Recordar os momentos mais emocionantes

De certeza que já muitas vezes, sobretudo em competições importantes, naquelas alturas em que tudo se decide, se sentiram incapazes de controlar as vossas emoções e explodiram descontroladamente. Para compartilhar convosco, trago três momentos muito especiais para mim...O primeiro foi num dia dos fins de Maio de 1978. O meu Porto não era campeão há 19 anos e tudo indicava que o fosse. O Porto recebia o Benfica e tinha 2 pontos de avanço. Era preciso que não perdesse. Aos 8 minutos Carlos Simões, um excelente central, introduziu a bola na própria baliza! Não dava para acreditar! Todo o resto do jogo foi com o Porto a atacar e o Benfica a defender-se como podia! Nas bancadas, à medida que o jogo caminhava para o fim, ia-se perdendo a fé e o nervosismo ia tomando conta das Antas! Até que, a 11 minutos do fim, um livre é marcado perto da área do Benfica, a bola ressalta e Ademir, com uma floresta de pernas na sua frente, arranca um remate poderoso que só para no fundo da baliza. Foi a loucura no estádio! Muita gente com lágrimas e 19 anos depois a cidade, em festa, delirava!O segundo momento passou-se em 27 de Maio de 1987, em Viena, no Estádio do Prater! Porto e Bayern Munique disputavam a final da Taça dos Campeões Europeus. Artur Jorge comandava os portistas que jogavam sem Gomes, Jaime Pacheco e Lima Pereira. Na primeira parte, golo dos alemães. O Porto jogava com medo de perder. Mas ao intervalo Artur Jorge muda tudo e o Porto volta para ganhar. Apesar de um grande esforço a bola não entrava. Quim e Inácio tinham saído para entrarem Frasco e Juary. Minuto 78, numa jogada pela direita, Frasco mete a bola para o meio da área alemã! Nela, Madjer, o argelino, de costas para a baliza com Pfluggler logo atrás. Por trás da baliza, na bancada, eu e outros portistas desesperavamos. O genial jogador não teve medo e de calcanhar, sem se virar, enviou a bola para o fundo das redes. Loucura entre os adeptos do Porto enquanto os alemães se calavam. E, dois minutos depois, Celso faz um passe longo para Madjer na esquerda, este corre, troca as voltas ao Winkelloffer e cruza para a área. Atrás dessa baliza, eu e os milhares de portistas que ali estavam, vimos Juary com a sua velocidade e não tivemos dúvidas! Juary marcou, mas antes mesmo da bola entrar já todos nós saltávamos na bancada! O Porto era campeão europeu!O terceiro é mais recente: 21 de Maio de 2002 em Sevilha! 40 graus naquele fim de tarde na capital andaluza e mais de 100 000 escoceses e irlandeses, vestidos de verde a apoiar o Celtic, dentro e à volta do Estádio Olímpico. Um jogo intenso, sempre dominado pelo azul e branco. Por duas vezes o Porto marcara e por duas vezes o Celtic empatara com golos do sueco Henrik Larssen. o prolongamento foi inevitável e ia correndo sem que houvesse golos. Muita luta mas as forças a faltarem aos jogadores. Para nós, nas bancadas, ia crescendo o receio de ter de ir a penáltis. Seria injusto, pois o Porto tinha sido claramente melhor, mas seria uma lotaria. Perto do fim, uma bola levada pelo Marco Ferreira é rechaçada mal pela defesa do Celtic, Derlei pega nela, dá uns passos e remata para o fundo da baliza. Um explodir de emoções, com todo o nervosismo a saltar cá para fora e a ser partilhado no abraço ao meu filho Miguel e a certeza de que agora já não haveria empate. Do outro lado a tristeza da derrota que também eles sabiam agora ser inevitável!Podia citar muitos outros, como o da Corunha, na meia-final da Liga dos Campeões ou a final da Taça das Taças, em Basileia, em 1983, ou alguns mais, mas esses marcaram-me de forma especial! E a ti?dragao13