Crónica: Futebol e racionalidade são incompatíveis?

Para estes adeptos irracionais, um cartão amarelo por mostrar ao minuto 4 já lhes serve de justificação para a derrota da sua equipa! Mesmo que esta não tenha feito um remate à baliza durante todo o jogo, aquele cartão amarelo que ficou por mostrar não lhes sai da cabeça e são capazes de andar uma semana a clamar que foram roubados, que estão a ser puxados para baixo, que está tudo viciado!Não estarão esses adeptos a permitir que o seu ódio lhes tolde o discernimento? Será que é assim tão difícil ser minimamente objectivo e reconhecer a superioridade do adversário?O FC Porto tem sido um crónico campeão nos últimos 25 anos, tem sido a equipa portuguesa com melhores resultados nas competições internas e internacionais. A superioridade da gestão portista devia ser reconhecida por todos. Mas não é. E não o é porque grande parte dos adeptos portugueses são como aqueles pais para quem os seus filhos são sempre uns anjinhos inocentes, mesmo que estejam em Custóias a cumprir 20 anos de cadeia por homicídio qualificado. E em vez de tentarem perceber que o sucesso do Porto se deve ao facto de as coisas neste clube serem levadas a sério, serem planificadas com tempo, preferem ocupar-se com desculpas e choraminguices de perdedores natos. O FC Porto vence porque dá aos jogadores e aos treinadores as melhores condições; porque erra menos do que os adversários na hora de escolher jogadores e equipas técnicas. A prova de que o sucesso do FCP se deve aos bons jogadores que tem, é que o Porto é desde há 25 anos a equipa nacional que mais jogadores fornece habitualmente à Selecção. Mas para os adeptos fanáticos, todo este sucesso se explica por uma única palavra: corrupção. Mesmo admitindo que possam ter havido, por parte dos dirigentes do FCP, tentativas de influenciar arbitragens (o que falta provar), alguém acredita que os outros clubes (principalmente Benfica e Sporting, igualmente influentes) não tenham tentado o mesmo? De resto, quem acompanha minimamente os jogos dos três grandes, sabe que eles são quase sempre favorecidos contra os pequenos. Na dúvida, um árbitro apita quase sempre a favor do grande. Toda a gente sabe isso, ou devia saber, se não estivesse encandeado pela paixão clubística.
Bakunine