Pinto da Costa tem mais um caso do Apito Dourado arquivado

O juíz de instrução criminal do Tribunal de Gondomar considera que não há provas para levar Pinto da Costa a julgamento no âmbito do processo de inquérito do "Apito Dourado" relativo ao Nacional-Benfica (3-2), da época 2003/2004. O caso é arquivado e assim Rui Alves, presidente do Nacional, o empresário António Araújo e o árbitro Augusto Duarte também não serão julgados.

No acórdão do juíz de instrução, Pedro Miguel Vieira, considera-se que «não existem indícios suficientes agora, nem existiam já no final da fase de inquérito» e que portanto «nunca deveria ter sido deduzida acusação contra Pinto da Costa». Além disso o juíz de instrução repara que as escutas telefónicas que sustentam o processo «não dizem respeito nenhuma delas à sua pessoa, nem directa nem indirectamente».

Não há surpresa perante a não pronúncia do presidente portista, uma vez que o Ministério Público (MP) não tinha solicitado a ida a julgamento do dirigente, alegando não haver provas contra ele.

Na base do processo agora arquivado estavam conversas telefónicas entre Rui Alves e António Araújo e entre este e um elemento da SAD portista, e o juíz de instrução repara que, «como os dois clubes estavam a negociar jogadores», designadamente Paulo Assunção e Rossato, é viável «a possibilidade» de os diálogos se reportarem às transferências, conforme alegava a defesa.


O acórdão entende que «não faz muito sentido» que o FC Porto tivesse interesse no Nacional-Benfica, uma vez que a distância para as Águias era na altura de 9 pontos «e o interesse em "comprar" o árbitro era relativo, seria mais importante comprar o árbitro do jogo do Sporting», aponta o documento.

Define-se ainda como «ridícula» a ideia de que Augusto Duarte poderia deixar-se corromper por um bilhete para o FC Porto-Manchester United, conforme a tese da acusação. O acórdão determina que a argumentação do MP «é vaga e completamente genérica».

Pinto da Costa, que vai ser julgado no âmbito do inquérito relativo ao Beira Mar-FC Porto, vê arquivado o último dos processos do "Apito Dourado" em que estava envolvido depois de o caso FC Porto-Estrela da Amadora ter também ido para a gaveta.



Foto [de Pinto da Costa]: Lusa