Pinto da Costa não acredita na suspensão de Portugal

Pinto da Costa considera que a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) têm «mecanismos» para evitar uma eventual suspensão da FIFA devido ao "Caso Mateus". Em declarações à Rádio TSF o presidente do Porto insinua ainda que aqueles que apoiaram a direcção de Valentim Loureiro têm culpas pela confusão criada, referindo-se, sem o citar, ao Benfica. Aguarda-se entretanto a conclusão da reunião entre Gilberto Madaíl e os responsáveis da FIFA que poderá culminar com o anúncio de sanções ao futebol português.

Presidente portista fala em autêntico caos

Madaíl está em Zurique a discutir o "Caso Mateus" com o presidente da FIFA e espera-se que até ao fim do dia haja esclarecimentos quanto ao teor da conversa, temendo-se que a estrutura internacional possa anunciar a suspensão de Portugal de todas as competições enquanto o Gil Vicente mantiver o recurso aos tribunais civis.
Mas Pinto da Costa não acredita que a FIFA venha a suspender de facto o futebol nacional. «Não me passa sequer isso pela cabeça», destaca o dirigente portista na TSF, frisando que «a Federação e a Liga têm mecanismos para impedir que isso aconteça e estou seguro que isso não irá acontecer», sublinha.
Sobre o imbróglio criado, o líder portista refere que a ele não podem deitar-lhe culpas. «Por mais que queiram não conseguem envolver o meu nome nisto», salienta Pinto da Costa falando do caso como um «autêntico caos». O presidente azul e branco lembra que a direcção actual da LPFP não teve o seu apoio, «estava do lado contrário», evidencia. «Toda a gente sabe quem a apoiou, quem lá pôs o director-executivo Cunha Leal, quem lá pôs o Conselho de Disicplina, quem patrocinou a Liga de uma ponta à outra», destaca Pinto da Costa visando os rivais da Luz, mas sem nunca referir o nome do Benfica.

Liga aconselhou Paços a não contratar Mateus

Entretanto o presidente do Paços de Ferreira atira mais uma acha para esta interminável fogueira. Fernando Sequeira revela na Rádio Renascença que antes de Mateus ter sido contratado pelo Gil Vicente, em Janeiro deste ano, o clube da Capital do Móvel tentou adquiri-lo ao Lixa. «O Paços de Ferreira interessou-se pelo jogador e pediu um parecer à Liga que posteriormente aconselhou a não proceder à inscrição do Mateus», destaca o dirigente. Em causa estava o facto de Mateus ter um contrato de amador com o Lixa, o que o impossibilitava de assinar na mesma época um contrato de profissional. Medida que o Gil Vicente contornou recorrendo aos tribunais civis e inscrevendo Mateus que foi mesmo utilizado em alguns jogos.
Fernando Sequeira nota que o desenrolar do caso suscitou no clube «certa revolta», uma vez que o Paços não pôde inscrever o jogador e o Gil Vicente conseguiu fazê-lo.


Foto: Agência Lusa