Jesualdo: Porto ganhou título com pureza e justiça

Jesualdo Ferreira é um homem feliz. O treinador de 60 anos comemora no Porto o seu primeiro título nacional e não esconde a alegria. «O FC Porto resistiu a tudo e foi campeão», constata o professor, considerando que a sua equipa «ganhou o título com pureza, com justiça». Salientando os «jogadores excelentes» do seu plantel e a «organização fantástica» do clube, Jesualdo dedica a vitória ao presidente Pinto da Costa que foi reeleito para o cargo no domingo e que não se vislumbrou entre os festejos dos azuis e brancos.



«Do primeiro ao último segundo nunca nos lamentámos, nunca tecemos comentários negativos, fomos sempre positivos naquilo que dissemos e fomos melhores, somos campeões». Eis como, na emoção, Jesualdo Ferreira fala do título conquistado no domingo após vitória sobre o Aves. O professor salienta que «foi um campeonato difícil para o FC Porto», mas ressalva que a equipa manteve-se «sempre solidária, unida».

Jesualdo Ferreira e Lisandro na festa do título do FCP - 2007
Jesualdo constata ainda que como treinador do Porto sente que o clube é «diferente» e que foi com toda a «paixão» que existe no Dragão que se chegou ao título. «O FC Porto foi a melhor equipa neste campeonato; fomos uma equipa de facto equipa, incluindo todos, o presidente, equipa médica e jogadores. Eu apenas fui a voz e a alma», frisa o treinador. Num balanço de uma temporada marcada pelo "Apito Dourado", Jesualdo faz ainda questão de frisar que o Porto venceu «praticamente todos os jogos com limpeza» e que «não houve nada ao longo da época que possa pôr em causa a pureza deste título».

Quanto ao abaixamento de forma dos dragões na segunda volta do campeonato, Jesualdo entende que foi «a consequência normal de um conjunto de factores que nem sempre conseguimos controlar», diz. Mas se porventura o Porto tivesse somado na segunda volta os mesmos pontos da primeira, «este campeonato não teria interesse nenhum», afiança o professor que entende que houve «uma forma habilidosa de colocar o FC Porto sob pressão, mas respondemos sempre bem», constata. Jesualdo nota ainda que o Porto foi a equipa que «mais golos marcou», lembrando que apontou mais tentos do que na época passada e com menos jornadas.

Vítor Baía rega adeptos portistas com champanhe - título FCP 2007
Na festa portista há outro nome que se destaca por ter conquistado o seu décimo título nacional. Vítor Baía só jogou durante cinco minutos para poder sagrar-se campeão e receber o abraço das palmas dos 50 mil portistas que assitiram ao jogo com o Aves, mas o guarda-redes de 37 anos salienta que a vitória no campeonato tem «um sabor especial». O jogador nota que o título foi conseguido «à custa de muito sacrifício e muito trabalho». «Tivemos muito mérito e fomos sempre os líderes», salienta ainda.

Baía confessa a sua emoção com a ovação que recebeu das bancadas quando entrou em jogo para o lugar de Hélton aos 85 minutos do jogo. «Foi para isto que trabalhei durante toda a minha carreira e confesso um enorme orgulho por tudo o que fiz», afiança o guardião. Quanto ao futuro, «depois falamos nisso», frisa, recusando-se a confirmar se continuará a jogar por mais uma temporada ou se vai arrumar as luvas.

Fotos: Lusa