Modelo de jogo único | Relvado

Modelo de jogo único

 

As palavras de João Alves foram:«Não faz sentido a equipa de juniores ter um modelo de jogo que contempla determinados aspectos e haver disparidades com os seniores. Deve haver algo de muito parecido e bem estruturado naquilo que as equipas fazem».Pessoalmente concordo com a análise do novo treinador dos júniores do Benfica e penso que a implantação desta medida seria benéfica para a integração de jovens na equipa sénior de uma forma mais competente do que tem acontecido nos últimos anos.No entanto, penso que será uma desvantagem para a equipa de juniores se necessitar de jogar em função da equipa sénior, em detrimento das características dos jogadores que a compõem.Importante aqui será perceber quais são os objectivos principais. E os relvas o que pensam deste assunto?Ramzi

Benfica:

Comentários [51]

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Sim, mas também...

Modelo de jogo único sim, mas sem nunca perder de vista que o principal no futebol é a qualidade individual, a qualidade técnica e a criatividade. Na minha opinião, acho que a criatividade deve ser estimulada mas sempre orientada para os princípios de jogo e organização da equipa.... Por um lado receio que muita mecanização, sobretudo nas camadas jovens, possa ser um enorme factor inibidor da pulsão da criatividade, como acontece, por exemplo, com o uso exagerado por parte dos técnicos em escalões de formação de exercícios fechados, onde os jogadores não podem ler o jogo e escolher a melhor opção, não sendo assim, obrigados a tomar decisões pensadas por eles de acordo com o objectivo geral da equipa. Ou ainda com jogadas pré- estabelecidas em que o objectivo, em vez de ser criar referências no posicionamento em campo, mas posicionamento que pode ser ajustável consoante o adversário, é mesmo o de tentar fazer a "jogada sair no dia do jogo", como se o futebol fosse um tabuleiro de xadrez. Eu acho que em formação, tudo isto poderá ser mau se não for bem aplicado... Por exemplo, eu considero muito importante definir linhas de passe, movimentações padrão, mas, atenção, nunca se deve de deixar de transmitir aos jogadores que essas linhas de passe não são obrigatórias, que quem está em campo são eles, que quem decide e vê uma melhor opção são eles e que o futebol é um jogo com muitas variantes e que não podemos prever tudo nem quase tudo: tirem referências, orientações básicas para garantir uma boa ligação entre os sectores, e sobretudo para garantir que a equipa mesmo com grande nível de fadiga, ou em dias de pura desinspiração, tenha sempre capacidade táctica que lhes permita jogar quase sem pensar... portanto acho a organização é importantíssima mas não pode ser tipo uma lei ou decreto, aplicada sempre e ás cegas... sobretudo em formação!!! Há que dar espaço à criatividade e ao risco...

Apontamento pertinente, o teu

Davids, Seedorf, Kluivert, Overmars, entre outros são exemplo de jogadores criados no laboratório de Amesterdão (sempre com o mesmo modelo de jogo em todos os escalões de formação, salvo erro implantado por Van Gaal) e que não foram constrangidos na sua condição de jogadores fora de série. O essencial em todos os jogadores de futebol serão sempre os movimentos básicos de recepção, passe e remate. A criatividade, visão de jogo, compleição fisica, resistência, inteligencia espacial e visão periférica serão as pequenas/grandes diferenças que marcam a fronteira entre os bons e os excepcionais executantes, e que sempre deverão ser potenciadas por qualquer educador independentemente do modelo de jogo.

Em parte concordo...

... com o teu mas. Não sou tão receptivo como tu relativamente a este assunto. Organização é uma coisa, modelo de jogo também. Um treinador de futebol profissional quando organiza um 11 tenta sempre fazê-lo baseado em equilíbrio qb para vencer o jogo e sem sofrer golos se possível. Ora o modelo de jogo que muitas vezes eles falam é simplesmente o de definir uma táctica rígida, onde cada um tem um género de "TPC" a fazer. Isto tira a personalidade à equipa, tira os Quaresmas, e tira sobretudo os Petits aqueles que mesmo fazendo a sua função por vezes vêm compensar a função do colega e ainda dar-lhes um grito de incentivo bem ao estilo do "uncle Sam". Cumprimentos Futebolísticos!

Toma lá um interessante...

Bom tópico Ramzi!

Até que enfim discutimos futebol propriamente dito! Quanto ao artigo em questão, é preciso saber distinguir entre tácticas e modelos de jogo. Na minha opinião o modelo de jogo tem duas grandes famílias, o modelo de contra-ataque e o de posse de bola. Tudo o resto gira à volta desses dois estilos e modelos de jogo. Ora se de um ponto de vista é concensual que um clube quando forma jogadores, não pode excluir jogadores para posições interessantes só porque não se enquadra no seu modelo táctico, o mesmo acontece para o modelo de jogo praticado, pois nos 90 minutos, não estamos sempre em ataque continuado. Para mim isto é uma falsa questão, até porque a cultura táctica aparece verdadeiramente no último ano de júnior e primeiros de sénior com a integração no plantel principal e é aprimorada até aos 26 anos, para dos 27-32 estar-se no apogeu do conhecimento técnico ou táctico. O sucesso das academias de futebol do Sporting é exactamente esse. Eles preferem dar importância aos princípios básicos do futebol: recepção, passe, desmarcação e colectivo. Parece pouco mas não é! Para mim é mesmo o fundamental, pois a cultura táctica é mais facilmente perceptível numa idade mais avançada onde já se olha para o futebol, não para ver a finta maluca do Ronaldo, mas para ver a desmarcação do outro lado do Rooney para o espaço vazio, espaço esse que após a finta do Ronaldo este centra para ela... O futebol é universal, é feito à medida de todas as pessoas, daí a bola ser redonda. Reparem, numa coisa, quem é que estava nas camadas jovens nos anos 90's? Eram também pessoas do clube, antigos futebolistas, e que resultados eles deram? O mal começa logo nos requesitos que impõe aos putos. Um caso gritante é o do Miguel Veloso... Se fosse o João Alves apostava sim na diversificação e no treino personalizado e em conjunto para os putos que realmente tenham um dom. Cumprimentos Futebolísticos!

Moderado como Interessante, acabadinho de...

chegar! Cumprimentos

Thanks! ;D

Cumprimentos Futebolísticos!

Obrigado Super Guerreiro II...

Concordo com o teu comentário. De facto o mais importante antes de se perceber de tácticas é saber jogar futebol, ou seja, desenvolver as capacidades individuais dos miúdos, tanto a nível físico, como a nível técnico. No entanto penso que não se deve descurar a componente prática nos jovens e não vejo com total desconfiança a implantação de um único sistema táctico nos diferentes escalões de futebol do Benfica. É claro que essa implantação não deve ser rígida, ou seja, deve existir um esquema base e depois se necessário ou dependendo dos jogos, utilizam-se outros esquemas diferentes. Isto se o Benfica apostar numa linha de continuidade dos seus treinadores. Cumprimentos e fica bem.

É claro que quando falo em principios básicos...

... não é só aprimoral a qualidade técnica e física deles. É sobretudo tu o técnico a descobrires qual a melhor táctica para meteres aquela gente toda a competir e a evoluir e isso muda de ano para ano, pois muda de grupo de jogadores que tiveres à disposição. De qualquer maneira, aí está o gozo de ser treinador. E aprendes muito. Cumprimentos Futebolísticos!

Re: Bom tópico Ramzi!

Interessante o teu comentário, pena que não tenho pontos! Mas, apesar de o achar interessante, não estou totalmente de acordo com ele! A cultura táctica é algo que se vai aprendendo de pequenos! É essa cultura táctica que faz com que os miúdos de 12 ou 13 anos comecem a perceber que uma equipa só o é se for melhor que as individualidades que a constituem. E que é possível, porque todos sabem o que fazer no campo, conseguir que a equipa vá sendo cada vez melhor e mais eficaz! O contrário será o desenvolvimento do individualismo, o esquecer o colectivo! Ter um modelo de jogo, mesmo que com muitas variantes, é importante, na minha opinião, desde as idades mais jovens!

Eu penso que há da nossa parte...

... meros leigos nestas andanças do futebol ;D um abuso de linguagem. O que para ti é o modelo de jogo, para mim é a personalidade da equipa, a personalidade do conjunto de jogadores que faz ter reacções diversas ao longo de um jogo de futebol. Eu não gosto nada do Porto como equipa, mas reconheço por exemplo que o dizer "o Porto tem estofo de campeão", muitas vezes vi isso em campo. Ás vezes pormenores como o de dar "cacetada" no adversário, pode servir para perceber que eles estão descontentes com o resultado e exibição, logo aí demonstra uma virtude que é exactamente a personalidade. Essa aliada ao carácter da equipa (a classe com que ganham jogos, a fair play com que jogam, a espectacularidade,...) mais a escolha do modelo de jogo adequado a cada instante do encontro, faz realmente um campeão. Normalmente é o treinador que no banco vai dando os bitaites para a alateração do modelo de jogo, quando diz "circula a bola", "mais rápido", "pelas alas", "joga fora", "queima!",... mas quando uma equipa interioriza isto, o treinador só se preocupa com pormenores do tipo: "Joãozinho olha o 7, ele anda a crescer, ainda vai pegar alguma surpresa!"... então estamos numa situação em que a equipa acaba por ser um "organismo vivo" em que cada jogador tem uma função global, mais do que a sua especialidade. Nesta situação estamos no chamado futebol total. Por vezes é preciso também o adversário ajudar, pois caso contrário teremos um jogão!!! Em suma, concordo com o intuito colectivo, mas penso que há tempo para tudo. O bonito do futebol de 11 é que só com muita boa condição física consegues "fussar" o jogo todo ou mesmo o treino todo. Logo aí, mais tarde ou mais cedo o jogador vê que só ele não consegue ganhar os jogos... isto fez-me lembrar duma história que passei com um professor meu, mas isso fica para outra ocasião. Em tenra idade, deve-se incutir o espírito de grupo e acima de tudo fazer assimilar as bases, depois pouco a pouco trabalhar em situações específicas, como o que fazer em 1 para 1 atacante e 1 para 1 defensivo,... mais tarde e se calhar mais importante que o treino de tácticas, é o treino de grupos, i.e., defesas, médios e atacantes, para assimilarem os movimentos básicos do futebol. Por exemplo, quando Portugal joga com 2 avançados vê-se claramente que eles não têm uma verdadeira escola de avançados. Eles não sabem combinar com os extremos, muito menos entre eles (estilo movimentações à pistão, i.e. avançado lado direito aquando dum cruzamento do lado direito recuar para o 2º poste ou marca da grande penalidade, enquanto o avançado esquerdo vai ao primeiro poste, confundindo assim os centrais que perdem tempo de reacção ao pensar "vais tu ou vou eu?"). A maior parte dos nossos extremos júniores especialmente dos 3 grandes têm é futuro como laterais ofensivos (lembro-me do Miguel do Benfica, o próprio Aléx do Benfica, João Pereira do Benfica) e aqui reside o mal, pois eles nunca acabam por ser avançados/extremos no esquema de 4-3-3, implantado nos jovens desde à algum tempo. Assim, não se forma pontas-de-lança que saibam jogar com os extremos, que tenham com eles movimentações para arrastar os centrais e aparecer na pequena área o extremo, ou num dos postes, em vez de ficarem agarrados às linhas... Este tipo de movimentos interioriza-se quando somos jovens e faz criar esse tal espírito de equipa, i.e., podes ser um goleador mas sem um extremo não fazes aqueles golos de levantar o estádio, por exemplo, não fazes um pontapé de bicicleta em condições... As tácticas surgem depois um pouco daí, precisamos primeiro de conhecer as nossas capacidades para depois com a táctica podermos potencializar ainda mais e defendermo-nos melhor dos nossos defeitos, isto do ponto de vista desportivo. Cumprimentos Futebolísticos!

Nojentos

Este João Alves percebe é de Doping! Quem não se lembra quando este treinava O Boavista que os Jogadores apresentavam dozes de Cafeína fora dos parâmetros legais. È um crime um individuo como o João Alves treinar Jovens em formação.

Querem imitar o Sporting :)

Tem uma grande desvantagem...

O SLB teria de contratar sempre um treinador para o plantel sénior que desse preferencia a esse sistema de jogo, a menos que mantivesse o mesmo treinador durante muitos e bons anos... Cumps

bem

isto é dificil mas a verdade é uma um bon jogador joga bem em qualquer tactica. O CRonaldo jaoga na direita na esquerda ao centro e a ponta de lança, simão idem, Rui costa idem Katso miguel veloso a central na esquerda a médio defensivo médio atacante Manuel fernandes e tantos exemplos quando és bom arranjas sempre lugar em qualquer tactica.

Re: Modelo de jogo único

Eu depois deste artigo, tenho a dizer uma coisa: os bons artigos são publicados logo, por isso quem se queixa que os seus artigos não são publicados é porque se calhar não os escreve assim tão bem. E a edição, coitada, tem de publicar os menos maus, nem que saiam artigos como o de ontem à noite. Quanto ao assunto: O problema está, como sempre, na transição das camadas jovens para os seniores. Nas camadas jovens, é fácil os clubes terem o mesmo modelo táctico para todos os escalões, e isso acontece em muitas equipas. E é fácil porque normalmente o departamento de futebol jovem funciona como um todo, não existe um departamento para os infantis, outro para os iniciados, etc. O segredo passa pela ligação com o departamento sénior, que permita a criação de uma estrutura com um conjunto de peritos e técnicos, que defina o modelo táctico a ser praticado por todas as equipas. O modelo único cria rotinas nos jogadores, quando passam de ano para ano. Sendo o principal objectivo da formação a alimentação da equipa principal, é importante um modelo que facilite a polivalência, e os entendidos do futebol dizem que esse modelo é o 4-3-3. Acho que muito bom era também o modelo dos treinadores holandeses do Barcelona, uma base 3-4-3 que se desdobrava facilmente em outros esquemas tácticos e facilitava, por isso, a polivalência. O problema é sempre o mesmo: as equipas séniores estão mais sujeitas a mudar de treinador, e será que todos os treinadores aceitam a imposição do seu patrão de jogar num determinado esquema táctico? Mas um jogador bem preparado (e pode sê-lo com apenas um esquema táctico) nas camadas jovens cabe em qualquer esquema táctico do futebol sénior. Puxando a brasa à sardinha verde e branca, não é por acaso que o Nani jogou bem em 4-4-2 (como médio ou avançado) ou em 4-3-3, ou que o Moutinho (e no futuro o Adrien Silva) joga bem nas 4 posições do losango.

+1 Interessante...

Só não dei antes porque acabaram mesmo de chegar!

Re: Re: Modelo de jogo único

Subscrevo.

Re: Re: Modelo de jogo único

A solução deveria passar, não por obrigar o novo treinador a mudar de esquema, mas sim por escolher um treinador que tenha predilecção pelo sistema implantado no clube.

Concordo...

De facto acho que o mais importante é a utilização de um esquema táctico que permita aos jogadores terem alguma liberdade para que, quando necessário, saibam jogar noutros esquemas tácticos diferentes. Ou seja, uniformizar o esquema táctico nos escalões jovens, mas sem limitar a inteligência futebolísticas dos jovens, para que, quando chegam à equipa sénior, não tenham dificuldades em se adaptarem à táctica utilizada pelo treinador principal, que deve sempre ter a soberania e nunca viver em função dos esquemas utilizados nos escalões mais jovens. Já agora, obrigado pelo elogio ao artigo e cumprimentos.

José Lima

treinador da equipa de juniores do sporting, disse há um tempo atrás que para não haver problemas de adaptação a um esquema táctico diferente, por parte de juniores que venham a integrar o lantel principal, o melhor a fazer era utilizar o 4-3-3, em todos os escalões de formação. pois ele dizia que um 4-3-3 permitia a qualquer jogador adaptar-se a qualquer esquema. Os médios defensivos e médios centros não terão problemas num esquema de 4-4-2. Os extremos, se ensinados desde pequenos, a defender, poderão facilmente fazer de interiores. os médios ofensivos mantêm-se na mesma. cumps