Porto de raça merecia continuar na Champions (Crónica)

O FC Porto empatou sem golos frente ao Zenit e ficou em terceiro lugar no seu grupo da Liga dos Campeões, o que significa que em fevereiro vai entrar em ação nos 16 avos de final da...Liga Europa. A equipa portuguesa não ficava pelo caminho na fase de grupos desde 2005/06, sob o comando de Co Adriaanse.

O resultado foi claramente injusto, pois a equipa portuguesa criou inúmeras oportunidades de golo, quase sempre negadas pelo guarda-redes Malafeev.

Os dragões entraram com todo o gás e logo aos 6 minutos, Djalma teve nos pés grande oportunidade, mas falhou completamente isolado (depois de fantástico passe de Moutinho) permitindo a defesa ao guardião Malafeev.

Como se previa, Danny era ruidosamente assobiado sempre que tocava na bola, por causa da polémica com Vítor Pereira, que criticou os seus festejos imitando um cão no jogo entre as duas equipas na Rússia.

Moutinho continuava a brilhar com grandes assistências e aos 13', o destinatário foi James, que rematou forte. Mas Malafeev voltou a mostrar grande atenção.

O FC Porto encostava o rival às cordas, impondo um ritmo muito forte, com boas iniciativas de Djalma e James pelas alas. O Zenit quase nem saía do seu meio campo.

Mas a partir da meia hora, o balão esvaziou e o jogo entrou num ritmo bastante mais calmo, que convinha ao Zenit. Os russos aproveitaram para se estenderem um pouco no terreno, embora só tenham colocado em perigo a baliza de Helton num contra-ataque em cima do intervalo.

Os espetadores presentes no Dragão acordaram com um bom remate de Hulk, para não variar travado por Malafeev.

Nova entrada em força

No recomeço, Vítor Pereira arriscou, colocando Kléber no lugar de Defour. Na prática, a equipa passou a atuar em 4.2.4. E o FC Porto voltou a entrar muito bem, criando duas enormes oportunidades de golo, por Hulk e James.

A deslustrar, Otamendi teve uma entrada desnecessária a meio-campo e viu de forma justa o amarelo que o afasta do próximo encontro europeu.

Como sofriam os adeptos dos azuis e brancos: a equipa carregava em busca do mísero golo que faltava, mas alguma sofreguidão na hora do remate e a bela exibição do guardião russo não permitiam a explosão de alegria das repletas bancadas do Dragão.

Aos 68' Vítor Pereira refrescou as alas, com a entrada de Varela para o lugar de Djalma. Mas faltava algo que, já sabe, é indispensável a este FC Porto, bem mais frágil que em épocas anteriores: um Hulk em grande plano. O brasileiro esteve longe de ser o elemento desequilibrador que tantos problemas resolveu à sua equipa.

E faltava também um lateral direito que seja...um lateral direito. Esta adaptação de Maicon não parece fazer grande sentido... O brasileiro bem se esforçava para apoiar o ataque, mas de facto não tem grande vocação para tal.

Aos 79' foi James quem esteve perto do golo que o FC Porto merecia. Mas lá estava o terrível Malafeev em mais uma intervenção de grande classe. Ainda entrou Belluschi para o lugar de Otamendi, mas o resultado manteve-se inalterável, apesar da artilharia pesada na frente: Hulk, Kléber, Varela e James, apoiados por Moutinho e Belluschi.

No final da partida, os adeptos do FC Porto despediram-se com sonoros aplausos. E agora na Liga Europa, quem sabe se os azuis e brancos não vão voltar a conquistar a prova?