Champions: FC Porto nos "quartos" após empate (0-0) com At.Madrid

O Porto está nos 8 melhores da Champions... O Sporting esteve nos melhores 7 da Champions...

Jogo de análise fácil, equipa de análise difícil relativamente ao que poderá fazer no futuro. O FC Porto foi, ao contrário do que dizia Assunção, incomparavelmente superior ao Atlético e só pecou por não ter ganho nenhum de um par de jogos com inúmeras oportunidades de golo. Ontem voltou a não conseguir marcar e isso traz uma dose de desconfiança em relação às próximas fazes da prova, porque quase todas as equipas presentes nos Quartos têm o hábito de marcar golos com fartura. Mas analisando o jogo de ontem, depois de mais uma noite de glória vivida no Estádio do Dragão, tira-se alguns apontamentos interessantes. Porto fez a abordagem ao jogo que lhe competia, apesar do factor risco ter estado assustadoramente presente durante todos os 90 minutos. Entrou com um ritmo baixo e linhas recuadas, na expectativa de ceder a posse de bola e a iniciativa de jogo ao Atlético, procurando depois o erro do adversário para sair rapidamente em contra-ataque. Era óbvio que seria este o conceito que o Jesualdo iria aplicar – e justifica-se pela vantagem que o Porto trouxe de Madrid, embora uma equipa em casa deva jogar sempre para intimidar - mas também não deixa de ser verdade que, encontrando uma equipa mais matreira pela frente, esta estratégia pode ser traiçoeira. Só vejo uma equipa no Mundo, entre aquelas que são candidatas a ganhar alguma coisa, a usar esta forma de jogar com perfeição: o Boca Juniores, de Carlos Ischia. O Porto de Jesualdo ainda está longe disso. E digo-o porquê? Porque não se pode jogar com 10 jogadores atrás da linha da bola se depois a transição ofensiva não é rápida o suficiente nem dá coberturas. A forma de jogar deste Porto, quando tem o resultado a seu favor contra adversários fortes, não pode ser “bola na frente e fé no Hulk.” E foi isto que vi ontem, pelo menos até meio da 2ª parte. O brasileiro apareceu a maior parte das vezes desapoiado, quase impotente perante a marcação apertadíssima de que foi alvo, com Lisandro e Rodriguez a demorarem uma eternidade para aparecer no apoio. E isto enquanto Fernando fazia quase de 3º central e a dupla Meireles/Lucho jogava demasiado próximo da sua área. O Porto tem as características ideais para fazer este tipo de jogo, mas os processos têm de ser muito melhor trabalhados. E, se queremos ir longe na Champions a jogar desta forma – já que em ataque continuado nem vale a pena pensar nisso – temos muito que mudar. Destacando alguns jogadores: Sapunaru - O que ele tem crescido! Já tinha estado bem em Madrid e ontem voltou a agradar, sobretudo para quem veio de uma lesão e acabou o jogo em esforço. Está mais agressivo, já domina muito melhor os processos defensivos e acertou finalmente o tempo de corte. Ou muito me engano ou ainda vai surpreender muita gente. O Fucile que se cuide… Bruno Alves - Muito bom. Exímio, uma vez mais, nos lances pelo ar e ainda deu uma perninha no ataque na sequência de alguns lances de bola parada. Está um senhor, já toda a gente sabe, e esta Champions pode valer-lhe um passaporte para outros voos. Cissokho - Capaz do melhor e do pior, ainda tem de crescer muito. Tem entrega, impetuosidade a abordar os lances quer no ar quer no chão, e é rápido a atacar, mas ainda muito inocente para uma competição deste nível. Os adversários surgem-lhe vezes a mais pelas costas. Raúl Meireles - Jogo brutal, atitude enorme. Correu quilómetros, não virou a cara a um único lance e ainda foi dos mais esclarecidos a sair para o contra-ataque. Quanto a mim, o melhor em campo a par de Leo Franco. É um guerreiro com o qual se pode contar nas grandes batalhas. Rodriguez - A par de Lisandro, jogou bem mais recuado que o normal. O objectivo era ser um dos principais condutores de bola, até porque jogou mais pelo corredor central do que é hábito, mas ela ia invariavelmente parar aos pés de Hulk. Quando conseguiu encostar-se à linha, ainda foi o único a fazer frente a um inspiradíssimo Perea. Hulk - Jogo brutal. Não houve arrancadas de 50 metros nem remates à bomba de meia distância, mas houve um Hulk de grande espírito de sacrifício e capacidade de sofrimento. Foi marcado em cima por 2 adversários e foi massacrado com faltas sucessivas até não aguentar mais. Segurou o jogo enquanto pode, à espera dos companheiros, e quando gozou de algum espaço na segunda parte foi o elemento mais perigoso do ataque portista. O que se pode esperar agora deste Porto? Há 4 equipas inglesas na próxima fase… estaremos já finalmente preparados para elas? E para a genialidade do Barcelona? Costuma dizer-se que a Liga dos Campeões é um pouco como um casal de namorados: a partir dos Quartos, tudo pode acontecer. Mas eu acrescento que, depois de ter as calças na mão, há que ter força nas canetas… O Porto, além da sorte do sorteio e de determinados momentos dos jogos que vai ter pela frente, precisa também de mais qualidade, mas matreirice, mais confiança. O orçamento é inferior aos restantes 7 apurados e isso faz com que a obrigação de lhes ganhar seja quase nula daqui em diante, mas também todos sabemos que este Porto vale e pode fazer muito mais do que aquilo que tem feito. Sobretudo aproveitando melhor o ataque que tem e trabalhando o capítulo da finalização. Eu, pelo menos, não fico satisfeito com 0-0… E, já agora… venha o Bayern! FORÇA PORTO… PARABÉNS CAMPEÃO! ROMA TE ESPERA! (ou como diz a TMN – “com o Porto até à final!”) Abraço, JC

O que é preciso mais o Porto fazer para ter direito a uma capa inteira do Record . Jornal nojento

Os meus sinceros parabéns ao meu clube, o FCP ! ;D Foi a única equipa que jogou futebol nestas duas mãos e quem viu o Atlético a jogar ontem, dava a clara sensação de que procuravam um empate a zero. Mesmo assim, podem-se dar por felizes por terem sido poupados a uma goleada histórica muito por culpa da enorme falta de pontaria dos jogadores do FCP... aliás, até tiveram pontaria a mais ... para o poste. Os restantes resultados realizados ontem não constituíram qualquer surpresa. Falta saber quem é que nos vai sair na "rifa" e esperar que os jogadores do FCP dignifiquem a camisola que vestem. Mais um bom encaixe financeiro e acima de tudo, o prestígio do FCP continua em alta e não é obra do acaso nem de terceiros como muitos querem fazer crer.