Alavés na final da Taça UEFA

Não esqueça que todas as equipas que estão na Primeira Liga espanholas estão implemantadas em cidades com o mínimo de 200000 habitantes e só poder comparar Campomaior em cerca de 30000 habitantes (se os tiver. Tire as suas ilações daqui.

O Alavés está final da Taça Uefa. Será uma surpresa? Não creio... O Alavés derrotou de forma convicente todos os adversários que encontrou pela frente, logo merece esta posição, confiando que não fica por aqui. Porque chega à final uma equipa sem historial como o Alavés? Não sei a verdade absoluta mas posso colocar algumas verdades que possam ajudar a perceber este sucesso. O Alavés, mesmo sendo uma equipa sem nome (até à data) em Espanha, possui um orçamento que ultrapassa, em larga escala, os orçamentos de várias equipas europeias (e todas as equipas portuguesas). Esse orçamento é utilzado na contratação e na manutenção de bons jogadores que fortalecem a equipa, dando-lhe um espirito de união, sacrificio e humildade invulgar em muitas equipas. O campeonato espanhol, ao nivel em que está, permite que as equipas estejam sempre em alta competição, jogando, semana a semana, com as melhores equipas europeias e mundiais, como é o caso do Real Madrid, Barcelona, Valência, Corunha, Atl. Bilbau, entre outros. Através desta situação, para qualquer equipa espanhola (neste caso o Alavés) a pressão de jogar na Europa e em alta competição não existe, pois já existe no seu campeonato. Desde da pré-época que as equipas são preparadas, fisica e psicológicamente, para esta situação. No caso do Alavés, não deixará de contar, na minha opinião, o orgulho Basco. A forma como o seu público, de origem basca, sente a equipa e o seu sucesso poderá ajudar e incentivar a equipa para grandes vitórias.
Concordo, de certa forma, com o que se tem escrito acerca da evolução do campeonato espanhol. É, hoje, a melhor liga de futebol, com os melhores jogadores, como foi à 5 anos o campeonato italiano. A que se deve? Ao melhoramento das infrastruturas (e o Euro 2004 tão perto...), às receitas televisivas, à publicidade, e consequentemente, ao evoluir do seu futebol e jogadores.
O Alavés, ainda assim, não deixa de constituir uma surpresa, mas é uma surpresa previamente pensada e trabalhada, tanto por parte dos seus dirigentes, jogadores, técnicos e, sobretudo, adeptos.

É muito simples mesmo. Gira tudo à volta da televisão e do modo como os direitos televisivos são negociados cada época. Em países como Inglaterra, Itália, Espanha e Alemanha (a França menos) o bolo a repartir pelos clubes da 1ª divisão é enorme e a divisão é relativamente igualitária entre os clubes. Daí o dinheiro que os clubes têm, os bons jogadores, os bons espectáculos, o público a ir ver esses mesmos bons espectáculos, etc etc.. É um ciclo vicioso, mas a parte importante é mesmo o dinheiro da televisão. Estádios, etc, não são assim tão preponderantes.
Em Portugal, para algo evoluir neste sentido era necessário, em primeiro lugar negociar os direitos de todos os clubes em conjunto(estilo sindicato) e repartir melhor esse dinheiro (e não 80% para os 3 grandes e 20% para os outros como é actualmente).
O caso do Alavés é um parecido com o que se passou com o Tenerife de Heyckes que deu cartas na Europa há 4/5 anos e agora caiu na 2ª Divisão. Rayo Vallecano e Alavés se seguirão, mais ano menos ano.