Vieira volta a falar do Apito Dourado e critica os jogadores

No discurso feito pelo líder das águias antes da entrega dos Prémios Cosme Damião às figuras do clube que mais se destacaram em 2007, Vieira começa por apontar farpas ao grupo de trabalho. «Nem tudo tem corrido como desejávamos», frisa, avisando que o plantel sabe que «pode fazer mais». O presidente da Luz diz que «ainda há muito para conquistar», citando a Taça UEFA, a Taça de Portugal e o lugar de acesso à Liga dos Campeões e alerta que «só um grupo excepcional é capaz de enfrentar as contrariedades e de lutar até ao fim».
Vieira revela ainda que o futuro director-desportivo «já está escolhido» e que «tem sido um apoio importante na preparação do futuro». O dirigente não fala em nomes, mas todos apontam Rui Costa como o provável dono do cargo na próxima época e o "maestro", agraciado com o prémio de Futebolista do Ano 2007 na gala do Casino do Estoril, diz simplesmente que «é muito provável que fique nos quadros do Benfica» depois de abandonar os relvados no fim da época.Quanto ao "Apito Dourado", Vieira destaca que «é uma vergonha, para o país e para os principais organismos ligados ao futebol, que os pincipais implicados continuem em funções». O presidente faz também um paralelismo com outras áreas do desporto-rei para preconizar a aplicação de castigos aos dirigentes. «Se um jogador for objecto de um controlo anti-doping supostamente positivo é suspenso um ano; se um jogador tiver uma entrada faltosa apanha 6 jogos de suspensão; se um clube fizer alinhar um jogador por erro administrativo, perde pontos; se um treinador supostamente tiver um comportamento violento é suspenso durante 45 dias; então, meus amigos, qual será o castigo a aplicar a quem, de forma sistemática, influenciou, corrompeu e manipulou a verdade desportiva?» Uma pergunta que Vieira deixa no ar.O dirigente da Luz dirige-se ao Secretário de Estado do Desporto e aos presidentes da Federação e da Liga de Clubes para lhes deixar o recado de que «ficarão na história do futebol nacional» pelos seus actos, ou pela «ausência deles», e que estes «servirão de base ao juízo que vier a fazer-se» do seu desempenho.
Gilberto Madaíl, que marcou presença na festa das águias, já veio a terreiro salientar que também faz «declarações de intenções» e que subscreve a necessidade de transparência no futebol português. Mas o presidente da Federação repara que «temos o país que temos» e questiona «o que é que houve até agora do Apito Dourado na justiça civil». Madaíl acrescenta que a justiça desportiva, que «não tem a capacidade da justiça civil», conforme alerta o dirigente federativo, só pode actuar depois de haver eventuais condenações em Tribunal.Fotos: LusaSusana Valente