Os reforços servem para quê? (crónica)

O FC Porto não passeou, mas quase, frente ao Vitória de Setúbal. Ganhou por 2-0 no Estádio do Dragão e terminou o Grupo D da Taça da Liga só com vitórias, apurando-se para as meias finais.

Vítor Pereira viu chegar Lucho González e Marc Janko esta semana, mas não perdeu tempo e colocou os dois reforços de inverno num onze titular que tinha muitas caras novas, como Bracali, Mangala ou Alex Sandro.

E os dois novatos - um nem por isso - iam criando perigo logo nos primeiros segundos, num remate de Janko dentro da área que acabou por ser impedido... por Lucho. Depois foi Cristian Rodríguez a tentar de longe, tal como Lucho tentou, já depois do remate torto de Varela.

Portanto, era o FC Porto a começar bem melhor. Do lado direito, Danilo e Varela eram intervenientes no ataque, Alex Sandro e Rodríguez também iam tentando do outro lado, enquanto Lucho, como noutros tempos, comandava o meio campo.

O argentino comandava o meio campo e não só. Na sua (re)estreia pelos campeões nacionais, decorria o minuto 24' quando, com o pé esquerdo, o argentino marcou um golo de belo efeito, inaugurando o marcador após mais uma boa iniciativa ofensiva de Danilo.

No minuto seguinte era a vez de Janko também se estrear a marcar, mas o tiro de cabeça encontrou o corpo de Igor pelo caminho. O mesmo Igor que, segundos depois, desviou um cruzamento de Rodríguez com o braço, que estava encostado ao corpo. O árbitro deixou seguir.

A primeira contrariedade para Vítor Pereira surgiu aos 34 minutos, com a lesão de Fernando. Sem alternativa direta, foi Defour o escolhido para o lugar do médio brasileiro. 

O belga entrou e os sadinos chegaram à baliza, praticamente um facto inédito: Ney ganhou nas alturas e enviou a bola à barra, de cabeça. E demorou pouco a Jorge Gonçalves ameaçar Bracali. O V. Setúbal lembrou-se que também podia atacar, já perto do intervalo. Ao descanso, 1-0.

Marcou Lucho, faltava Janko

Em noite de estreias, para a segunda parte Bruno Ribeiro colocou em campo Targino, que está cedido pelo outro Vitória, o de Guimarães.

O extremo português viu um início de segundo tempo morno, "acordado" por duas oportunidades para Janko: primeiro de cabeça e uma grande defesa de Matos, a segunda com o pé, na qual se atrapalhou e não conseguiu marcar.

A primeira alteração do lado portista foi a entrada de James Rodríguez para o lugar do outro Rodríguez, Cristian, que deu tudo enquanto esteve em campo, talvez a tentar responder a algumas críticas que tem recebido fora de campo. Simultaneamente Alex Sandro deu lugar a Alvaro Pereira.

Depois de Lucho, foi a vez de Janko. Aos 66 minutos, cruzamento de James e o austríaco encostou para o segundo da noite. Dois golos de dois reforços que chegaram há dias à equipa.

Até ao final o jogo retomou o ritmo morno, pouco excitante, entre uma ou outra tentativa de chegar a novo golo por parte do FC Porto, novamente através de Janko.

Contas feitas, perante um adversário frágil e sem argumentos suficientes, o FC Porto qualificou-se com mérito, e com naturalidade, para as meias finais da Taça da Liga. Contra Benfica ou Marítimo? Mais logo se saberá.