Treinadores: Distância vs Afecto | Relvado

Treinadores: Distância vs Afecto

 

Ronin diz: "José Mourinho acompanhou
todos os passos da operação a César Peixoto num acto singular que o treinador já
explicou como sendo uma forma de apoio ao jogador. Não será este tipo de atitude
que o aproxima dos jogadores que os faz correr tanto? Mas por outro lado, não
deveria um treinador manter uma certa distância em relação aos seus
atletas?"

FC Porto:

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Situação sempre delicada treinador vs jogadores

Penso que quando existe muito afecto entre treinador e jogadores as coisas podem não correr muito bem se o treinador não souber manter uma certa barreira com os seus pupilos. O afecto e a próximidade são sempre bons e poderá fazer aumentar os índices de motivação e emprenho mas por outro lado poderá motivar algumas invejas no seio do balneário bem como criar faltas de respeito e de sentido de responsabilidade. É a mesma coisa que ter um patrão que é um amigalhaço e um porreiro que deixa fazer tudo e mais alguma coisa, quando essas situações acontecem existem sempre desleixos, faltas de empenho, menor motivação e até por vezes percas do sentido de responsabilidade.

Não sei que medida poderá ser a melhor mas penso que tudo dependerá com a cultura que existe no clube, com a sua história ou com o plantel que existir na altura. Existem equipas nessa Europa fora que são conhecidas por terem sempre elevados níveis de concentração e de responsabilidade como a Juventus FC, o Manchester United ou o AC Milan, equipas que estão sempre presentes nas grandes decisões de clubes e onde não se costumam observar faltas de responsabilidade, quando as coisas são para fazer é aquilo mesmo que os jogadores fazem e se empenham e, se calhar o treinador de cada uma delas tem uma aproximação fantástica com os elementos da equipa. Sir Alex Ferguson no caso concreto do Manchester United é conhecido por estar sempre presente em diversos eventos dos jogadores, festas, casamentos ou eventos públicos, sempre muito amigo para os seus jogadores sejam eles da equipa principal, equipa de reservas ou equipas de sub-19 e sub-17 mas, também ao mesmo tempo todos lhe conhecem o seu mau génio, especialmente se a equipa estiver a perder ao intervalo. Publicamente Eric “The King” Cantona ou Jaap Stam revelaram em auto-biografias que ninguém no seio da equipa queria ir a perder para o intervalo porque já sabia que iria haver problemas valentes. Quem não se lembra da famosa “bota voadora” de David Beckham na temporada passada? Mas se é verdade que o escocês Sir Alex Ferguson é bastante ríspido no balneário, está provado em estatísticas que o clube é especialista em recuperações fantásticas nas segundas metades dos encontros, mesmo em situações delicadas como os famosos Juventus x Manchester United 2x3 em 1999 em que ao intervalo perdiam por 2-0 ou no mesmo ano o inesquecível Bayern Munich x Manchester United 1-2 em que ao intervalo perdiam por 1-0. Sir Alex Ferguson é neste momento o técnico com mais vitórias e títulos no activo, será esse o segredo do sucesso?