Deco espiado em 2008 a mando do Barcelona | Relvado

Deco espiado em 2008 a mando do Barcelona

 

A direção do clube de futebol espanhol Barcelona, que até 30 de junho era liderada por Joan Laporta, “espiou” o internacional português Deco, além de Ronaldinho, Samuel Eto’o e Gerard Piqué, segundo publica a revista Interviú.

De acordo com a revista espanhola, o “Barça” encarregou, no outono de 2008, a agência de detetives Método 3 de vigiar Deco, Ronaldinho, Eto’o e Piqué, para ver como se comportavam na sua vida privada, tendo sido seguidos durante meses até ao final da época 2007/08.

O serviço, que custou cerca de 5000 euros, concluiu que o internacional luso, o brasileiro e o camaronês cometiam constantes atos de indisciplina, que iam contra o regulamento interno do clube espanhol.

Já o relatório de Piqué, defesa então contratado ao Machester United, não encontrou nada de reprovável no jogador.

Quando Pep Guardiola assumiu o cargo de treinador no verão de 2008, anunciou que não contava com nenhum dos três futebolistas, ainda que Eto’o tenha continuado no clube por mais um ano.

*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***

Foto: wikimedia

Internacional:

Comentários [6]

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Vigilância

Sinceramente, não percebo o espanto causado por esta medida. O controlo da vida privada dos jogadores tem sido prática corrente em muitos clubes, a começar pelo próprio Real Madrid que, desde há décadas, procede em conformidade para com a espécie justamente através dos chorudos salários que lhe paga.
Portugal, de resto, nunca deixou de seguir o exemplo – e, muitas vezes, até, a fornecê-lo. Lembram-se do “caso Paula”? Eu lembro-me. E, independentemente dos pobres jogadores do FC Porto terem provavelmente sido apanhados numa ratoeira e, acto contínuo, um medonho programa da SIC ter-se aproveitado da abortada bacanal, a verdade é que, já nos anos sessenta do Século XX, os dirigentes do Benfica conheciam sobejamente os cantos da própria casa. A forma como superintendiam a vida dos seus atletas revela o que pensavam acerca da casta: pensavam mal. Tornaram-se recorrentes e inclusivamente lendárias as rondas nocturnas feitas às residências dos jogadores, com a acrescida obrigatoriedade destes desligarem as luzes a horas decentes. Ficou célebre um caso em que, durante uma concentração, no final dessa década, um dirigente menos propenso a diversões terá mandado expeditamente toda a gente para a cama às nove horas da noite! E vangloriou-se da saudável e ajuizada decisão: porque lhe apeteceu! Mesmo os tão enaltecidos clubes ingleses não demonstravam consideração maior pelos respectivos jogadores de futebol, tratando-os vulgarmente a pontapé e assumindo claramente que era gente que não se recomendava. Sempre limitaram a mobilidade dos desgraçados que, na maior parte das vezes, até de cuidados médicos mínimos se viam privados – justamente por edificante medida de precaução do clube responsável.
Na actualidade, tal selvajaria seria em todos os casos intolerável. Os jogadores profissionais – na realidade, os verdadeiros protagonistas do espectáculo – emanciparam-se e auferem milhões e outras benesses avulsas inimagináveis há apenas duas décadas. Por outro lado, com tantas cláusulas nos respectivos contratos, as multas e eventuais suspensões ou despedimentos obrigam os clubes a recorrer, naturalmente, a outro tipo de estratégia. Nos casos de Ronaldinho & C.ª, os velhos métodos revelaram-se eficazes. Dois anos depois de ter instalado a anarquia no balneário do Barcelona, o pronto despejo da denominada turba devolveu títulos ao clube.

Onde já chegamos: espiar os

Onde já chegamos: espiar os empregados. Se isto se torna regra nas empresas vai ser bonito. Mas incrível é ver como as pessoas aceitam levianamente estas coisas, como se fosse muito natural e ético ser-se espiado. Não sei onde vai parar este mundo, não sei não.

São opções de vida

Há aqueles que não se importam de ser enjaulados e filmados 24 horas por dia durante meses, por exemplo, pela possibilidade de arrecadar uns milharzitos de euros e adquirir uns minutitos de fama.

Eu se calhar não me importaria de abdicar de 10 anos de liberdade total (mais coisa, menos coisa) se estivesse a ganhar durante esse período o necessário para viver rico o resto da vida com liberdade... ;)

Putos

mimados e milionarios, e estão a espera que se comportam com profissionalismo ?

Piqué, que por acaso é espagnol, faz parte das excepções que confirmam a regra…

Tinham falado ao Octávio...

...que ele tratava isso numa boa :).Investigado devia ser o gajo que se lembrou em vender o Eto'o.Que grande jogador!

Por acaso aqui defendo sempre

Por acaso aqui defendo sempre os clubes. Se tu, no teu trabalho, não fores profissional estás no olho da rua logo a seguir. Nos clubes é exactamente igual. Qual é a dúvida?

São profissionais e recebem milhões. Comportem-se como tal.