Boavista inconformado com recurso da FPF

A SAD do Boavista criticou hoje, em comunicado, a atual direção da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) por ter recorrido da decisão do tribunal que anulou a decisão do Conselho de Justiça que despromoveu o clube, em 2008.

“A Boavista Futebol Clube, Futebol SAD teve hoje conhecimento (…) que, no passado dia 9 de abril, a FPF recorreu da decisão do Tribunal Administrativo e Fiscal de Circulo de Lisboa”, começa por anunciar a nota do clube “axadrezado”.

A sociedade desportiva, prossegue o comunicado, revela que “não se surpreende” com o recurso federativo, embora “não deixe de o estranhar”.

“E é estranho porque [a FPF] vai recorrer de uma decisão idêntica de três tribunais diferentes e três juízes diferentes”, prossegue a nota, que refere: “Pior do que cometer um erro, é continuar a repeti-lo à espera que desapareça”.

A presidência de Fernando Gomes é, então, visada: “Se da anterior direção da FPF não se poderia esperar grande coisa, visto que foi a criadora de todo este problema, desta nova esperava-se uma outra atitude”.

“Em vez de tentar resolver um problema que não foi criado por si, esta nova direção, liderada por Fernando Gomes, teve uma atitude de autismo e de completo desrespeito pelo Boavista”, prossegue a nota.

Segundo o comunicado, o presidente do Boavista, Álvaro Braga Júnior, “esteve sempre recetivo para se sentar e falar” com os quadros federativos, “a fim de tentar resolver o problema criado pela anterior direção”, que era presidida por Gilberto Madaíl.

No documento, os responsáveis boavisteiros acusam ainda de “falta de respeito” para com o clube, anunciando que vão “continuar a existir e a resistir”, reclamando um “lugar por direito próprio” na liga principal.

A 28 de fevereiro, o Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa considerou nula a reunião do CJ da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), que confirmou a despromoção do Boavista à Liga de Honra.

Essa despromoção, por alegada corrupção, foi decidida a 04 de julho de 2008 na segunda parte de uma longa e polémica reunião do CJ, na qual já não estavam presentes o presidente e o vice-presidente, o que determinou a sua anulação pelo referido tribunal.