Duarte Gomes: "Não é o dinheiro que move os árbitros" (Exclusivo)Árbitro de Lisboa defende a profissionalização de forma acérrima, mas esclarece que as razões económ |
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11 de Julho de 2011, às 20:04 |
Na segunda parte da sua entrevista ao Relvado, Duarte Gomes aborda o quinto lugar na classificação dos árbitros portugueses, reconhecendo que o primeiro foi muito bem empregue a Pedro Proença. Defende a profissionalização no setor e confessa não ter paciência para os programas futebolísticos de debate na televisão, onde se passam horas a analisar a atuação dos juizes.
Relvado - Acha que o quinto lugar que obteve na época passada foi justo?
Duarte Gomes - As classificações refletem sempre de uma forma mais ou menos objetiva o que é o nosso trabalho, de acordo com os observadores e de outros fatores de menor importância, como os testes físicos e escritos. Aceito a classificação e honestamente acho que foi justa. Não tive uma temporada isenta de erros e dificilmente o pode ser. Alguns desses erros tiveram maior impacto mediático... A entrega e a dedicação é sempre a mesma, tal como a concentração, mas muitas vezes há jogos que não nos correm bem, tal como acontece com os jogadores.
R - Concorda com o primeiro lugar de Pedro Proença?
DG- Foi um excelente vencedor, sem dúvida que mereceu este prémio. A mim, resta-me trabalhar para na próxima época fazer mais e melhor.
R - É difícil ser-se árbitro em Portugal?
DG - Não mais do que em outros países latinos, que têm uma cultura desportiva muito apaixonada. Mas por exemplo, o futebol turco e o futebol grego são muito mais agressivos que o português. Somos um país com as suas características e que tem o seu escape no futebol, com as pessoas a desabafarem e a expressarem as suas emoções. Mas isso é desafiante e não difícil.
R -Como analisa alguns programas da televisão portuguesa em que se passam horas e horas a analisar os casos de arbitragem da jornada?
DG - Deixei de ver esses programas, porque percebi que tinha coisas mais importantes para fazer. A arbitragem tem erros e não podemos tapar o sol com a peneira. Mas são erros tão ou mais importantes como o que os jogadores, treinadores e presidentes cometem. Só que na arbitragem põe-se logo a tónica no erro deliberado. E como isso me incomoda, mudo de canal, onde sei que ninguém se está a desculpar com a arbitragem. Mas é um pouco o reflexo da nossa cultura desportiva.
R- Voltando à classificação dos árbitros, como explicar que Olegário Benquerença seja nomeado para apitar uma meia-final da Liga dos Campeões e em Portugal seja...19º classificado?
DG - Bom, é complicado para mim falar da classificação dos colegas, até porque ela é feita com base em muitas variáveis. O Olegário Benquerença tem provas dadas a nível internacional, é um dos árbitros que mais merece a confiança da FIFA e da UEFA, o que atesta da sua qualidade e da sua competência, pois os critérios desses organismos são muito apertados e rigorosos. Se eventualmente as coisas não correram como ele queria, de certeza que na próxima época as coisas vão melhorar. Apesar de tudo, a classificação é apenas um "ranking" de estados de forma sucessivos. Não põem em causa a qualidade de um árbitro.
R - O público não percebe algumas notas que são atribuídas aos árbitros, tendo em conta a prestação que foi visível. Concorda com os critérios usados pelos observadores?
DG - Eu percebo essa dificuldade, por isso é importante fazer alguns esclarecimentos... Em cada jogo, nós temos notas de 1 a 5. De 4 para 5, são muito raras, são patamares de excelência, tendo em conta a dificuldade do jogo. O 2,8 ou 2,9, que podem ser classificadas como satisfatórias, são notas terríveis para os árbitros. O 3,1 ou 3,2, sendo positivas, são igualmente muito penalizadoras. As notas médias são apenas de 3,4, 3,5 para cima. Quem tiver para baixo, está já em prejuízo em relação aos colegas.
R - É a favor da profissionalização dos árbitros?
DG - Sim, sem dúvida. É o caminho inevitável e essa é uma ideia comum a todos nós. Não podemos ser os únicos amadores numa estrutura profissional. Por sucessivas mudanças de governo ou questões de índole financeira - que também não são o cerne da questão - a profissionalização não tem avançado. Não existe grande vontade de quem dirige em montar esse projeto, o que é pena. Não é o dinheiro que move os árbitros, mas apenas ter mais tempo para treinar e menos para aborrecimentos de outra ordem, nomeadamente gestão de horários com o nosso outro emprego. Ou treinar a seguir ao trabalho quando este tiver sido muito desgastante. Ou falhar um treino por causa de uma reunião...Ou a ir a correr para um jogo...
Para se ter uma ideia, apitei um Boavista-Aves que acabou por dar o título ao Boavista, em 2000/01, depois de sair do trabalho às seis da tarde. Fui a "voar" até ao Porto! Não faz sentido o futebol profissional ter um árbitro com esta responsabilidade que seja amador. E não confundam este nosso desejo com o facto de querermos ganhar mais dinheiro.
R - Quanto ganha um árbitro na Liga portuguesa atualmente e quanto passará a ganhar quando a profissionalização avançar?
DG - Em valores brutos, ganhamos 1100 euros. Mas as despesas como almoços e jantares são por conta dos árbitros. Se tirarmos o IRS e mais 100 euros de refeições e outras despesas, o valor líquido andará em torno dos 600 ou 700 euros. Quando a profissionalização avançar? Ainda não há valores discutidos. O que temos em cima da mesa são projetos, apenas. O dinheiro nunca foi uma questão relevante.
R - Qual é a sua profissão? É muito difícil geri-la com a carreira de árbitro?
DG - Tirei o curso de Direito, mas sou bancário. É complicado... Tive de chegar a um acordo com a minha entidade patronal para ter um horário mais reduzido. E hoje em dia há jogos do campeonato à segunda, à sexta... E das competições europeias à terça, quarta, quinta... Houve uma gestão que tive de fazer, com grande sacrifício pessoal. Mas autoprofissionalizei-me, de modo a ter mais tempo para dedicar à arbitragem. A estrutura não fez, tive de ser eu próprio, com o sacrifício daí inerente.
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Ate gostei..
Enviado por jbleo24 a 10 de Novembro de 2011, às 12:14.Ate gostei da entrevista mas acho que tem algumas coisas estranhas... Primeiro, se no ano passado ganhavam 1300€ por jogo, como ganham este ano 1100€?? Nao me parece...
Até admito que paguem o almoco e o jantar, mas a deslocação não é com eles... mais, têm ajuda de custo (subsidio de treino) de 400€/mes (o ano passado)...
tenho visto vários debates sobre profissionalização dos arbitros e a ideia com que tenho ficado é que quem não a quer são os proprios arbitros e percebe-se... Imaginemos que este Senhor ganha 1500€ por mês no Banco e apita 4 jogos da Liga num mês... ganha logo mais cerca de 5200€ (valores 2010) ou seja, ganha, brutos quase 7000€.... ordenado bom, parece-me...
Anda nisto ate aos 45 anos... digamos, 10 anos de 1ª categoria... depois, continua a ganhar 1500€ do Banco... nao me parece mau...
Com a profissionalização, o tipos passam a receber mais por jogo (acho logico) mas a coisa acaba aos 45 anos... e depois?!?! O problema é mesmo este... ou é um dos problemas... o outro é explicar os erros graves cometidos...
Entao o tipo vai a andar, o jogador coloca-se a frente dele e ele diz que provocou o contacto?!?! Hum... estranho...
E já agora, ainda antes da profissionalização, que tal implementar-se a flash interview tambem aos arbitros como noutros campeonatos?? Expliquem as decisoes tomadas... pode ser que se perceba muita coisa...
So para esclarecer, o mais importante nas minhas "analises" aos lances é a primeira impressao... o que vejo no lance corrido... se for igual a do arbitro, mesmo que ele tenha errado (e eu, logicamente), tudo bem... o tipo nao tem repeticao pela tv...
SL
Certo
Enviado por VITO a 12 de Julho de 2011, às 09:16.precisam é de fruta e café com leite!!
Quando vejo estas noticias
Enviado por Pedro79 a 12 de Julho de 2011, às 09:12.Quando vejo estas noticias fico com algum pudor da classe da arbitragem.Temo-nos que meter do lado deste senhores arbitros.......obviamente que com este esquema ganham muito mais dinheiro,porque conseguem juntar dois trabalhos que provavelmente o Part-time (futebol) recebem bem mais que a do Full-Time (profissão exercida ao fim de semana),mas o que critico não é isto dos Part-times e full-times que até acho muito bem, mas sim o que leva á não profissionalização dos arbitros é mais uma forma de não responsabilizar a classe de arbitro dos cambalachos que têm existido ao longo dos anos que são mais que evidentes como alguns clubes usam determinados pilares da arbitragem para manipular os campeonatos a seu belo favor sem se apontar o dedo a ninguem porque afinal a desculpa é sempre de os arbitros são amadores e a partir dai nada se pode fazer nem apontar o dedo pois afinal eles são amadores e estão a fazer um favor á malta........!!!!!!
Estes valores 600, 700€ é por mês ou por jogo?Por mês acredito pois isto é o que é declarado,pois há muito mais dinheiro a circular por fora num género de economia paralelo e mais uma vez á provas mas justiça não tem muito interesse pois ainda pode julgár-se a ela própria.......pois existe muitos sectores da sociedade que se andam alimentar através do futebol de forma altamente criminosa e tudo iso se suspeita e se sabe mas nada se faz.......................é de lamentar!!!!!!!
Estes tipinhos de apito na boca...
Enviado por Tiaguuuso a 11 de Julho de 2011, às 22:38.É escumalha à séria..É um descaramento tremendo!..
O que move é a
Enviado por BPereira a 11 de Julho de 2011, às 21:57.O que move é a "paixão"!LOL....o benfiquista assumido não rouba por dinheiro, mas sim pelo coração!
Entãom é o quê??? Serem bons profissionais, copiarem o Colina
Enviado por OMaiorCádoSítio a 11 de Julho de 2011, às 21:29.já bi alguns que raparam a melena, ficaram carecas, agora arbitrar como o dito, só TRETALOLANDO!!!
É como aquele que parlapiava após um mês lá fora :
"O que mais gosto de lá por fora é de um pain zinho au/avec lait, com noutolá (Nuttela)"
É só TRETALOLAR de tanto BIMBO!!!