Sevilha faz história e repete triunfo na UEFA

O Sevilha entrou em campo em terras escocesas com o peso de favorito e não defraudou os ânimos dos seus adeptos, colocando-se em vantagem no jogo aos 18 minutos com um tento de Adriano. Mas o Espanyol persistiu no sonho de vencer a prova pela primeira vez na sua história e dez minutos depois Riera empatava o jogo.Com o Sevilha a jogar sem o português Duda, que nem sequer se sentou entre os suplentes, o marcador não desatava e o jogo foi para prolongamento. Aí os sevilhanos voltaram a marcar primeiro por intermédio de Kanouté aos 15 minutos do tempo suplementar. A equipa do treinador Ernesto Valverde, que em 1988 perdeu a final da Taça UEFA, então com a camisola de jogador do Espanyol, para o Bayer Leverkusen, voltou a empatar as contas a cinco minutos do apito final, com Jônatas a fazer o 2-2 no jogo.Guarda-redes Palop (Sevilha) defende penálti na final da T.UEFA 2007
Após 120 minutos de futebol corrido, nos quais o Espanyol jogou com menos um homem desde os 68', após vermelho directo a Moisés Hurtado, o árbitro Massimo Busacca assinalou a decisão por grandes penalidades. E aí os sevilhanos acusaram menos a pressão com Kanouté, Dragutinovic e Antonio Puerta a marcarem os penáltis da equipa de Juande Ramos. Do lado do Espanyol só Walter Pandiani apontou com êxito a grande penalidade, enquanto o guarda-redes Palop, do Sevilha, defendeu três penáltis.Juande Ramos entra assim para a história do futebol como o segundo treinador a conseguir vencer o mesmo troféu e com a mesma equipa em dois anos consecutivos, algo apenas alcançado até quarta-feira por Alejandro Scopelli que guiou o Valência à vitória na Taça UEFA em 1962 e em 1963 diante de Barcelona e Dínamo de Zagreb. Juande Ramos ergue Taça UEFA em 2007
Aos 53 anos, Juande Ramos fala em «satisfação e orgulho» e revela ambição para a Liga espanhola e para a Taça do Rei. «A ver se somos capazes de conseguir um segundo título», aponta o técnico dos sevilhanos.Quanto ao jogo em si, Juande Ramos entende que o «Sevilha foi superior, ainda que o Espanyol tenha sido um digníssimo rival», refere. Nos penáltis «a experiência dos jogadores do Sevilha também pesou e além disso o mérito foi de Palop», aponta o treinador. Mas o guarda-redes sevilhano diz que teve «sorte», notando que «os penáltis são uma lotaria».Do lado do Espanyol, Ernesto Valverde constata que a sua equipa «se sente campeã apesar de ter perdido». O treinador fala de um «esforço extraordinário» dos seus jogadores por estarem a jogar com menos um. «Estava convencido de que íamos ganhar nos penáltis, porque conseguimos duas coisas muito difíceis: empatar e depois no prolongamento, com menos um, voltar a igualar», salienta Valverde que perde pela segunda vez uma final da Taça UEFA, agora como treinador. «Parecia que podíamos tocar o céu com as mãos, mas no fim o céu fugiu-nos», conclui.Fotos: LusaSusana Valente