Messi arrasa Atlético de Quique Flores

Do Barcelona já se disse quase tudo. Que os jogos aborrecem de tão fáceis que são, que parece uma equipa de Playstation ou então aquele grupo de miúdos lá da escola que fintava todos e nunca perdia um jogo no recreio.

Nada disto deixa de ser verdade, mas convém não abordar os jogos da equipa de Pep Guardiola em tom desprestigiante, já que semana após semana o Barça tem provado que a criatividade não tem limites, que o jogo bonito não cansa e que o hábito ‘culé’ de ganhar faz com que as equipas entrem no Camp Nou já derrotadas.

O Atlético de Madrid foi uma dessas equipas, entrando na catedral blaugrana demasiado recuado e com Kun Aguero sozinho no meio da defesa contrária. Forlán ficou no banco e dessa crítica Quique Flores não se vai livrar, já que um avançado como o uruguaio nunca está a mais, especialmente num conjunto no qual não abundam as soluções ofensivas.

Tiago foi titular e alinhou os 90 minutos, mas no frente-a-frente com Xavi, Busquets e Iniesta perdeu aos pontos.

Três ‘olés’ de Messi

Nos últimos 20 anos não houve um jogo entre Barcelona e Atlético que deixasse alguém indiferente. Duas vitórias colchoneras nos dois títulos da Liga conquistados na era Frank Riijkaard, bem como uma série de encontros épicos, colocaram os ‘rojiblancos’ entre os adversários temidos pelos adeptos do Barça e com razão.

Talvez por isso Guardiola tenha prevenido os seus jogadores de que a entrada teria que ser forte e o que se viu foi a equipa da casa a asfixiar o adversário ao longo de 45 minutos, conseguindo pelo meio dois golos pelo suspeito do costume, Leo Messi.

Aguero contra o mundo!

A ida ao balneário fez bem à equipa de Quique, que nos primeiros 15 minutos da segunda parte passou a melhor fase na partida. O canhoto Filipe Luís teve o golo nos pés, numa jogada em que Piqué salvou sobre a linha de golo, mas a reacção foi passageira já que daí em diante o Atlético foi uma sombra da equipa temível que em tempos passou pela Catalunha.

Sérgio ‘El Kun’ Aguero foi a excepção, ele que voltou a provar ser um jogador especial. Olhando para Kun vê-se potencial, irreverência e um talento a precisar de outros desafios. Terão certamente sido muitos os adeptos do Barcelona que ao ver o argentino terão pensado: que bem lhe ficava a camisola blaugrana e que dupla de sonho faria com Messi!

O jogo não terminou sem que o Messias voltasse a marcar, aproveitando a recarga a um remate de Villa que De Gea parou com uma defesa de recurso, isto perante a apatia generalizada da defesa do Atlético.

Uma nota para uma atitude no final da partida, quando entre os cumprimentos da praxe, Messi aproveitou para pedir a bola de jogo ao árbitro Turienzo Alvarez, que num gesto de fair-play entregou a redondinha a quem melhor a trata.

20ª vitória em 22 jogos para o Barcelona, que fez valer uma tradição recente: desde que Guardiola assumiu o cargo de treinador principal, os catalães golearam sempre o Atlético de Madrid no Camp Nou (6-1 em 2008/2009 e 5-2 em 2009/2010).