Pinto da Costa fala pela primeira vez do Apito Dourado

Nunca telefonei a nenhum árbitroO presidente do Porto começa por realçar «a isenção da Justiça», sublinhando que «está a funcionar», e lamentando que «alguns jornais fizeram uma pressão enorme e miserável sobre a própria justiça, publicando falsidades». «Nunca telefonei a nenhum árbitro, nenhum pode dizer que alguma vez lhe liguei, nem que fosse para dar os parabéns no aniversário«, assegura ainda no O Jogo, frisando que não o surpreende nada «que apareçam registos de escutas a telefonemas do presidente do Benfica». «O que me surpreende é que não apareçam mais coisas, como por exemplo os telefonemas feitos pelo senhor Veiga ao senhor Pinto de Sousa a pedir que determinado árbitro favoreça o Estoril», adiciona.Sobre o dossier que Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica, diz ter recebido e onde constará o seu nome envolvido em casos de corrupção, Pinto da Costa frisa que sendo um documento anónimo «é natural que falem de mim e para dizer mal», constata sublinhando que o seu conteúdo não o preocupa «rigorosamente nada». «Só quem é cobarde é que me ataca anonimamente e só quem é cobarde é que dá cobertura a esses ataques anónimos e lhes dá seguimento», acrescenta.Sempre com as farpas contra o Benfica na boca, o líder portista defende que o "Caso Mateus" «tem foros de ridículo» e que «foi uma espécie de cereja, bem encarnada, em cima do bolo cozinhado pelo Benfica na Liga». Neste âmbito Pinto da Costa diz ainda que o Porto esteve «em oposição clara à Liga que o Benfica patrocinou e que foi agora embora» para dar lugar à direcção de Hermínio Loureiro. E na perspectiva de actuação do novo presidente da Liga de Clubes, Pinto da Costa garante que a posição do Porto «é não fazer obstrução e apoiar todas as medidas que sejam boas para o futebol».Queremos mais e exigimos mais da equipaNo âmbito da actualidade desportiva do Porto, Pinto da Costa desdramatiza as derrotas sucessivas frente a Arsenal e Braga, salientando «a certeza absoluta de que não se [vão] repetir». Todavia «queremos mais e exigimos mais», alerta o presidente, sublinhando em jeito de recado que frente ao Marítimo «a atitude vai ser totalmente diferente daquela que vimos em Braga».Considerando que nada justifica a saída de Co Adriaanse do clube, o líder azul e branco afirma que o Porto já entregou o caso à FIFA com o respectivo pedido de indemnização. E sobre a contratação de Jesualdo Ferreira o presidente portista diz-se «seguro de que [o treinador] vai ficar não só este ano, nem dois; estou convencido de que vai ficar muitos mais», afiança.Revelando a aquisição de mais 15 por cento do passe de Anderson, Pinto da Costa conta que durante o defesa recebeu propostas pelo jovem brasileiro, mas também por Lucho, Hélton e Quaresma, salientando que se o clube os tivesse vendido teria lucro no balanço das contas. Mas o presidente confia que «a tendência é que os jogadores se valorizem» e que venham a render ainda mais, frisando de resto que a sua saída «reduziria a possibilidade de vencermos jogos e provas», realça.Relativamente às finanças do clube, Pinto da Costa admite que o prejuízo é «algo elevado», divulgando também que o Dínamo de Moscovo ainda «deve alguns milhões de euros» pelas transferências de Costinha e Maniche.Baía poderá continuar a jogarPinto da Costa constata ainda na entrevista ao O Jogo que não concordou com as dispensas de Hugo Almeida e de Hélder Postiga por parte de Adriaanse, mas «não podia ir contra» o treinador, refere. E sobre Jorge Costa conta que saiu contra a sua vontade «e continuo a dizer que foi uma má opção ter ido para a Bélgica», refere, considerando que «acabar agora a carreira foi uma atitude inteligente, porque um jogador que conseguiu o que ele conseguiu não podia andar a arrastar-se nos campos ou vestir uma camisola qualquer», defende.Em relação a Vítor Baía, que está perto de completar 37 anos de idade, Pinto da Costa realça que «não será inédito continuar a jogar» e destaca que «se não puder contar com Hélton, não vejo nenhum outro guarda-redes que me pudesse dar garantias», afirma.A terminar o dirigente admite uma nova recandidatura à liderança do clube. «Se vir que podemos fazer mais e coisas que gostava de deixar no FC Porto, é óbvio que, se tiver saúde, recandidato-me», afirma, definindo como grande projecto futuro a construção de um pavilhão gimnodesportivo em frente ao Estádio do Dragão.Foto: Agência LusaSusana Valente