Benfica-Gil Vicente: galos quase repetiam a gracinha (crónica)

O Benfica teve de arregaçar as mangas este domingo para se desembaraçar do Gil Vicente, adversário que parece talhado para dificultar a vida aos encarnados. Se na primeira volta Paulo Alves conseguiu roubar dois pontos a Jorge Jesus, hoje esteve a 17 minutos de repetir a ‘gracinha’. Mas num minuto tudo muda, e foi o que aconteceu no Estádio da Luz.

A primeira parte mostrou um Benfica estranhamente inseguro. A dupla de avançados, Cardozo e Rodrigo, tinha pouca bola, uma vez que o Gil Vicente marcava bem em cima os desequilibradores: Nolito não tinha a magia de outras noites e Gaitán era, mais uma vez, uma sombra de si mesmo.

Sucediam-se, assim, as perdas de bola no meio-campo encarnado, aproveitadas pelos minhotos para empreenderem rápidos contra-ataques, quase sempre protagonizados por Hugo Vieira. À semelhança do que sucedeu na primeira volta, o jovem avançado foi durante largos períodos do jogo o melhor homem em campo.

O 1-0 acabou por surgir sem que o Benfica o tivesse justificado em pleno. Uma rara falha defensiva do Gil Vicente permitiu que Cardozo correspondesse sem oposição, de cabeça, a um livre apontado por Nolito.

O Benfica não se tranquilizou com o 1-0. A toada do jogo manteve-se e os visitantes conseguiram igualar aos 40 minutos, com um grande golo de Rodrigo Galo: encheu o pé esquerdo de fora da área, sem marcação, e fez a bola passar por cima de Artur, que a tinha aliviado para o adversário.

Com Aimar e Bruno César, a música é outra
A segunda parte começou como acabara a primeira. Hugo Vieira teve a chance de pôr a sua equipa em vantagem, logo aos 48 minutos, mas desperdiçou.

Jorge Jesus não gostava do que via, olhou para o banco e chamou Aimar. E com Aimar o Benfica é outra equipa, como o jogo de hoje fez questão de lembrar.

Com o mago em campo, o Benfica passou a ser mais pressionante, embora não necessariamente melhor. A verdade é que o Gil recuava, e mais encostado às cordas ficou quando Jesus trocou Javi Garcia por Bruno César, ao minuto 69.

Quatro minutos depois, Rodrigo resolveu o problema que ameaçava tornar-se complicado: o jovem espanhol desferiu um forte remate de fora da área, que desviou em Halisson e enganou Adriano, que estava adiantado.

Foi uma estocada fatal para os visitantes, que sem conseguirem reagir viram Aimar fazer logo de seguida, aos 74 minutos, o 3-1. O argentino deu sequência a uma primorosa assistência de Nolito.

O jogo estava arrumado e o Benfica continua justamente líder do campeonato. Quem tem ‘armas secretas’ como Pablo Aimar ou Bruno César pode dar-se ao luxo de não jogar sempre bem.