A batalha jurídica está ao rubro, mas o líder do emblema portuense mantém a serenidade de quem prefere "estar a ganhar a 5 ou 10 minutos" do fim do jogo. A disponibilidade para conversar com a FPF é total. O Tribunal Administrativo de Lisboa renovou a esperança... e as forças

RECORD – Acha estranho o silêncio das entidades oficiais sobre a sentença do Tribunal Administrativo de Lisboa que abriu as portas à reintegração do Boavista na Liga Zon Sagres?

ÁLVARO BRAGA JÚNIOR – Repare, este é um caso claro com a FPF. Quando tivemos conhecimento da decisão, afirmei logo que estes dirigentes federativos nada tiveram a ver com o início do imbróglio. Creio que o antigo presidente da FPF já tentou defender a sua dama, dizendo que esta sentença era acertada. É manifesto que três juízes diferentes já deram a mesma sentença, pelo que parece patético continuar a defender a legalidade daquela reunião do Conselho de Justiça. Não farei pressão mas, se quiserem falar connosco, estamos completamente disponíveis.

R – Admite que a FPF possa enveredar pelo recurso?

ABJ – Isso apenas arrastará a questão. Não acredito que, depois de três decisões, todas no mesmo sentido, o recurso tenha outro efeito que não seja arrastar este caso no tempo.

R - Qual é a expectativa sobre a eventualidade da FPF avançar para um recurso?

ABJ - A FPF tem um mês para recorrer. A nossa posição é essa mesma, de grande espectativa e serenidade. Costumo dizer que, quando faltam 5 ou 10 minutos para acabar o jogo, prefiro estar a ganhar do que estar a perder. O Tribunal Administrativo deu razão ao Boavista e agora vamos esperar pela decisão da federação.

R - Está disponível para negociar?

ABJ - Disponível para conversar com a FPF. O processo, a começar bem, deve ser por um diálogo e perceber-se se as duas partes conseguirão entrar nessa tal discussão e ter um entendimento. Pela minha parte, estou completamente disponível e, mesmo antes desta decisão, quando surgiu a sentença em relação ao presidente da SAD do FC Porto, tive o cuidado de falar com o secretário-geral da FPF, Ângelo Brou, dando-lhe conta de que estava perfeitamente disponível para conversar sobre tudo isto. Aí o diálogo era mais difícil porque se tratava de uma direção que tinha promovido e sancionado as decisões de uma parte do então CJ. Neste momento, são dirigentes novos e estou completamente recetivo a conversar com a FPF.

R - Entenderia que Fernando Gomes, estando na SAD do FC Porto que foi visada pela tal reunião do Conselho de Justiça, e conhecendo os factos, possa agora patrocinar uma contestação à sentença que estendeu ao Boavista o desfecho que já havia ocorrido no caso de Pinto da Costa?

ABJ - Reconheço que é uma posição incómoda, mas como compreenderá não me cabe falar sobre as posições dos outros. Tenho uma relação de amizade com Fernando Gomes. Acho que ele pode fazer um ótimo trabalho na FPF mas, de qualquer maneira, neste particular, se encontra numa situação complicada, e agora ocupando um cargo distinto do que ocorria à
época dos factos. Além do mais, tem poderes bem claros no âmbito dos estatutos, mas não é o dono da federação.

R - Tem algum plano B na manga, como uma possível providência cautelar, no sentido de impedir que este caso se arraste na justiça, seja ela civil ou desportiva?

ABJ - Tenho sido assessorado por magníficos advogados que me têm dado ótimos conselhos. Está definido claramente que nunca damos um passo sem que o outro esteja com o pé bem pousado no chão. Se calhar isso é que nos tem permitido não cair. Já estamos debruçados sobre o assunto, mas vamos ficar à espera da decisão da FPF para depois decidirmos que caminho o Boavista deve seguir.

R - A integração imediata do Boavista na Liga Zon Sagres já na próxima temporada é mesmo possível em face de todas as teias jurídicas envolvidas?

ABJ - Sem maçar os ouvintes e os leitores com questões pormenorizadas, basta apontar que a sentença refere a inexistência da reunião do CJ. Logo, há uma inexistência de decisão. Sendo assim, o Boavista neste momento é um clube de 1.ª Divisão. Fomos afastados administrativamente para a Liga de Honra e só então, desportivamente, para o patamar onde estamos agora. Ouço ainda dizer que pode haver uma nova reunião do CJ, despertando-me dúvidas que possam decidir contra o Boavista. Mas vamos imaginar, por absurdo, que o CJ repete a sentença anterior: então têm de nos colocar na Liga Orangina, dado que a decisão anterior nunca foi validada. A bola está no campo da FPF e ela é que tem de a chutar.
- Sendo pacífico que não existe uma sentença transitada em julgado, considera moralmente aceitável que seja um órgão da FPF a tomar uma decisão que poderá custar dezenas de milhões de euros de indemnização ao próprio organismo em que está inserido?

ABJ - É uma posição que também não é cómoda. Mas quero acreditar que as pessoas que fazem parte do Conselho de Justiça são sérias, com formação jurídica. Portanto, terão de ter uma reunião que sustente uma eventual decisão.

R - Aceita então que seja promovida uma nova reunião do CJ para reapreciar o recurso do Boavista à decisão da então Comissão Disciplinar da Liga?

ABJ - Admito, dado que há um recurso do Boavista que está suspenso. Está pendurado...

R - Só vai sossegar quando vir o Boavista entrar em campo na Liga Zon Sagres?

ABJ - Mesmo que não esteja no Boavista, tenho a certeza que terei a felicidade de ir ver esse momento. Naturalmente, que me virá à memória tudo o que eu, e todos os que me acompanharam, passámos durante estes 4 anos. Como calculará, não foram 4 anos fáceis

Com a decisão de considerar nula a reunião a descida nunca têve lugar. Logo o Boavista nunca saiu da 1ª Liga. E tem que ser lá colocado. Como? é problema da Liga ou da FPF. Mas não há volta a dar o Boavista ainda é um clube da 1ª liga.

Falo com conhecimento de causa e porque disso me informei. Mas faz o mesmo e vais ver.

querem alargamento, então sim senhora...descem duas, sobem quatro......mais nada.....da 1ª liga tem sempre que descer 2 equipas para a liga orangina......