez pisou um green, o Real Madrid deu mostras de querer lutar até final por uma Liga virtualmente perdida.

Se golos fossem pontos, o Barcelona iria passar esta noite em sobressalto depois do 6-2 com que os merengues esmagaram o Sevilha em pleno Sanchez Pizjuan, um terreno tradicionalmente difícil da Liga espanhola, mas que esta época mais parece um campo de uma equipa amadora e que nada tem a ver com o conjunto que venceu duas Taças da UEFA e um Copa do Rei. O desacerto dos locais e a versão mais demolidora de Cristiano Ronaldo foram destaques numa noite quente no Sul de Espanha.

O madeirense foi o melhor em campo não só pelo que produziu, mas porque assim tem que ser quando alguém marca quatro golos. Grande noite de Ronaldo em Espanha, depois de três semanas vividas debaixo de intensa pressão mediática e de um saldo negativo de um golo em quatro jogos com o Barcelona.

Há vida além do clássico

Ultrapassado o trauma das arbitragens e dos encontros com o eterno rival, os merengues entraram em campo a sofrer a pressão de um Sevilha que “mordia” os calcanhares dos jogadores do Real. No entanto, a atitude durou pouco e paulatinamente começaram a surgir ocasiões de perigo junto à baliza de Javi Varas, que viu Benzema e Ronaldo ameaçar o golo.

O cântaro tanto foi à fonte que pouco depois lá ficou. Aos 21 minutos, Sérgio Ramos, produto das camadas jovens dos sevilhanos e que rendeu 27 milhões ao clube em 2005, foi o autor do 1-0 após responder com eficácia a um canto.

A partir daí os golos contam uma história em que os protagonistas principais vestiram todos de negro, cor do equipamento alternativo do Real Madrid. Ainda na primeira parte Cristiano Ronaldo ameaçou uma primeira vez ao atirar ao poste, mas à meia hora o internacional português não falhou e fez o 2-0. O intervalo não chegaria sem o terceiro dos madrilenos, que chegou por intermédio de Kaká e o contributo de Ozil.

Ronaldo Show

O melhor em campo! É difícil ser mais claro sobre a exibição de Cristiano Ronaldo, que durante a segunda parte semeou o pânico na defesa do Sevilha. Os minutos 64, 70 e 76 fizeram o madeirense atingir os 34 golos marcados na Liga, o que coloca Ronaldo como Pichichi do campeonato à frente de Messi (que tem 31).

Se no Real brilhou Ronaldo, o Sevilha teve Negredo como o goleador de serviço. O avançado formado no Real Madrid e que nunca teve uma oportunidade no Santiago Barnabéu, bisou na partida (60 e 84 minutos) e amenizou a derrota, isto depois de ter facilitado no lance do 1-4.

Depois das vitórias europeias do Sp. Braga e do FC Porto, o Sanchez Pizjuan voltou a ser talismã para um português, que fica diretamente ligado à maior goleada de sempre sofrida pelo Sevilha a jogar em casa.

Uma nota para a “afición” sevilhana, que mesmo a perder por quatro golos de diferença nunca deixou de dar espetáculo durante os 90 minutos. Eles eram cânticos, coreografias e muita alma andaluza no apoio a uma equipa que não soube estar ao nível do que se passou na bancada.

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