Para quando a vez das equipas mais pequenas? | Relvado

Para quando a vez das equipas mais pequenas?

O campeonato nacional começa a dar sinais inequívocos de uma sistemática bipolarização.
 
Bola na baliza
sxc

O principal campeonato nacional de futebol, coordenado pela Liga de Clubes, começa a dar sinais inequívocos de uma sistemática bipolarização entre os dois principais e mais poderosos clubes portugueses da atualidade, FCP e SLB. Neste enquadramento ideológico, julgo poder dizer que todos estaremos de acordo com esta citação, e se de há alguns anos a esta parte ainda havia alguns lampejos de outros clubes a discutirem o título - casos do SCP, que está no atual panorama da sua longevidade sob uma crise nunca vista e imprevisível para o historial do clube de Alvalade; ou mais recentemente o SCB, que tem tido bons resultados, apurando-se sistematicamente para as principais provas europeias e lutando mesmo pelo próprio título de campeão nacional -, no momento que atravessamos também estes clubes começam a situar-se a milhas de distância dos dois colossos do nosso futebol indígena, tirando um pouco ao campeonato a pluralidade da conquista do título como acontece frequentemente noutros campeonatos europeus. 

No entanto, todos os anos têm surgido exceções à regra, com clubes de menores dimensões e orçamentos reduzidos, que até terem forças físicas e anímicas se aproximam dos lugares de maior relevo. Ou pelo menos até os deixarem por lá andar, como aconteceu há alguns anos atrás com o SCB, que devido a algumas arbitragens mal conseguidas na altura em seu desfavor, e com decisões no mínimo discutíveis do Conselho de Disciplina, foi atirado para lugares secundários - pese embora, para um clube com um orçamento tão restrito em relação ao FCP e SLB, ter conseguido por várias vezes o apuramento para as principais provas europeias, o que é de todo um facto assinalável e merecedor do mérito da boa gestão do clube da cidade dos arcebispos e das suas equipas técnicas.

No entanto, o que se perspetiva a curto ou mesmo a médio prazo é a continuação de uma bipolarização entre o FCP e SLB, não só pela capacidade económica que patenteiam e que têm consolidado nestes últimos anos, mas também pelo que eles próprios representam enquanto marca desportiva, quer internamente, onde estão a léguas de distância dos seus pares, quer a nível internacional, onde já conseguem marcar uma posição de relevo e de temor junto das principais equipas europeias.

Isto torna o caminho dos clubes de menor dimensão muito mais penoso. Todavia, não será de descurar que num futuro longínquo, como já aconteceu com o Belenenses e Boavista, essa possibilidade se concretize, para o bem da competitividade desportiva e plural.

Benfica:

Comentários [5]

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Bom, esta bipolarização do

Bom, esta bipolarização do nosso Campeonato tem já 2/3 anos, e a tendencia será mesmo acentuar-se ainda mais. Contudo, Porto e Benfica no curto-prazo também irão perder valor/qualidade, e tal facto será visivel na Europa do Futebol, uma questão de tempo /muito pouco, 2/3 anos).

As razões que identifico que revelam a perda de valor ou qualidade do nosso Futebol, poderei elencar em 3/4 pontos:

1º O Fair-Play FIFA será mais rigoroso com a componente financeira dos Clubes. A tendencia das mega-transferencias irá diminuir com toda a certeza, e como são importantes essas transferencias megalomanas na Europa do Futebol, com muito dinheiro a circular.

2º Essa moda dos "poços sem fundo(s)", dentro em breve irão terminar, e tem sido aí que os nossos Grandes tem procurado liquidez, numa permanente fuga para o abismo!

3º Com a nossa Banca estrangulada, com poucos recursos para disponibilizar à Economia real, é expectavel que os Clubes sintam dificuldades na Banca para aliviar a sua liquidez!

4º A América do Sul era e ainda é um Mercado prioritário dos nossos Clubes, ali se abastecem ou abasteciam, após recrutarem jovens talentos, estes faziam a sua adpatação ao Futebol Europeu, para posteriormente gerarem mais valias. Mas o Brasil, ou a Argentina começam a surgir com pujança económica, com economias emergentes, e indirectamente os passes desses Futebolistas a contratar sofrem elevada inflação. Se atentarmos ao Futebol Brasileiro, e ao valor dos passes de um Neymar ou um Lucas, ou ainda um Óscar entre outros, são hoje valores incomportaveis para a bolsa dos nossos Clubes. Haverá mercados alternativos?

Isto é, perante esta conjectura perspectivo um Futebol Português a viver dentro das suas possibilidades, e não acima delas, como infelizmente tem acontecido, porém, se persistirem essas assassinas fugas para o abismo por parte dos Clubes, na Escócia temos um péssimo exemplo que não gostaria de ver replicado entre nós!

Snceramente, e lamentando

Snceramente, e lamentando profundamente que tal aconteça, dificilmente nos próximos anos o cenário será diferente. A avaliar pelas condições atuais, será Porto e Benfica para um lado e o resto para o outro. Os primeiros a lutarem para serem campeões e, caso se mantenham os coeficientes, a ficarem com os lugares de acesso direto à Champions. No imediato, vejo Braga e Sporting como mais sérios candidatos a lutar pelo terceiro lugar e os restantes a revezarem-se pelos últimos lugares na Europa.
Quanto a mim, esta "toada" dependerá sempre daquilo que o Sporting conseguir fazer.

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A crescente crise financeira a nivel Europeu vai trazer ainda muita coisa nova e muitas delas péssimas, mas a melhor será a obrigatoriedade dos orçamentos serem nivelados por baixo, se fores ver na Inglaterra já começa a surgir sinais desse nivelamento com as recentes limitações impostas a vencimentos dos jogadores......por isso, mais jogadores se irão manter por cá mais tempo porque os ordenados estarão praticamente nivelados e depois com inteligência os clubes pequenos poderão fazer deste Paços um exemplo, onde com uma equipa feita com o Refugo dos grandes e não só se construiu uma equipa de bom nivel

Mas isso levanta outra

Mas isso levanta outra questão. Mesmo que se limitem vencimentos/orçamentos, esta mudança não será feita para acomodar os interesses dos clubes pequenos, mas apenas para impedir que casos como Man City, Chelsea e PSG, se possam repetir. Neste momento, o caso mais gritante em Inglaterra é o do City, que tem de reduzir a massa salarial bruta (daí a revolução no plantel). Mas não deixará de existir dinheiro para investir em grandes jogadores. Se não tiverem 25 grandes jogadores, têm 15 ou 16.
Em Portugal vai acontecer o mesmo. Se calhar, Porto e Benfica, deixarão de ter 20 jogadores emprestados, e até assumo que possam perder alguma margem em termos salariais. No entanto, e a acontecer, a limitação dos orçamentos nunca será de tal ordem que permita aos clubes mais pequenos sonharem sequer em ombrear taco-a-taco com os maiores.

Naitch

isto vai obrigar a que os clubes grandes comprem com muita antecedência e para que comecem tb a apostar na formação e os clubes pequenos cabelhes serem inteligentes a desenvolverem as suas escolas de formação e a saber aproveitar aqueles miudos que sobram dos grandes, ou seja, isto vai fazer o futebol portugues regredir à década de 90 :)