A "estrela" de Sá Pinto parou no Bonfim

O Sporting perdeu pela primeira vez desde que Ricardo Sá Pinto assumiu o comando técnico da equipa. O culpado foi um esforçado e trabalhador Vitória de Setúbal, que ganhou por 1-0 no Bonfim, esta noite.

Foram os sadinos a começar claramente melhor no encontro. Logo nos minutos iniciais, Bruno Amaro teve um livre de muito longe, rematou forte para defesa complicada de Rui Patrício.

Pouco depois começaram os sustos criados pelo centro da defesa do Sporting: Polga deixou a bola escapar e Targino, mais rápido que qualquer defesa leonino, atirou ao poste.

Foi precisamente pelo eixo Xandão-Polga que, aos 19 minutos, Bruno Amaro apareceu isolado; Rui Patrício ainda defendeu o primeiro remate, mas na recarga Amaro encostou para a baliza. Xandão conseguiu "sacudir"... dentro da baliza ou em cima da linha de golo? As repetições televisivas não esclareceram por completo. O árbitro auxiliar, bem posicionado, entendeu que era golo.

Do Sporting pouco ou nada se via. A defesa cedia espaços a Targino e Rafael Lopes para trocarem a bola dentro da área, além de deixar Miguelito rematar à vontade, mas o português atirou muito por alto. O meio-campo não funcionava e, por conseguinte, o ataque (sem Wolfswinkel, que nem no banco esteve) também não aparecia.

Remates à baliza de Diego durante a primeira parte: zero. E o V. Setúbal chegava ao intervalo a vencer, com justiça.

Hora de defender

Sá Pinto demonstrou que não estava a gostar do rumo da partida e retirou do campo Carriço e Schaars, colocando na equipa Matías e Carrillo.

Já com o chileno e o peruano no relvado, foi preciso esperar 51 minutos para ver o tal primeiro remate à baliza por parte do Sporting. Surgiu o talento de Izmailov que, sozinho, protagonizou uma bela jogada e levou Diego a uma grande defesa.

A situação criada pelo russo era o sinal de um Sporting mais ofensivo, mais rápido sobre a bola e mais determinado em pressionar e atacar o adversário no segundo tempo. A criatividade é que não abundava.

Pelo meio algumas queixas leoninas em relação à arbitragem. Duas supostas faltas dentro da área sadina, na primeira parte sobre Capel, no segundo tempo sobre Matías. O árbitro mandou seguir, mas já houve grandes penalidades assinaladas por menos, sobretudo no caso do chileno. Susman, lateral do V. Setúbal, foi poupado a um segundo cartão amarelo em algumas ocasiões, embora os jogadores do Sporting estivessem à procura dessa expulsão. Mais à frente, já no período de compensação, Bruno Severino deveria de facto ter sido expulso, após falta dura sobre Capel.

O tempo ia passando e, já sem o nigeriano em campo (José Mota viu o perigo), Capel começou a destacar-se e tentou alguns "rasgos" individuais pelo lado esquerdo, mas sem correspondência dentro da área contrária.

Após duas queixas, à terceira houve mesmo grande penalidade. Ou melhor, não houve mas o árbitro assinalou uma suposta falta de Hugo Leal sobre Rubio, que não existiu. Matías foi o responsável pela marcação, rematou forte, mas Diego defendeu, a bola bateu na barra e sobrou para Carrillo, que enviou a mesma para "as nuvens".

Se na primeira parte Diego foi um espetador, no segundo tempo foi a vez de Rui Patrício pouco ou nada ter de se aplicar. Isto porque o V. Setúbal praticamente só defendeu, mantendo a toada de esforço e de solidariedade que já havia exibido antes do intervalo. Mas desta vez bem mais longe da baliza contrária.

Miguelito ainda salvou um golo certo em cima da linha de baliza e foi assim que, com garra e espírito de sacrifício, o conjunto sadino conseguiu levar a melhor sobre um Sporting, mais uma vez, pouco inspirado e que desta vez não teve a "estrela" recente de vencer por 1-0. 

O Marítimo pode distanciar-se da equipa de Alvalade, enquanto o V. Setúbal "respira" um pouco melhor na zona de descida de divisão.

A partida terminou com discussões e alguns envolvimentos físicos entre elementos das duas equipas, mas as imagens televisivas pouco mostraram desses momentos.