Spartak vs FC Porto: os czares de Moscovo já avistam Dublin

Com golos sul-americanos – Hulk, Rodríguez, Guarín e Falcao – e um português – Rúben Micael –, o FC Porto passeou classe – outra vez – em Moscovo, garantindo a passagem às meias-finais com um resultado à moda antiga: 10-3 na eliminatória.

O Spartak tentou, quase sempre por McGeady, chegou ao golo numa grande jogada de Dzyuba, suplente na primeira-mão, mas não teve resposta para a velocidade de Hulk nem para a concentração e eficácia portistas, que marcou por cinco vezes sem grandes dificuldades. Ari ainda veio agitar o ataque moscovita, mas nada havia a fazer para controlar o ímpeto dos azuis-e-brancos.

Na Rússia… manda o dragão

Karpin surgiu no Luzhniki com algumas alterações relativamente ao “onze” que jogou no Porto – Ibson, por exemplo, ficou de fora. André Villas-Boas, por seu turno, fez regressar Helton, Otamendi, Álvaro Pereira e Fucile, ausentes na última jornada da Liga Zon Sagres, e tratou de chamar Cristian Rodríguez ao onze. O técnico portista passava assim a mensagem: o jogo era para ganhar, apesar dos quatro golos de vantagem.

A turma portista percebeu. Entrou pressionante e disposta a concentrar o jogo no meio-campo ofensivo. Também por isso lhe pertenceram os primeiros lances de perigo no jogo. McGeady, o elemento mais ameaçador da equipa moscovita, testou os reflexos de Helton logo aos 7’, com um remate potente já dentro da área. O Spartak empolgou-se e cresceu a partir desse lance, mas nem por isso foi capaz de criar oportunidades de golo.

E já depois de Dzyuba lesionar Fucile com um empurrão que doeu só de ver, Hulk descobriu uma nesga de espaço para arrancar no meio de vários jogadores do Spartak, que não puderam fazer mais do que assistir à correria do brasileiro, que não perdoou no frente-a-frente com Dykan.

Hora das despedidas para o Spartak

Se dúvidas houvesse, o momento de Hulk confirmou o que já se sabia: o Spartak não tinha a mínima hipótese de chegar às meias-finais. E o FC Porto abria caminho para mais um capítulo na tradição de ganhar na Rússia e de vencer todos os jogos fora nesta Liga Europa 2010/2011.

Ainda assim, os comandados de Valery Karpin não atiraram a toalha o chão e, através de transições rápidas de McGeady, Yakovlev e Alex, principalmente eles, andaram bem perto da baliza de Helton e do golo que daria o empate. Aos portistas valia a pontaria desafinada.

Quem não quis nada com a falta de pontaria foi Rodríguez, que num pontapé de canto, em cima do intervalo, atacou a bola ao primeiro poste e fez o sétimo golo portista na eliminatória, o segundo em terras russas.

Entrar a matar e acabar a sofrer

Ora, se a primeira parte acabou com o golo do uruguaio, a segunda começou com um colombiano. Rúben Micael, que entrou para o lugar de Moutinho – em risco de suspensão – encontrou Falcao num passe brilhante. À segunda, o 9 serviu Guarín, que voltou assim a marcar em Moscovo.

Pouco depois, o gigante Dzyuba passou de forma fantástica Otamendi e Rolando e o FC Porto sofria assim o primeiro golo na Rússia. Mas não passou muito tempo até Falcao, em novo canto, voltar a bater Dykan, de cabeça, após desvio de Rodríguez.

Os azuis-e-brancos baixaram a intensidade e desconcentraram-se atrás. Acabado de entrar, Ari, isolado, contornou Helton e reduziu o resultado. Podia ter repetido a façanha, mas seria Rúben Micael a fechar as hostes, depois de uma jogada confusa.

Contas feitas, dez golos marcados contra três sofridos, o melhor ataque da Liga Europa (29 golos) e o melhor marcador, Falcao. André Villas-Boas não gosta do rótulo de favorito, mas há que dizê-lo: assenta-lhe bem.

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