Vieira garante que nunca combinou árbitros com Valentim

O presidente do Benfica diz que a notícia do jornal Público «é mais um folclore». Luís Filipe Vieira nega em declarações
à Rádio Renascença que tenha em algum momento negociado com Valentim Loureiro a nomeação de árbitros para os jogos do Benfica. Entretanto o director de comunicação da Luz estranha na Rádio TSF o timming do artigo, confirmando a existência da conversa relatada pelo Público entre Vieira e o presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP). Cunha Vaz justifica as palavras do presidente encarnado naquele diálogo notando que ninguém «vai ao supermercado comprar fruta podre».

Vieira: se pensam intimidar-me esqueçam

«Nunca fui ouvido no "Apito Dourado", nunca prestei declarações sobre o "Apito Dourado", nem testemunhei nada e nunca fui detido», nota por seu turno Vieira na Renascença, salientando que isto não passa de «mais um folclore». O dirigente encarnado insinua ainda que está em causa na divulgação da notícia no Público uma tentativa de intimidação. «Quando as pessoas pensam, por telefonemas ou seja como for, intimidar-me, esqueçam», avisa contudo o dirigente. «Enganaram-se na porta a que bateram», adiciona.
O artigo do Público aborda a alegada combinação entre Valentim Loureiro e Vieira quanto à nomeação do árbitro João Ferreira para o Benfica-Belenenses nas meias-finais da Taça de Portugal 2003/2004. Ora este é o mesmo árbitro escolhido para o Boavista-Benfica que representa no sábado a estreia das águias na temporada 2006/2007. Este facto leva Vieira a deixar no ar a ideia de que poderá não se deslocar ao Bessa para assistir ao jogo. «Disse, e fui muito claro, que não me sentava mais ao pé de impostores, agora tirem as ilações», salienta o dirigente na Renascença.

Cunha Vaz diz que foi o Major quem telefonou

Por outro lado Cunha Vaz, o director de comunicação do Benfica, também critica, mas na TSF, o timming da notícia face à proximidade do jogo com o Boavista, lembrando ainda que surge depois de os encarnados terem ameaçado entregar ao Ministério Público um dossier relatando diversas irregularidades no futebol português. Cunha Vaz reconhece a existência da conversa de Vieira com o Major, mas diz que foi este quem ligou ao líder das águias. «O senhor Luís Filipe Vieira foi contactado para saber que árbitro é que poderia ser nomeado porque não podia ser o outro que tinha sido nomeado para um jogo dois dias antes», conta o porta-voz do Benfica, criticando que «não tinha que ser o senhor Valentim Loureiro a fazê-lo, porque não tinha nada que ver com isso, não é da Federação e não tem que nomear árbitros para a Taça», constata.
Quanto às declarações do presidente do Benfica no diálogo transcrito pelo Público, «a resposta do senhor Vieira está lá, árbitros do Porto não quero», nota Cunha Vaz considerando que a posição do dirigente da Luz é válida devido ao facto de alguns homens do apito manterem «uma determinada tendência na arbitragem». «É a mesma coisa que dizer, o senhor vai ao supermercado e não vai comprar fruta podre, compra fruta que está boa para um ser humano», conclui o director de comunicação dos encarnados.