FC Porto-Naval: Contra a metamorfose do lanterna vermelha

Mas se as estatísticas não favorecem em nada a Naval 1º de Maio nesta 16ª jornada, a metamorfose da equipa da Figueira da Foz com a chegada de Mozer tem mais que se lhe diga. A antiga glória do Benfica substituiu o interino Fernando Mira e estreou-se no primeiro palco onde o FC Porto perdeu pontos esta época: no Afonso Henriques.

E se frente ao Guimarães, os azuis-e-brancos não lograram mais do que um empate, a Naval saiu da Cidade-berço com os três pontos na mão, depois de ter estado a perder … e a jogar com dez.

Um percurso de respeito… mas contra a "ópera"

Desta vez, o palco dá pelo nome de Dragão, o mesmo que tanto tem aplaudido o líder da Liga Zon Sagres, mas que no último jogo, frente ao Pinhalnovense, para a Taça de Portugal, não conseguiu disfarçar alguns assobios. Diz André Villas-Boas que esses adeptos querem “ópera” em todos os jogos.

Ironia à parte, o técnico portista foi realista e garantiu que a equipa não anda à procura de goleadas, mas de continuidade de um percurso que, assegura, “merece respeito”.

E depois de uma breve interrupção, o FC Porto vai voltar a incluir nesse percurso dois dos jogadores mais influentes do plantel: Falcao, que ainda não competiu em 2011, e João Moutinho, que ficou de fora no jogo da Taça. O departamento médico “ofereceu” ainda a Villas-Boas Sapunaru e Ukra, limitados nos últimos dias. Sobram, portanto, os habituais Álvaro Pereira, ainda limitado a tratamento, Beto e Cristian Rodriguez, estes bem mais próximos do regresso, e ainda Souza, a contas com um resfriado.

Pôr em prática o plano “anti-amarelos”

Convém avisar que o título nada tem a ver com o equipamento alternativo da Naval - que é amarelo, precisamente. O plano em questão tem a ver com o número significativo de jogadores do FC Porto em risco de suspensão por acumulação de amarelos. No total, são quatro – Moutinho já “limpou a folha” e Álvaro ainda está de fora. Helton, Guarín, Belluschi e Hulk foram admoestados por quatro vezes e o técnico do FC Porto admitiu que poderá fazer uma “gestão cuidada” do plantel, apesar de as cartolinas não serem um “factor inibidor” para os que saltarem para o relvado.

É caso para dizer que Fernando ou Rúben Micael poderão manter a titularidade, em detrimento de Guarín ou Belluschi, por exemplo. Hulk, esse, é indiscutível no ataque, que vai partilhar com Varela e Falcao. O regresso do colombiano, aliás, significa a saída do seu compatriota, James, do onze, após seis jogos consecutivos a titular.

Recuando no terreno, há ainda a registar os regressos de Moutinho, Otamendi e Helton.

Sem José Mário nem Carlitos… mas com Mozer

Por seu turno, a Naval leva na bagagem alegria e confiança para a curta viagem ao Porto. A garantia é de Marinho, extremo-direito, que atribui responsabilidades ao novo treinador, com o qual a Naval já conseguiu garantir a primeira vitória fora de casa.

O objectivo é, por isso, “pontuar” no Dragão e confirmar a retoma. Para o efeito, Mozer não conta com o lesionado José Mário nem com o castigado Carlitos, que deverá ser substituído na lateral-direita por Gomis.

A missão do “lanterna vermelha” é difícil, mas o avançado Bolívia, que deverá jogar de início, deu, pelo menos, uma receita: não há que “ter medo” dos dragões.