Portugal e o excesso de clubes

Mas não só, exitem 7/8 clubes que só têm escolinhas e/ou Infantís.
Não têm mais escalões.
São clubes que estão ligados a infantários próximos em que as modalidades que praticam, seja Atletísmo, Futebol de 5, 7 ou 11 ou Andebol são opção para os miúdos e não pagam nem mais um € por isso, e toda a gente sabe (...hehehe, eu tinha de colocar esta frase um dia...) que as Actividades de Tempos Livres são cada vez mais um negócio (e muito rentável).
Em 4 dos clubes que conheço muito bem (num deles, na época passada fui eu que dirgí a maioria dos jogos em casa deste Clube) existe uma tradição bem feliz, quer ganhem, quer percam, oferecem um pequeno, mas retemperador, lanche á equipa adversária, para incutir nos miudos o espiríto de que já terminou o jogo, portanto é agora tempo de convívio.
E nem te vou falar da quantidade de pais que todos os Sábados acompanham os seus filhos (mais que não seja porque são eles que os têm de levar aos jogos) com gosto, mesmo quando as equipas perdem.
Em Clubes organizados quantos jogos dos mesmos escalões já fiz eu em que ás 8 ou 9 da manhã a única alminha a assistir ao jogo é o guarda do Campo e a Polícia (ou a GNR)?
E deixo-te uma pequena "estória" para que me entendas.
Eu também joguei FutSal (de resto foi onde me lesionei com gravidade) durante algum tempo. O curioso é que estávamos a subir de Divisão época atrás de época e só lá andávamos pelo prazer do convívio (e diga-se que o sucesso que deriva de subir todos os anos também ajudava) e pelo prazer que temos de jogar em conjunto.
O Clube em causa nem tinha FutSal e fomos nós (um grupo de amigos que estudou e trabalhou alguns anos) que a activamos e lhe demos vida.
Na época em que lesionei, já estavamos no Campeonato Nacional (3ªDiv), sendo portanto a nossa 4ª época como equipa e as coisas estavam a correr bem, seguramente que não conseguiriamos subir, mas estávamos longe de descer.
Com a lesão, num braço, deixei de poder jogar Futebol e com isso passei a ser um a menos.
A Direcção do Clube, que nunca havia gasto um tostão com a equipa, com medo de que a equipa desanimá-se e de descer de Divisão (matemáticamente era possivel), contratou um jogador da 2ª Divisão para suprir a minha vaga (nós eramos apenas 15 atletas) e passado algum tempo estava a falar em contratar um treinador "a sério".
O Sucesso pode ter destas consequências... No ínicio da época seguinte o plantel era toda ou profissional ou semí-profissional e hoje em dia, volvidos que são 8 anos, já ninguém se lembra daqueles carolas que pagavam o Campo em jogavam, pagavam o policiamento, as Senhoras da limpeza (um jogo fora saía mais barato, e claro que com os resultados ao 2º ano de competição o patrocinio que arranjamos já cobria todas estas despesas e ainda davam uns cobres ao clube (nada de especial, mas pelo menos já podiamos comprar de quando em vez um bola...) e o único vinculo ao Clube foi sempre e só o de usarmos a sua camisola.
De ínicio ninguém acreditou em nós, depois eramos os gajos bestiaís e o Céu era o limite (apesar dos 28-3 contra um clube de da 1ª Divisão de Aveiro).
De um momento para o outro deixamos de ser suficientes para o clube e fomos literalmente afastados, mas tarde vim a saber que foi por um dos "novos" directores que tinha feito parte de outro clube que desceu aos Distritaís nesse ano e que encontrou alí (clube sem passívo) uma boa base para recomeçar.
Não tenho a certeza, mas penso que o clube em causa disputa a 2ª divisão de FutSal.
Espero que tenhas entendido onde quero chegar com toda esta letra...