Transferências: as 10+ da época

O defeso de 2010/11 acrescentou evidente qualidade ao campeonato português, não só com a entrada de alguns jogadores que se impuseram rapidamente nas suas formações mas também com a dança de jogadores entre equipas lusas que veio aumentar uma competitividade já em crescendo nos últimos anos.

Eis a lista à qual todas equipas gostariam de ter acesso por antecipação.

As melhores contratações da época:

10. Jorge Gonçalves (Olhanense)
Oriundo dos espanhóis do Racing Santander, para onde se transferiu após brilhar no Leixões, esteve emprestado ao Vitória Guimarães na época passada e entrou pela porta do Olhanense em 2010/11. Como seria mais ou menos esperado, impôs-se com facilidade na equipa de Olhão e é já um dos jogadores mais importantes da equipa de Daúto Faquirá. A sua velocidade e espírito de sacrifício têm feito maravilhas pela manutenção.

9. Skolnik (Nacional)
Uma das maiores pérolas descobertas pelos clubes portugueses no estrangeiro este defeso. Com apenas 21 anos e contratado ao Maribor da Eslovénia, clube que projectou Zlatko Zahovic, o médio nascido na Croácia tem sido uma das figuras de destaque no Nacional. Actuando nas faixas, Skolnik garante a criatividade e irreverência que por vezes parece faltar à equipa de Jokanovic. Um caso sério no futebol português e um jogador que pode claramente aspirar a voos mais altos.

8. Bruno China (Rio Ave)
Só quem não se lembra da mais-valia que Bruno China era no meio-campo do Leixões é que se deixa surpreender pela excelente temporada que está a realizar em Vila do Conde. A passagem pelo Mallorca de Espanha não foi feliz, mas o regresso a Portugal trouxe novamente o melhor do jogador nascido em Matosinhos. A sua subida de forma nas últimas semanas é uma das principais razões para a fuga da linha de água por parte do Rio Ave.

7. Valdomiro (Vit. Setúbal)
A qualidade do ex-central do Guimarães nunca foi discutível e só um desentendimento o poderia fazer sair do Minho pela porta pequena. Menos mal para o Vit. Setúbal, que o recebeu de braços abertos e hoje conta com um patrão de alto quilate na defesa, que se tem revelado o parceiro ideal para o veterano Ricardo Silva. Juntos, a par do guarda-redes Diego e apesar da posição aflitiva da equipa no campeonato, são a principal razão para que a equipa de Manuel Fernandes seja uma das menos batidas do campeonato. Além disso, Valdomiro é sinónimo de perigo iminente nas bolas paradas.

6. Roberge (Marítimo)
Um autêntico diamante que caiu dos céus do Funchal. Formado no Guingamp e com uma passagem de dois anos pelo futebol grego ao serviço do Aris Salónica, Roberge transformou-se num dos jogadores mais importantes da Liga Zon Sagres em apenas um par de meses. Com 23 anos, pode gabar-se de ser o sinal mais de um Marítimo que, apesar do 10º lugar na tabela classificativa, é a 2ª defesa menos batida do campeonato. Os clubes da Madeira têm projectado excelentes centrais nos últimos anos e Roberge tem tudo para ser o próximo a dar um salto de gigante na carreira.

5. Sílvio (Braga)
Se o mais recente lateral a estrear-se pela Selecção já tinha dado excelentes indicações ao serviço do Rio Ave na temporada passada, o salto para o Braga trouxe a sua afirmação definitiva no futebol português. Mais: comprovou que Sílvio consegue apresentar o mesmo rendimento em qualquer uma das faixas. Imprescindível para Domingos Paciência e uma opção a ter cada vez mais em conta por Paulo Bento, o lisboeta formado no Benfica é já uma das principais figuras da Liga Zon Sagres e sua a juventude só pode augurar um futuro ainda melhor.

4. Evaldo (Sporting)
Se o lugar de defesa-esquerdo foi quase sempre um problema para os grandes, com o Sporting a não ser excepção, o panorama actual afigura-se bastante satisfatório e para isso em muito contribuiu a aquisição de Evaldo pelos leões em 2010/11. Dispensado pelo Porto e renascido em Braga, Evaldo não deu qualquer hipótese a Leandro Grimi e é já um dos indiscutíveis em Alvalade. Seguro a defender, prático com a bola nos pés e a dar a profundidade necessária a uma equipa que se quer ofensiva na esmagadora maioria dos desafios, o brasileiro não acusou a pressão de jogar num grande e conquistou rapidamente o coração dos adeptos.

3. Edgar Silva (Vit. Guimarães)
Do alto dos seus 1.91m, Edgar é a grande referência ofensiva do Vit. Guimarães e tem sido um dos artífices da excelente campanha realizada pelos homens de Manuel Machado. Goleador, perspicaz e agressivo sobre a bola quando esta pinga na área, o brasileiro confirmou as credenciais que o haviam levado do Beira-Mar ao Porto e após as passagens por Académica, Estrela Vermelha de Belgrado, Vasco da Gama e Nacional, encontrou finalmente o clube ideal para exponenciar todas as suas qualidades como ponta-de-lança. Boas notícias para o futebol português e para os adeptos do Vitória: apesar do seu vasto currículo, Edgar apresenta no BI apenas 23 anos.

2. Lima (Braga)
Se Paulo César e Meyong - este apesar de lesionado durante parte da época - têm andado meio desaparecidos das opções iniciais dos bracarenses, em muito podem "agradecer" ao jogador que o clube foi no defeso contratar ao Corinthians. Lima nunca foi opção na equipa de Ronaldo e Roberto Carlos, mas o seu empréstimo ao Belenenses durante a época passada apresentou os dotes do brasileiro ao mercado português e o seu nome tornou-se imediatamente num dos mais badalados do último defeso. Foi o Braga quem se chegou à frente e não poderia considerar mais feliz a opção. Lima oferece velocidade, verticalidade e um faro de golo muito especial para os jogos mais difíceis, onde quase sempre marca o ponto através da sua agilidade ou do forte e preciso pontapé. Os melhores jogos dos bracarenses esta temporada têm Lima assinado por baixo.

1. João Moutinho (FC Porto)
Considerado uma "maçã podre" no pomar do Sporting, João Moutinho era um gigante adormecido a quem faltava uma estrutura mais forte para dar outra dimensão ao seu futebol. Dono de uma mobilidade e de uma precisão de passe ao nível dos melhores centro campistas da actualidade, o camisola 8 era a peça que faltava num puzzle que Villas-Boas pretendia de posse e circulação de bola. Os mais de 11 milhões de euros que o FC Porto pagou por ele e a polémica que esteve associada à mudança de um rival para outro revelaram-se extremamente satisfatórias para os azuis-e-brancos, que hoje já não passam sem a batuta de Moutinho a ditar o ritmo e a intensidade da equipa. Foi a grande sensação do defeso e é, inquestionavelmente, uma das grandes sensações do líder do campeonato.

Lista não estanque, sigam-se as vossas opiniões...