FC Porto ganha com auxílio do banco (crónica)

O FC Porto volta a estar isolado na liderança do campeonato, pelo menos de forma provisória, após o triunfo por 3-0 sobre o Paços de Ferreira esta noite.

Para a partida que abriu a nona jornada da I Liga, Vítor Pereira colocou em campo o mesmo onze inicial que goleou o Nacional por 5-0 na semana passada, mas a aposta não foi muito bem conseguida.

Os forasteiros começara o jogo no Dragão sem medo. Aparecia várias vezes na frente, com o estilo de jogo rápido, boa troca de bola e lançamentos rápidos para Melgarejo, que ia criando perigo.

Do lado portista, Belluschi era o jogador mais esclarecido do meio campo para a frente e, primeiro de cabeça e depois num livre, esteve perto do golo. De resto, o FC Porto estava muito dependente do jogo nas alas, das subidas dos laterais Alvaro Pereira e Sapunaru, sobretudo do uruguaio.

Foi precisamente de uma ala, da direita, que os campeões nacionais criaram a jogada mais perigosa, com Varela a obrigar Cássio a uma grande defesa, com a bola ainda a embater na barra.

Sem velocidade nem criatividade, o FC Porto não conseguiu dominar o jogo e ser perigoso durante a primeira parte. Veloz foi Melgarejo, que deixou Sapunaru e Rolando para trás num pontapé longo de Cássio e quase marcava. A bola saiu a rasar o poste.

O avançado emprestado pelo Benfica não marcou na baliza portista... marcou na baliza pacense. No último minuto da primeira parte, cruzamento de Alvaro Pereira, ao segundo poste Luisinho ia cortar, mas a bola bateu em Melgarejo, que fez o 1-0. Resultado injusto ao intervalo.

Suplentes alteram o jogo

Vítor Pereira deixou no banco o pouco inspirado Defour e colocou em campo João Moutinho logo após o intervalo. Kléber entrou pouco depois para o lugar de Walter, que antes de sair podia ter marcado, mas isolado rematou por cima. Cohene respondeu num remate de cabeça defendido por Helton, que agarrou à segunda.

Ainda no jogo dos bancos, decorria o minuto 59' quando aconteceram três coisas pouco vistas no Estádio do Dragão. Hulk saiu cedo, entrou James; o brasileiro não gostou e foi diretamente para o balneário sem passar pelo banco de suplentes, numa atitude muito assobiada pelos adeptos portistas; com isto, após as entradas de Moutinho, Kléber e James, já não havia mais substituições para fazer do lado do FC Porto a mais de meia hora do final.

Mas dificilmente Vítor Pereira poderia ter feito uma aposta tão acertada. Aos 63 minutos, Moutinho passou para James, que rematou ao poste, e na recarga Kléber rematou forte para o segundo golo da noite.

Dois minutos antes, o avançado brasileiro havia protagonizado aquilo que se pode chamar uma "quase cabeçada" a Josué, que respondeu com um empurrão nas costas à ameaça quase concretizada. Cartão amarelo para os dois jogadores, mas poderia ter sido pior para o brasileiro.

O segundo golo terminou praticamente com a esperança do Paços, que pouco ou nada fez a partir daí. O FC Porto também não acelerava, controlava o jogo e, à exceção de um ou outro rasgo de Kléber, também não se aproximava muito da baliza contrária.

Quem se aproximou o suficiente foi outro suplente, João Moutinho. O internacional português aproveitou uma má receção de Kléber e num bom remate estabeleceu o 3-0 final. A segunda parte foi bem melhor que a primeira e a vitória estava então garantida.

Já lá vão 20 meses desde a última derrota do FC Porto para o campeonato. No dia 28 de Fevereiro de 2010, o Sporting ganhou em Alvalade por 3-0 aos portistas, que agora somam 48 partidas consecutivas sem conhecer a derrota.