Voo tranquilo da águia em ritmo de passeio (crónica)

O Benfica apurou-se para a IV Eliminatória da Taça de Portugal, depois de vencer no Algarve o Portimonense por 2-0. Os golos (de Bruno César e Rodrigo) surgiram apenas na segunda parte, mas a superioridade das águias nunca esteve em causa, embora a exibição tenha sido frouxa, em ritmo muito moderado. O Portimonense, último classificado da Liga Orangina, não obrigou a mais...

Luisão, Garay e Nolito foram os únicos habituais titulares que jogaram de início, no Benfica mais português da época, ainda assim apenas com quatro representantes lusos: Eduardo, Miguel Vítor, David Simão e Nélson Oliveira.

As águias começaram "mandonas" e aos 6 minutos, Nélson Oliveira - fez a estreia oficial esta época - quase marcou, com o remate a sair muito perto do poste direito da baliza de Goda. Aos 15 minutos valeu Eduardo ao Benfica, com o guarda-redes a defender remate de longe efetuado por Fabrício. Foi a única oportunidade de golo da equipa da casa no primeiro tempo.

O Benfica atacava mais, mas só conseguia criar perigo em remates de fora da área: Capdevila atirou ao poste na marcação de um livre e Matic obrigou Goda à sua segunda grande defesa da noite.

David Simão era o melhor nas águias, mas estava claramente desacompanhado no meio-campo. Nolito e Bruno César não estavam nos seus dias e Matic não tem a "pedalada" de Javi Garcia e até viu um amarelo ainda na primeira parte, o que o poderá ter inibido. Na frente, Rodrigo e Nelson Oliveira mexiam-se muito, mas a bola raramente lhes chegava em condições.

O intervalo chegou em boa hora para um Benfica que precisava de imprimir mais velocidade e objetividade ao seu jogo.

Saviola e Witsel entram, 'Chuta Chuta' decide

No recomeço, Jorge Jesus colocou Saviola no lugar de Nelson Oliveira e aos 56' David Simão foi rendido por Witsel. O treinador dos encarnados lançou aquelas que eram claramente as melhores opções que tinha no banco.

E foi logo a seguir à entrada do médio belga que Bruno César desatou o nó, inaugurando o marcador de livre direto. O brasileiro fez jus à alcunha de 'Chuta Chuta' com belo remate rasteiro colocado, mas com responsabilidades para Goda, pois a bola entrou do seu lado.

O golo não mudou grande coisa. O ritmo de jogo continuou baixo, com domínio total do Benfica. Rodrigo teve nos pés a hipótese de resolver praticamente a questão, aos 70' mas o seu remate saiu muito por cima da barra. Foi preciso esperar apenas dois minutos para o avançado hispano-brasileiro fazer o gosto ao pé, com uma excelente desmarcação e finalização com classe. O (grande) passe foi de Bruno César. Os dois, de resto, foram os melhores em campo, embora só tenham aparecido na segunda parte.

Rodrigo estava com o "pé quente" e logo a seguir, atirou uma "bomba" da fora da área que não passou longe da baliza. O único lance perigoso do Portimonense foi um excelente cabeceamento em voo de Traouré, que passou muito perto do poste esquerdo de Eduardo.

Até ao final, as águias controlaram os acontecimentos sem grandes dificuldades. E sempre sem forçar muito a nota...