Adeus de Mancini abre portas de Itália a Mourinho

Roberto Mancini anunciou o adeus ao Inter de Milão no fim da época. Depois da eliminação do clube italiano da Liga dos Campeões, com uma derrota por 1-0 contra o Liverpool, o treinador salientou que já tinha decidido deixar Milão antes do desfecho europeu. A revelação parece abrir as portas de Itália a José Mourinho. A imprensa transalpina já noticia que o "Special One" «é o favorito» à sucessão, mas também recorda que o Barcelona estará interessado no ex-técnico do Chelsea.



Há bem pouco tempo, o presidente do Inter, Massimo Moratti, assumiu publicamente a «admiração» pelo treinador português numa altura em que reafirmou a confiança em Mancini. O próprio Mourinho também afiançou recentemente que Moratti lhe parece alguém «que gosta muito de futebol e do seu clube». Estão assim lançados os dados para alimentar as especulações, devendo ainda adicionar-se ao "bolo" o facto de Mourinho nunca ter escondido que o seu desejo é treinar em «Itália ou Espanha».

Entretanto surgem dúvidas quanto às razões que motivam Mancini a deixar o Inter. O treinador de 43 anos tem contrato com o clube até 2012 e há rumores de que poderá ter decidido bater com a porta no seguimento de algum desentendimento com Moratti. Mancini recusou-se a justificar os motivos da sua decisão e quando confrontado com o anúncio do técnico, Moratti limitou-se a dizer «no comments».


Aquilo que é seguro é que com o adeus de Mancini «é o fim de um ciclo», conforme vaticina a imprensa transalpina. Com o treinador ao leme desde 2004 o Inter conquistou dois Scudettos (2006 e 2007) e duas Taças de Itália (2005 e 2006). Após a despedida europeia de terça-feira, Mancini lembrava que há ainda «um título de campeão de Itália para vencer». O Inter é actualmente líder no Calcio com mais seis pontos do que a AS Roma.

Quanto à partida da Liga dos Campeões, e depois da derrota por 2-0 em Liverpool, o clube italiano perdeu em casa por 1-0 num jogo onde terminou com apenas 10 jogadores, depois da expulsão de Burdisso por acumulação de amarelos. Aquele foi o momento decisivo de uma partida onde nenhum dos portugueses do Inter alinhou.


«Antes do vermelho a Burdisso, tinha decidido colocar o Figo em campo, depois da expulsão tive que rever as substituições», esclarece Mancini que assim não deu ao ex-capitão das quinas a possibilidade de se despedir das competições europeias. Figo soma no currículo 100 jogos na Liga Milionária em 11 épocas consecutivas de participação.



Fotos: Lusa