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Começou

Sporting: Longo caminho a percorrer e o início da época já espreita…
 
Jorge Jesus apresentado em Alvalade

Assassinada que está a sede de ver o Sporting 2015/16 em acção pela primeira vez, apetece agora focar a lente e tentar perceber o que aconteceu e o que pode acontecer.

Este é claramente um Sporting diferente daquele que vimos nos dois últimos anos. Desde logo pelo esquema tático que JJ trouxe na mala, e que pretende encaixar nos “leões”. Talvez seja esse o ponto que me suscitou maior preocupação. No jogo contra o Ajax de Cape Town, perante a ausência de William Carvalho, JJ manteve um sistema de dois médios, mas nenhum deles era um “6” de raiz. Adrien foi chamado a cumprir essa função, a de médio mais recuado que é suposto ser o primeiro escudo para os centrais. Não me parece que tenha corrido bem, nem tão pouco que possa correr. Neste momento a dupla de centrais do Sporting, seja ela qual for, será sempre uma dupla que carece de um “porta-voz” forte, de um trinco com características defensivas vincadas e que se apresente como primeira garantia defensiva da equipa. (Ainda) Não temos centrais que nos permitam jogar “à Real Madrid”, sem médios defensivos de raiz. A entrada de Rúben Semedo nos últimos minutos do jogo, veio comprovar isto mesmo. Houve um maior equilíbrio defensivo da equipa, e, no jogo frente ao Crystal Palace, a utilização de dois médios sem características defensivas já não aconteceu.

Apesar das poucas semanas de trabalho, JJ deixou já bem vincadas outras diferenças no futebol do Sporting. Uma delas é a maior projecção dos laterais no processo ofensivo da equipa. Característica emblemática do seu futebol de ataque. Gosto de ver. Fica a dúvida se Jefferson terá pernas para os quilómetros a mais que he serão exigidos como consequência desta nova vertigem ofensiva que lhe será imposta, na maior parte dos jogos. A inclinação atacante que Jesus gosta de imprimir nas suas equipas fica também ilustrada com a maior presença dos extremos em zona de finalização. Veja-se, como exemplo disso, o primeiro golo do Sporting frente ao Ajax, em que Mané aparece a finalizar na cara do guarda-redes. Esta maior presença ofensiva no meio campo adversário obriga a uma reacção à perda de bola muito mais intensa, alta e rápida. E foi isso que vimos o Sporting fazer nos dois jogos do torneio (principalmente no primeiro), e é, certamente, o que iremos ver acontecer ao longo do ano. Só que esta vertigem ofensiva, tão característica em JJ, ainda não tem, nem podia ter, a eficácia alcançada no seu anterior clube, até porque expõe em demasia as debilidades dos centrais leoninos, principalmente no que diz respeito à velocidade. Com a equipa a jogar mais balanceada ofensivamente, com as linhas mais subidas, abre-se mais espaço nas costas dos centrais, o que pode ser fatal com equipas que apostem num futebol de contra-ataque, com jogadores rápidos. Exemplo disso é o segundo golo do Ajax, em que uma intercepção a uma bola de Carrilllo, dá origem a um passe para as costas do reforço Ciani, último jogador da linha defensiva, que se encontrava já dentro do círculo do meio-campo!

Não sei se JJ pode fazer a omelete como fazia no passado. Pode fazê-la tão boa ou até melhor, mas da mesma maneira, duvido.

De todos os reforços, o que mais gostei foi Naldo. Óptimas indicações! JJ parece ter concorado, uma vez que lhe deu a titularidade no segundo jogo. Muito bom sentido posicional, imponência física, segurança no corte, raça e vontade de mostrar. Destaco também Adrien, jogador fundamental para o Sporting a meu ver, mas que ainda está à procura da afinação certa neste novo sistema, o desaparecimento de João Mário e a evidência de que André Martins não compensa as lacunas físicas com a sua capacidade técnica. Num clube com as ambições do Sporting, o nível mínimo que se exige a um médio centro com fraca presença física, é o de João Moutinho, sendo, para mim, Iniesta o exemplo máximo. Modric, Xavi, Kroos, Thiago, Goetze, todos eles exemplos do que digo, jogadores munidos de uma técnica muito acima da média.  

O último dos destaques, vai para aquele que considero poder ser a grande revelação do Sporting esta época: Gelson Martins, um menino de 20 anos, oriundo da equipa B, que foi quem deixou mais “fome” de ver jogar.

Dito isto, Carrillo, vai com Deus…

Nunca fui apreciador de Andre Carrillo. Chego mesmo a ser um fervoroso adepto da sua despromoção à equipa B! Chamem-me louco. De todas as características que são para mim fundamentais para um jogador chegar ao topo (e ser jogador do Sporting tem se de ser um topo) Carrillo só tem uma: o talento. Mais nenhuma. André Displicente Carrillo não é um jogador à Sporting. Sem esforço, sem dedicação, sem devoção e à espera da glória de um contrato que lhe renda mais. Tem todo o direito. Vaya con Dios. Se ficar, espero que JJ me desminta e o transforme no jogador que nunca foi.

O caminho é longo, o tempo é curto. A nossa paciência tem de ser como o caminho. Vamos acreditar.

Sporting:

Comentários [1]

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já biram a cara do bolinha de sebo na foto?

que amélia...
OHOHOHOH