Luka Jovic é o sérvio que se segue | Relvado

Luka Jovic é o sérvio que se segue

Depois de garantir Ivan Saponjic, Benfica vira-se para prodígio do Estrela Vermelha.
 
Luka Jovic (Estrela Vermelha)

Depois do Benfica ter ontem apresentado o avançado sérvio do Partizan Belgrado, Ivan Saponjic, os encarnados são novamente notícia por procurarem garantir mais uma estrela daquele país, desta vez do rival de Belgrado, o Estrela vermelha.

Luka Jovic é outro jovem avançado com reconhecida enorme margem de progressão e aos 18 anos pode chegar à Luz por uma verba a rondar 1.8 milhões de euros. A negociação deverão dar lugar nos próximos dias e o jogador está já a par do interesse, que o deixa satisfeito.

Nos últimos dias falou-se também na possibilidade de intromissão do Sporting neste negócio, mas a verdade é que o Benfica parece estar à frente para garantir o atleta.

Benfica:

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¿Por qué te callas? A Robertada

O Football Leaks foi vítima do seu próprio mediatismo: começou a divulgar tantos documentos, alguns que nada acrescentavam, que a determinada altura as notícias que envolviam os leaks começavam a ser recebidas com alguma indiferença.

A imprensa portuguesa também ajudou, ao deixar de publicitar este blogue - quase todos os meios de comunicação desistiram, de um momento para o outro, de o fazer, exceção feita ao jornal Record. Quando foi para divulgar coisas como o contrato de Jorge Jesus e algumas transferências do FC Porto, até espaço em debates televisivos tiveram. Agora, fez-se silêncio.

A determinada altura muitos questionavam por que é que não apareciam informações sobre os negócios mais obscuros do Benfica, em particular o caso Roberto. Pois bem, apareceram informações bastante curiosas sobre o negócio Roberto. Viram-las em algum jornal ou meio de comunicação?

Houve apenas um jornal a escrever sobre isso: o Record, através do jornalista António Varela. Pois bem, mas acontece que o Record decidiu voltar atrás e apagou a notícia (o link original era este) que havia escrito sobre Roberto. Infelizmente para eles, ainda está disponível em cache. Passando a reproduzi-la abaixo:

Que se passou, Record? A notícia deixou de ter pertinência informativa de um momento para o outro? Ou será que a sua publicação chateou alguém? Por qué te callas, Record? Vá, para que o Record não esteja sozinho nesta guerra, vamos falar um pouco da transferência de Roberto.

A ver se ninguém se perde pelo caminho: Roberto foi transferido para o Saragoça em 2011, por anunciados 8,6M€, dos quais o clube na verdade só pagou 1%, ou seja, 86 mil euros.

Duas épocas depois, o Benfica, num brilhante ato de gestão desportiva, voltou a contratar/recuperar Roberto, alegando que o fez porque o BE Plan, a entidade que deveria ser responsável por 99% do pagamento, não o fez. Como todos saberiam, à partida, que não o faria, daí a expressão «milhões da treta» usada de pronto por Pinto da Costa.

O Saragoça estava falido, com uma dívida superior a 100 milhões de euros, e devia mais de 15 milhões a ex-jogadores. Não poderia nunca comprar um jogador por 8,6 milhões. Entrou então em cena a BE Plan, que incluía três sociedades comerciais: a BE Plan Energia 1, a BE Plan Energia 2 e a BE Plan Energia 3. Todas elas tinham como representante Agapito Iglesias, que, tal como Luís Filipe Vieira, se trata de um empresário da construção civil.

Ora, isso é ilegal, pois os dirigentes de clubes não podem ter participações em negócios de jogadores. Era claramente o caso de Agapito Iglesias em relação a esta transferência de Roberto.

De volta à cronologia da Robertada, o Benfica tinha informado a CMVM, em 2013, que recuperou o passe de Roberto devido a incumprimento do Saragoça. Mas a tal notícia apagada pelo Record, com base nos documentos da Football Leaks, mostra que o Benfica pagou 86 mil euros para voltar a ter os direitos federativos de Roberto.

«São milhões da treta». E eram!
E então Roberto assinou um novo contrato com o Benfica, válido até 2017. O Benfica não informou o mercado regulador sobre esta pertinente informação. O guarda-redes foi então emprestado ao Olympiacos, em 2013/14, após acabar a época no Saragoça. Até que a 4 de fevereiro de 2014 Roberto rescindiu com o Benfica; depois assinou pelo Atlético; e um dia depois estava a ser anunciado a título definitivo no Olympiacos.

Ora Saragoça, Atlético, Benfica, Olympiacos... Qual é o limite de inscrições por ano admitida pela FIFA? Por quantos clubes pode alinhar um jogador? Quais são as consequências em caso de incumprimento das regras? Podem perguntar ao Meyong e ao Belenenses, eles explicam.

O dinheiro de Roberto, que nunca entrou no Benfica, ficou então pendurado até fazerem de Pizzi o jogador mais caro da história do clube (14M€) e de terem avaliado Raúl Jiménez em 18M€ após uma época em que se só fez um golo em Espanha.

Todo este processo mostra como é fácil fornecer informação que não corresponde na íntegra à verdade. O Benfica não forneceu, como ordena a CMVM, informação de máximo grau de fiabilidade ao mercado durante o caso Roberto - até porque logo o primeiro comunicado anuncia um acordo com o Saragoça, e não com o BE Plan, por 8,6M€. Este tipo de negócios podem fazer as ações disparar e iludir os investidores. Que fez a CMVM? Estava muito ocupada, certamente.

Mas o mais curioso é que o Benfica vendeu Roberto a uma entidade que nada tinha a ver com futebol. A BE Plan foi criada em 2009, na altura no âmbito da construção de um parque eólico. A empresa de Agapito Iglesias estava registada no BORME como sendo uma entidade de «promoção e construção de todo o tipo de edifícios». Até que em setembro de 2011 decidiu mudar...

... Dois meses depois da transferência de Roberto, a BE Plan decidiu mudar e informou que passou a ser uma empresa «dedicada à representação de desportistas». Posteriormente, descobriu-se em Espanha que Agapito esteve envolvido, também com Jorge Mendes, em transferências de jogadores que nunca pertenciam efetivamente ao Saragoça, como foram exemplos Juan Carlos (Braga) e Tales (Sporting).

Sabemos que há alguns espaços na blogosfera que já debateram bastante a tendência/coincidência para o Benfica, que é presidido por um empresário da construção civil, adorar negociar com clubes que estão a construir novos estádios ou infraestruturas. Até onde se sabe, o facto de tanto Luís Filipe Vieira como Agapito serem empresários da construção civil e terem estado envolvidos nesta Robertada não é mais do que uma coincidência. Tal como foi coincidência que, depois da Robertada, Luís Filipe Vieira, na condição de empresário, tenha ido a Espanha fechar um negócio para um Complexo Turístico.

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