Sporting-Nacional: um gigante americano, à frente e atrás (crónica)

O Sporting venceu este sábado o Nacional, por 1-0, e não deixou o FC Porto distanciar-se na tabela da Liga Zon Sagres. Os mais de 40 mil espetadores que se deslocaram ao Estádio de Alvalade deram o seu dinheiro por bem empregue: foi um bom jogo de futebol.

E foi um bom jogo de futebol porque Pedro Caixinha, treinador do Nacional, cumpriu o que prometera e não levou nenhum autocarro para dentro do campo. Bem pelo contrário, a equipa madeirense desde o início que mostrou que estava em Lisboa para lutar pela vitória e não para segurar um pontinho. Desta forma, com espaços para jogar, tanto Sporting como Nacional delinearam muitas e boas jogadas de ataque durante os 90 minutos.

O Sporting entrou a todo o gás. Capel, de um lado, parecia um carro de Fórmula 1 e Carrillo, do outro, um malabarista. Ambos faziam as delícias dos espetadores, com a velocidade e a criatividade com que aproveitavam o balanceamento ofensivo do adversário. O Nacional, um pouco desconcentrado, perdia muitas bolas e tardou em perceber como parar os extremos dos leões. Lá à frente, Rondón e Mateus (o angolano foi o melhor jogador em campo) não criaram grandes problemas na primeira parte.

O golo do Sporting, aos 22 minutos, acabou por não surpreender. André Martins, a tentar substituir Schaars como pôde, marcou muito bem um livre para a área, Insúa desviou de cabeça e desmarcou Onyewu. O gigante americano teve tempo para tudo.

Os madeirenses reagiram. Pressionaram mais o meio-campo dos da casa e acercaram-se da grande área de Rui Patrício. Sem grande perigo, à exceção de um cruzamento largo de Mihelic que encontrou a barra – era o primeiro calafrio para Domingos Paciência.

Nacional mais agressivo

A segunda parte teve os mesmos condimentos da primeira, mas com um Nacional ainda mais agressivo e a criar verdadeiras oportunidades de golo. Pedro Caixinha mexeu no onze, pondo em campo Edgar Costa para o lugar de Candeias e, depois, trocando Mihelic por Oliver. A equipa subiu de produção. No Sporting, a ausência de Schaars fez-se notar. Faltava quem pensasse o jogo. Lá atrás, nos momentos de maior aperto, destacava-se Onyewu, agora a defender.

Mário Rondón, aos 57 minutos, desmarcado por Claudemir, falhou a primeira verdadeira oportunidade, rematando de forma deficiente. O mesmo avançado venezuelano desperdiçou aos 75 minutos a ocasião mais flagrante. Em frente a Rui Patrício, cabeceou de cima para baixo mas o guarda-redes mostrou porque é o titular da Seleção Nacional.

O Sporting parecia um pouco perdido, enredado na teia do Nacional. A bola raramente chegava à área. Carrillo, que tanto prometeu na primeira parte, desapareceu na segunda, tendo de ser substituído por Pereirinha (que entrou bem), e André Martins, a nova coqueluche de Alvalade, desceu também de rendimento.

Quando o jogo estava mais inclinado para o lado do Nacional, aconteceu a expulsão de Stojanovic, aos 77 minutos, por mais uma falta (que deixou dúvidas) sobre o incansável Capel.

Com dez jogadores, o Nacional não baixou os braços, mas não mais incomodou Rui Patrício.

O Sporting continua a somar vitórias, muito graças às transições rapidíssimas que são a sua imagem de marca e que fazem levantar o estádio. Mas, tal como frente ao Belenenses, para a Taça, sentiu dificuldades quando os seus homens-chave foram pressionados.