Futebol português na falência |
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05 de Novembro de 2003, às 16:31 |
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DevilEagle diz: "Começou por ser um fantasma, passou a uma ameaça séria e, agora, é cada vez mais uma realidade. O futebol português está na falência. O nosso país não tem condições financeiras para albergar tantos jogadores profissionais. Refiro-me principalmente aos clubes da II Divisão B, que não tendo estatuto de profissional, todos, ou pelo menos a grande maioria, oferecem salários aos jogadores que eu, sinceramente, não me importava nada de ganhar.
Posso agora falar de um caso que conheço mais de perto e que, principalmente como contribuinte, me revolta um bom bocado, o do Caldas. É um clube que só sobrevive à conta dos subsídios da câmara, mas tem um plantel de 27 jogadores e muitos deles ganham como profissionais. Ganham é como quem diz, porque esta época ainda só receberam o mês de Agosto.
Não há ninguém a ver os jogos, as despesas não são cobertas pelas receitas, não há publicidade e as dívidas aumentam a cada dia que passa. O que eu pergunto é como é que estes clubes podem sobreviver assim. É impossível, na minha opinião. No ano passado o Caldas agravou o passivo em 25 mil contos e este ano vai para o mesmo.
O problema é que andam os contribuintes a pagar impostos para depois o dinheiro ser mal canalizado. Tal como o Caldas, há muitos clubes nesta situação. Estes jogadores são quase funcionários públicos, sem fazer nada que o justifique. Mas qual pode ser a solução para isto. Toda a gente sabe que o dinheiro que as câmaras dão é para o futebol juvenil, mas também toda a gente sabe que não é para aí que é canalizado.
Mas que medidas é que se podem tomar para acabar com isto? Acho que passa um pouco pela política de gestão interna, por exemplo, e voltando ao Caldas, a partir da próxima época vai ter condições para formar grande parte da equipa com jogadores que sobem dos juniores, podendo construir uma equipa razoável com jogadores que ficam muito mais baratos e que, de outra forma, acabam por se perder.
De qualquer modo, acho que as autoridades responsáveis também deviam agir. Por exemplo, a recente revisão dos quadros competitivos é ridícula e não mexe com nada. Vai deixar estes clubes exactamente na mesma. Por outro lado, se as autarquias fiscalizassem como deve ser se os clubes canalizam bem o dinheiro e se suspendessem os subsídios se o dinheiro fosse mal aplicado, os dirigentes dos clubes também tinham que modificar qualquer coisa. O que acham que pode ser feito para que a grande maioria dos clubes destas divisões não acabem como Campomaiorense, Estrela de Portalegre e outros do género?"
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