Viagem tranquila do FC Porto ao Minho, na visita dos comandados de Julen Lopetegui ao terreno do Moreirense.

Num jogo de toada constante, assistiu-se a um FC Porto algo ansioso nos instantes iniciais, tentando desde cedo mandar no jogo e com “pressa” de resolver o resultado logo de início. Um FC Porto a tentar tomar conta do meio campo e com a iniciativa do jogo e um Moreirense a fechar em bloco com linhas baixas e bastante pressão no portador da bola. Na turma azul e branca, destaque para a presença no banco de suplentes dos regressados Brahimi e Martins Indi e do “estreante” Hernâni. As equipas desenrolaram sempre o jogo fiéis ao seu modelo de jogo habitual, perante uma plateia bem composta numa noite fria e húmida.

O FC Porto começou a assumir as despesas do jogo logo à passagem do minuto 12, com Maicon na área a atrapalhar-se e a deslumbrar-se na cara de Marafona. O conjunto cónego ia-se defendendo como podia e tentava sempre em contra-ataque colocar a bola nas costas dos defesas portistas através de um futebol sempre direto. Os laterais azuis e brancos, sempre muito subidos no terreno, em apoio direto à linha mais ofensiva dos dragões, sempre tendo como ponto de referência o colombiano Jackson Martínez. Até que… Decorria o minuto 27 do primeiro tempo e o FC Porto lograva sair na frente do marcador através de solicitação de Herrera, à qual Jackson Martinez trabalhou bem dentro da área com o pé direito e com o esquerdo rematou para o fundo das redes do desamparado Marafona. Um a zero para o FC Porto.

A reação do Moreirense foi ténue, mas não se fez esperar logo no reatar, através de duas boas ocasiões: uma por intermédio de André Marques, que viria a ser substituído por lesão, outra por Rodrigo Battaglia, com um remate perigoso para boa intervenção de Fabiano para canto. Não obstante ao que se passara minutos antes, o conjunto de xadrez verde e branco sofreu um novo revés, uma segunda substituição forçada por lesão de André Marques, complicando ainda mais as coisas aos comandados de Miguel Leal. Chegávamos então ao intervalo com o tento único de Jackson Martinez a ampliar a liderança dos marcadores da Primeira Liga para 16 golos no ranking dos artilheiros. Golo este especial e histórico, por ser o golo 5000 da história da liga do escalão máximo do futebol português.

Reinício do jogo no Estádio Comendador Joaquim de Almeida Freitas… Com mais do mesmo… FC Porto ao ataque, Moreirense sempre à espreita de empatar em contra-ofensivas rápidas pelas alas, com muito trabalho para os defesas contrários. As investidas constantes dos laterais sempre muito ofensivos, Danilo e Alex Sandro, e dos alas sempre muito ativos do conjunto visitante, ora por Quaresma e por Tello, com o apoio do irrequieto e dinâmico Oliver, não davam descanso à defensiva da casa.

Casemiro viria a ampliar o resultado para dois a zero para os azuis, com um cabeceamento forte e colocado ao segundo poste, na sequência de um cruzamento de Herrera, que se revelava decisivo nesta partida, pois coube-lhe a ele o papel de fazer as duas assistências para os dois golos marcados esta noite.

À passagem do minuto 66, o Moreirense começou a abrir mais em busca da igualdade, oferecendo mais espaços para o FC Porto gerir a vantagem magra a seu bel-prazer, refrescando o ataque com a entrada de Evandro para a ala em detrimento do irrequieto Tello.

Entravamos no ultimo quarto de hora do desafio, e tudo estava praticamente decisivo: o Moreirense revelava-se incapaz de inverter o rumo dos acontecimentos, e o FC Porto poderia mesmo através do recém-entrado Brahimi fazer o terceiro golo, com um remate no corredor central e defesa apertada de Marafona para canto… A partida caminhava já para o final quando Jackson saía com os aplausos dos adeptos portistas que se encontravam no estádio e dava lugar a Aboubakar para jogar os minutos finais do encontro.

Sem mais nada a salientar, o jogo chegou ao final com a vitória incontestável do conjunto mais forte, que cumpriu a sua missão em perseguição ao líder Benfica, que se desloca a Alvalade para medir forças em mais um dérbi que se adivinha escaldante.
 
Da parte do Moreirense destacam-se as boas exibições de Rodrigo Batagglia, Pedro Coronas e do guarda-redes Marafona. No FC Porto, realce para a atitude trabalhadora e combativa num terreno sempre complicado e traiçoeiro, com destaque para Jackson, que se revela cada vez mais o goleador deste campeonato, e para o excelente sentido posicional de Herrera, com dois passes para golo e mais uma mão cheia de bons pormenores.

A finalizar, destaque positivo para a equipa de arbitragem, pois sempre sóbria e serena conseguiu ter o jogo sob controlo sem perder o norte…

Espero que este meu  trabalho como estreante seja do agrado dos prezados leitores do Relvado.

Equipas:

Moreirense - Marafona; Coronas, Anilton, Danielson e André Marques (Elízio 32’); Djibril, Diogo Cunha (Lucas 77’) e Battaglia; João Pedro, Cardozo (Leandro 6’) e Arsénio.
Suplentes: Gideão, Leandro, João Pedro, Elízio, Patrick, Lucas Souza e Gerso.

FC Porto - Fabiano; Danilo, Maicon , Marcano e Alex Sandro; Casemiro, Herrera e Óliver Torres (Brahimi 80’); Ricardo Quaresma, Jackson (Aboubakar 90’) e Cristian Tello (Evandro 74’).
Suplentes: Helton, Indi, Ruben Neves, Quintero, Evandro, Aboubakar e Brahimi.