Vieira diz-se vítima de perseguição

«Não me vou calar, nem tenho medo». É assim que Luís Filipe Vieira reage em conferência de imprensa à notícia do jornal Público que relata uma alegada conversa, no âmbito das escutas telefónicas em torno do "Apito Dourado", em que o presidente do Benfica combina com Valentim Loureiro a nomeação de um árbitro. O dirigente das águias diz-se «vítima de perseguição» e constata que o querem calar, sublinhando sobre a conversa com o Major que revela «o estado de espírito de um homem que pugna pela transparência e pelo rigor». Vieira refere também que não tem dúvidas de que há resultados falseados no futebol português.

Na conferência de imprensa promovida por Vieira em reacção à notícia do Público o presidente começou por exibir uma alegada carta anónima onde se aconselha o dirigente a estar calado. Mas o presidente da Luz diz que não tem medo de ameaças e mostra-se decidido a limpar a face do futebol português. Realçando que nunca foi ouvido no âmbito do "Apito Dourado", Vieira confirma também que o Benfica vai considerar-se assistente nos casos em que o seu nome possa estar envolvido. Dizendo-se «vítima de alguma perseguição», o presidente das águias lamenta que é «um alvo a abater», mas avisa. «Não vão conseguir», refere, realçando que «o Benfica não está sozinho nesta luta para limpar o futebol português». «Queremos toda a verdade e que os visados sejam penalizados», alega.
Quanto à conversa com Valentim Loureiro transcrita pelo Público, Vieira diz que não foi ele quem telefonou ao Major e que só lhe transmitiu «aquilo que era o meu sentimento e ele lá foi falando, árbitro a árbitro, e eu ia dizendo aquilo que tinha que dizer», relata o líder encarnado. Considerando que «o Benfica foi nitidamente prejudicado nalguns jogos» da época em causa, o responsável da Luz assegura que «não houve intenção de lesar quem quer que seja ou qualquer instituição». «O que há nessa escuta é o estado de espírito de um homem que pugna pela transparência e pelo rigor, é um acto de alguém que só quer a verdade e não pede benefício para nada», frisa.
Em relação à aprovação que dá no mesmo diálogo ao nome do árbitro João Ferreira, Vieira justifica que «quando se fala de João Ferreira e Pedro Henriques, falamos de militares. Sei o que é um militar e o que para eles são valores de ética e seriedade. Foi por isso que disse "que dava garantias"», aponta.
Por último Vieira mostra-se contente com as notícias vindas a público nestes dias, referindo que são a prova de que o "Apito Durado" «não está esquecido».