A atitude passiva de Quique Flores

O Quique nunca foi o meu preferido para treinador do Benfica, mas foi uma aposta pessoal e forte do director desportivo. Ao fim de oito meses, parece que este Quique ainda não se apercebeu nem da grandeza e exigência do clube, nem sequer de como funciona a nossa liga. Aqui, não há que jogar para empatar fora, temos que jogar para ganhar. E isto leva-nos a um terrível dilema:

Quique fica, a bem da estabilidade e dá-se lhe condições para preparar melhor a próxima época.

Quique sai no final da época, a bem da estabilidade e evita-se assim o risco, de ter que o despedir à 5ª ou 6ª jornada, da próxima temporada. O que fazer? O que fariam no papel de Rui Costa? Eu assumo, que nunca gostei de Quique, mas não sei se era bom despedi-lo. Das duas uma ou assumimos que o homem não tem mesmo capacidade para o nosso clube e sai já, ou então se tem, temos que lhe dar todo o apoio e estruturas necessárias para ter sucesso. É que sejamos honestos, um campeão não se constrói em 8 meses, mas normalmente existe evolução e é isso que eu sinceramente tenho dificuldade em ver. Parece-me que o Benfica já esteve bem melhor do que agora e sempre foi uma equipa de contra-ataque, que não tem soluções para jogar em ataque continuado. Mas reparem bem, se não tivéssemos perdido pontos sucessivamente e de forma estúpida, com Setúbal, Nacional e Trofense, hoje o Quique era um herói!

sera k os benfiquistas vão abanar lencinhos brancos ou irão acenar com papoilinhas ao quique ... Não deixava de ser bonito o estadio da Luz a parecer um jardim na hora da despedida... Fica esta sugestão para os benfiquistas como eu caso o desfecho seja o adeus a mais uma treinador (que clube coleccionador o meu !!) :))

Sinceramente, não posso vir cascar a torto e a direito numa pessoa que eu elogiei aquando da sua contratação e cujo feitio e personalidade continuo a admirar. Quique Flores é um gentleman, perito em relações públicas e imagem, mas não me parece um expert em termos tácticos e mesmo de liderança de homens. O Benfica, esta época, tem um plantel muito rico e que em nada fica atrás em relação aos outros grandes, antes pelo contrário. Curiosamente, tem carências idênticas às de Porto e Sporting, que são as laterais defensivas. Mas tem uma carência muito importante, que não se nota tanto nos outros rivais, quanto a mim, que é a grande indefinição e confusão reinante no sector nevrálgico de qualquer equipa - o seu meio-campo. Ninguém parece saber muito bem o que fazer e quando o fazer. E isto é deficiência do treinador, obviamente... _____________________________________ Quantas vezes ouço e leio por aqui os benfiquistas a vangloriar-se da grandeza do clube e muitos deles (dirigentes benfiquistas incluídos) a recusar-se descer do alto do pedestal há tanto carcomido. Pois bem (e sem qualquer tipo de clubismo à mistura): decidam-se!! Ou seja: - ou optam por "descer à Terra" e fazer uma travessia do deserto forçada (à imagem do que fez o Sporting nos primeiros tempos de Roquette) - que até poderá nem ter que durar mais que uma ou duas épocas -, e aí, não faz sentido um plantel milionário liderado por um treinador baratucho (como acho ser o caso actual); - ou continuam na teima de não perder o gigantismo, continuar a atacar com força, reforçar ainda mais a equipa, mas então investir também num treinador internacional e ganhador, mas igualmente caro (Trappatoni foi um bom exemplo). Penso que o dilema benfiquista actual será mais ou menos este e há que resolvê-lo rapidamente (conselho de sportinguista "com alguns ataques de isenção")...

Pessoalmente, já estou um bocado farto de que, em Portugal, a primeira cabeça a rolar seja sempre a do treinador. Numa equipa como a do Benfica, as responsabilidades devem de ser averbadas a um conjunto de situações que não são sempre adstritas ao treinador. Mas, como é da praxe, e após o último desaire (o primeiro em casa e o segundo do campeonato), Quique Flores tem a cabeça a prémio. Recordo-me que, no ínicio da época, os benfiquistas pareciam unidos, apregoando a paciência face a uma equipa técnica e a um plantel renovado. Ninguém entrou nesta época com as expectativas em alta, mas sim sob o signo da prudência. Arrisco-me mesmo a dizer que o Benfica cometeu um grande erro ao fazer dois jogos excepcionais frente ao Nápoles e ao Sporting. Ou seja, caldo entornado. Já eram os maiores. Na altura ouvi a nação benfiquista afirmar "que iam ganhar tudo". Errado!! Se uma equipa não se faz em 8 meses, muito menos em 2 jogos. Se se pode acusar Quique de ser pouco "inventor" na táctica, também se pode apregoar o argumento inverso: o da solidez. E é neste ponto que eu quero pegar. O Benfica, ao contrário de outros anos, apresenta maior consistência. É inclusive uma das equipas que permite menos oportunidades de golo ao adversários (pena é que as que permite, regra geral, acabam em golo). Quique Flores não é tão bom como o quiseram fazer no início da época, nem tão mau como o querem pintar neste momento. Face ao exposto, não aponto Quique Flores como o principal "carrasco" do Benfica nesta fase final do campeonato, mas sim um conjunto de situações (onde incluo os próprios adeptos) que fizeram da paciência expectativa e do apoio incondicional pressão à equipa. Tenho ido com regularidade aos estádios ver o Benfica e passei de ouvir cânticos de entusiasmo de apoio a vaias e insultos. Somente num país de gente pobre é que isto acontece, pois recordo-me de jogos que vi em Espanha e Inglaterra e mesmo com as equipas anfitriãs a perder (e por vezes por muitos), os insultos eram coisa que não ouvia, mas sim apoio incondicional. Há que saber ser adepto em TODAS as situações. Acredito (como acreditava no início desta época) que o que este plantel precisa é de tempo, de criar rotinas, de entruzamento, de um pouco mais de dinâmica que, pasme-se(!), não aparece em 8 meses. Por vezes, nem em anos ela surge. Creio que quem já jogou futebol sabe do que estou a falar... Aparte disto tudo, a inevitável comparação com o Porto. É justo afirmar que a qualidade dos plantéis não é assim tão desigual. Em última análise o do Benfica até supera. A grande, enorme, diferença entre ambas as equipas resume-se à dinâmica acima referida. O Porto é a melhor equipa em Portugal. Isso ninguém duvida, mas também foi uma equipa construida com base nos dois anos vencedores em Portugal e no estrangeiro, o que coloca a fasquia bem alta, logo implicando que há uma vontade extra de permanecer nesse patamar. O Porto vai ser um justo vencedor deste campeonato. Irá sê-lo com certeza, mas também sei que ainda há muito jogo para jogar, e muitos pontos em disputa. E isto tudo (peço desculpa pelo longo comentário) para pedir não um campeonato ao Quique, mas sim pedir a mudança de mentalidades desta suposta "nação" benfiquista, que parece não ter aprendido nada com as danças de treinadores das últimas épocas. Quique Flores é o treinador certo para o Benfica? Não sei. Ele pediu dois anos. E no fim desses anos é que se podem fazer as avaliações. Saudações...benfiquistas.

vai em paz. Godspeed, my son.

Até corta o coração ver o Benfica jogar tão pouco. É medíocre este Benfica, sem garra, sem chama, sem inspiração. Desde o início, que não simpatizei com Quique Flores, mas como bom benquista dei o benefício da dúvida. O problema é que jornada após jornada se via as limitações constantes da equipa e os "enervantes" erros de casting do treinador, e que certamente, não será o único culpado. É triste ver um plantel sem laterais. Maxi Pereira não pode ser alvo de críticas, cumpre e é certinho, mas faz falta na ala direita, onde a equipa não tem soluções, e poderia dar outra profundidade e "alma". Na esquerda, o melhor lateral, foi desde o início carta fora do baralho. Quique não morria de amores por Leo. Jorge Ribeiro, depois de alguns jogos a titular, e até com algumas prestações razoáveis deixou a equipa, incompreensívelmente. David Luiz é uma nódoa como lateral, qual Maldini, qual carapuça, no jogo com o Sporting, foi por ali que todos entravam, e se calhar está a perder-se um bom central. Ruben Amorim, não é ala, é médio centro e dos melhores no plantel. Aimar está sempre encurralado entre os centrais, é constrangedor ver um jogador com tanta qualidade perdido na frente, e a equipa a desesperar por um dez, por um jogador que saiba quando, e como soltar a bola. Na maior parte dos jogos passou ao lado, tudo isto por causa da teimosia de Quique, um dez joga solto. Cardozo, outro mal amado de Quique. O melhor ponta de lança do plantel, dos últimos dez ou quinze anos, não tem confiança devido ao papel de segundo plano que lhe foi dado. Quando é titular é sempre o primeiro a sair, assim não há confiança que resista. Depois o "embirrante" 4-4-2 defensivo e conservador de Quique, que coloca Reyes longe das decisões, e R. Amorim nas alas. Acho que o Benfica tem um plantel capaz de lutar por melhores resultados, e como já não tinha há muitos, mas muitos anos, mas todos estes factores, deitaram por terra uma oportunidade de lutar pelo campeonato, e digo lutar verdadeiramente...não aproveitar as debilidades dos adversários para fazer os adeptos acreditarem no título. Como já disse mais que uma vez, este Benfica renderia muito mais em 4-3-3. A jogar neste sistema, também em termos de banco seria mais fácil encaixar algumas peças. A equipa ficava com mais soluções em todos os sectores, embora continue a dizer que houve um grande equívoco na construção deste plantel, tantos milhões para não ter laterais, ainda por cima, em Janeiro, mesmo depois de se verificar esta lacuna, tudo ficou na mesma. E se Quique Flores colocasse este Benfica a jogar ao ataque, sem medo dos adversários e a discutir todos os resultados. Talvez esta equipa chegasse muito mais longe...Deixo uma ideia, daquilo que poderia ser uma melhor equipa...sem adaptações e sem medo... ------------------Moreira-------------------- M. Pereira---Luisão-----Sidnei-----J. Ribeiro ---------Katsouranis-------R. Amorim--------- --------------------Aimar--------------------- Suazo-------------------------------------Reyes --------------------Cardozo-------------------- Conclusão, este Benfica é um flop, juntamente com o seu treinador, e mesmo que ganhe a Taça da Liga, mas não alcance a Liga dos Campeões será sempre um fracasso desportivo, já para não falar a nível financeiro. Cada vez mais, acho que contratar treinadores estrangeiros, sem provas dadas, não é a melhor solução, não estão idenficados com o campeonato e não conhecem a realidade do país. No final da época, ou muito me engano, ou Rui Costa vai ser forçado a arranjar novo treinador. Se assim tiver de ser ao menos, que seja um português e benfiquista... Humberto Coelho já merecia uma oportunidade.